segunda-feira, 4 de maio de 2015

O Santos É Gigante

Imagem extraída de https://www.facebook.com/pages/Cosme-Rímoli/



O Santos, apesar de sua grandeza e tradição, não era considerado favorito ao título do Paulistão quando comparado aos seus três rivais: Corinthians, Palmeiras e São Paulo.

O Peixe, endividado e sem patrocinador master, não conseguia mais arcar com os salários de seus atletas e viu muitos deles deixarem a Vila Belmiro de graça, sendo que alguns acionaram a justiça para isto. Arouca, Mena, Aranha, Damião e Edu Dracena foram todos embora. Restava ao Santos recorrer à sua categoria de base, algo que já havia feito em 2002 e 2009, e mesclar a juventude dos meninos à experiência de veteranos como Robinho, Renato, Ricardo Oliveira e Renato. Eu mesmo sugeri que o clube praiano recorresse aos seus velhos ídolos como contraponto para a inexperiência dos garotos.

O Santos superou as próprias limitações ao longo do Campeonato Paulista e foi crescendo ao ponto de não perder nenhum clássico durante a fase de grupos. Pesou o comprometimento e o amor dos atletas pelo clube. O Peixe não tinha como arcar com os polpudos salários de outrora aos seus jogadores, mas isto não pareceu fazer nenhuma diferença.

O ápice desta cumplicidade se deu na final. Os jogadores quiseram mandar o jogo na Vila Belmiro e o torcedor correspondeu comparecendo em peso na final. No intervalo do jogo, os atletas não quiseram descer para o vestiário e ficaram lá no gramado, perto de sua torcida e recebendo o carinho do público.

O Santos, que havia sido conservador e apostado em contra-ataques em outros jogos do mata-mata, parecia um outro time. Tomou a iniciativa desde o começo do jogo, teve mais posse de bola, controlou o jogo, criou mais chances de gol e, ainda no primeiro tempo, já vencia a partida por 2x0, resultado suficiente para dar a taça aos donos da casa.

O Palmeiras, por outro lado, não teve ousadia e, visivelmente, quis jogar pelo empate. Os palmeirenses abusaram da catimba e cometeram faltas a rodo na primeira etapa. Como muitos já estavam amarelados, os jogadores alviverdes não puderam dividir bolas e deram espaços para os santistas jogarem.

E o que fez o Dudu? O atleta que custou 3 milhões de Euros aos cofres palmeirenses demonstrou muita imaturidade e instabilidade psicológica. Quis fazer catimba, derrubou Geuvânio, acabou sendo expulso merecidamente e ainda tentou agredir o árbitro. O atacante só não prejudicou ainda mais o Palmeiras porque Geuvânio também acabou expulso no mesmo lance.



Os dois times no 4-2-3-1: Santos pressiona enquanto Palmeiras
se encolhe no primeiro tempo (obtido via this11.com).



Oswaldo de Oliveira, no segundo tempo, corrigiu os erros que havia cometido: colocou Cleiton Xavier em campo e, finalmente, o Palmeiras passou a levar perigo ao Santos. O camisa 8 deveria ter começado o jogo, afinal ele havia sido o melhor em campo na partida de ida. Ontem, mais uma vez, o Cleiton entrou e mudou o jogo novamente em favor dos palmeirenses.

Com Cleiton e Valdívia em campo, o Palmeiras tinha tudo para conseguir o empate e ficar com a taça, mas a expulsão de Victor Ramos obrigou o treinador Oswaldo de Oliveira a sacar o chileno e colocar o zagueiro Jackson em campo. Desta forma, o Verdão abriu mão do ataque e se contentou em levar a partida para os pênaltis.



Palmeiras melhora com a entrada de Cleiton Xavier, mas a
expulsão de Victor Ramos obriga Oswaldo a recuar o time e o
Verdão abdica do ataque. Santos, mesmo com um jogador a
mais, sente o cansaço e se contenta em levar o jogo para
as cobranças de pênalti (imagem obtida via this11.com).



O Santos acaba levando a melhor nos pênaltis, convertendo suas quatro cobranças (David Braz, Gustavo Henrique, Victor Ferraz e Lucas Lima). Pelo Palmeiras, Rafael Marques e Jackson desperdiçam, enquanto Cleiton Xavier e Leandro Pereira convertem.

O Peixe mostrou toda sua grandeza ao jogar um futebol ofensivo e talentoso, conquistando assim mais um título apesar de todas as dificuldades técnicas e financeiras, enquanto os rivais estavam em melhor situação econômica. A perseverança e o talento dos meninos da Vila, mais uma vez, havia feito toda a diferença, assim como foi nos anos de 2002 e 2010 quando o Santos estava na mesma situação.

O Santos é gigante, até mesmo contra a crise.



Imagem extraída do Facebook oficial de Robinho- https://www.facebook.com/robinho



Leia mais:

Cosme Rímoli- O desacreditado Santos perdeu dinheiro. Mas, fez da sua velha e ultrapassada Vila Belmiro, o caldeirão que precisava. Derrotou o rico Palmeiras. E, com toda a justiça, é o campeão paulista de 2015: http://esportes.r7.com/blogs/cosme-rimoli/o-desacreditado-santos-perdeu-dinheiro-mas-fez-da-sua-velha-e-ultrapassada-vila-belmiro-o-caldeirao-que-precisava-derrotou-o-rico-palmeiras-e-com-toda-a-justica-e-o-campeao-paulista-de-2015-03052015/



BARÇA ATROPELA

O que foi aquela sacolada de 8x0 que o Barcelona aplicou no sábado? A equipe catalã foi visitar o modesto Córdoba e não teve a menor piedade. E todos os titulares jogaram a despeito de terem um jogo dificílimo contra o Bayern na próxima quarta-feira. O Barcelona é uma equipe cheia de craques e todos parecem ter muito prazer em jogar juntos. Deve ser por isso que ninguém quer ser poupado a despeito de ser uma partida considerada "secundária".



A PEQUENA GIGANTE KOSOVAR

Assisti às lutas da pequena judoca kosovar Distria Krasniqi de apenas 19 anos e que conquistou o bronze na categoria até 52kg. A medalha que a "baixinha" conquistou no Grand Prix de Zagreb pode até não significar grande coisa para nós brasileiros, mas para o país natal de Krasniqi foi uma conquista muito importante. O Kosovo ainda não é reconhecido como nação pela ONU e por entidades como a FIFA. A Federação Internacional de Judo (International Judo Federation -IJF), contudo, reconhece a soberania da nação e permite a participação do Kosovo em suas competições. Vale lembrar que o país ainda conta com a judoca Majlinda Kelmendi, número 1 no ranking da mesma categoria, que foi obrigada a competir pela Albânia nas Olimpíadas de 2012 devido à restrição da ONU.


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