quinta-feira, 7 de maio de 2015

Quando o Craque Faz a Diferença

Imagem extraída do Facebook oficial do Barcelona- https://www.facebook.com/fcbarcelona/



Equilíbrio é a palavra que melhor definiu o confronto entre Barcelona e Bayern München ontem no Camp Nou. Ambos os times atuaram com o mesmo estilo graças a um único homem: Josep Guardiola. O treinador catalão comandou o Barça entre 2008 e 2012, faturou todos os títulos possíveis e deixou como legado o Tiki-Taka, o estilo que combina troca de passes com posse de bola. Quando o técnico foi para o Bayern em 2013, tratou de implantar o seu estilo na Baviera e hoje o time de Munique também joga trocando passes. Os dois times, portanto, lutariam muito mais pela posse da bola do que pelo gol.

Guardiola, como criador e conhecedor de seu ex-time, preparou o Bayern justamente para anular os pontos fortes do Barcelona. Sabia que os rivais fariam o possível para construir uma boa vantagem em sua casa e que, portanto, eles viriam para cima. O treinador catalão aprendeu com suas vitórias e derrotas passadas que separar os meias criativos (Rakitić, Iniesta e Xavi) dos atacantes era o primeiro passo para anular o Barça, ao passo que os Blaugranas eram muito fracos defensivamente, sobretudo com os laterais pouco defensivos (Dani Alves e Jordi Alba) e também pelo alto.

O treinador do Bayern entrou com sua equipe para marcar o meio-de-campo do Barcelona ao invés dos atacantes, por isso não adotou as duas linhas de quatro. E tentou usar a velocidade de Lahm e Müller para tentar jogar nas costas de Dani Alves e Jordi Alba nos contra-ataques.

O Barcelona, porém, havia aprendido novos truques para compensar suas limitações defensivas. Jorge Sampaoli (treinador do Chile) e Alejandro Sabella (ex-treinador da Argentina) ensinaram durante a última Copa do Mundo que a superioridade numérica poderia fazer a diferença contra qualquer grandalhão, mesmo que os marcadores fossem menores ou mais fracos que o condutor da bola. E assim, o treinador Luis Enrique impediu que o grandão Lewandowski ameaçasse o gol de Ter Stegen.



O objetivo de Guardiola não era deter Messi, algo que ele
considerou como "impossível" durante entrevistas. O Bayern
tentou, então, impedir que a bola chegasse no argentino,
dificultando a troca de passes no meio-de-campo e tentando
jogar nas costas dos laterais (obtido via this11.com).



Com o jogo truncado, foi a hora de Messi mostrar porque é diferenciado. O camisa 10, sem poder contar com a ajuda de Iniesta ou Rakitić, se valeu das jogadas individuais e conseguiu vazar o goleirão Neuer duas vezes. Sua velocidade e habilidade com a bola permitiu que o argentino pudesse driblar até mesmo a forte zaga bávara. Boateng levou um drible desconcertante no lance do segundo gol e foi ao chão ao tentar competir com o craque. Messi ainda teve tempo para dar uma assistência para Neymar fechar a conta.

Guardiola, estonteado com a performance de seu ex-jogador, reconheceu a derrota e admitiu que será muito difícil vencer os catalães, mesmo na Allianz-Arena -será necessário golear o Barça por 4x0.

Eu havia dito que o Bayern precisaria de Robben e Ribéry para superar o Barcelona. E hoje encontro mais um argumento a favor da importância da dupla: os dois wingers ofereceriam vantagem tática contra os catalães porque defendem e atacam com a mesma eficiência. A importância da dupla, contudo, vai além disto: Robben e Ribéry são os craques do Bayern e fazem toda a diferença em campo, sobretudo em um jogo tão equilibrado, da mesma forma que Messi desequilibrou a partida de ontem no Camp Nou.



Imagem extraída do Facebook oficial do Barcelona- https://www.facebook.com/fcbarcelona/



PROVANDO DO PRÓPRIO REMÉDIO

Corinthians não consegue ameaçar o goleiro Aguilar, pára nas
duas linhas de quatro do Guaraní e ainda toma contra-ataques
do atacante Santander (obtido via this11.com).



Tite, que sempre apostou no futebol defensivo, provou de seu próprio remédio ontem no Defensores Del Chaco. Seu apático Corinthians aceitou a marcação do Guaraní e ainda deu espaços para o atacante Santander da casa contra-atacarem. Cássio, em uma noite ruim, foi mal nos dois gols além de dar muitos sustos no próprio torcedor. Luciano mais parecia um peso morto e Felipe, após boas atuações no Paulistão, voltou a falhar. Há até quem diga que o Timão desandou devido a atrasos de salário ou devido a ausência de Emerson. Independente do problema, o Corinthians pode reverter o revés sofrido no Paraguai no Itaquerão, mas será uma tarefa hercúlea golear os rivais por 3x0.



CENTURIÃO DECISIVO

Cruzeiro segura o São Paulo com suas duas linhas de quatro e
tenta contra-golpes com De Arrascaeta, Willian e Marquinhos.
Tricolor troca passes com um falso 4-3-2-1 (com Wesley fazendo
a ponta direita) e leva perigo com Centurión pela esquerda
(imagem obtida via this11.com). 



São Paulo e Cruzeiro também fizeram um jogo onde a posse da bola valeu mais do que o gol. O Tricolor, com o mando de casa, foi mais ofensivo, enquanto a Raposa articulava contra-ataques com o genial meia De Arrascaeta. Valeu a persistência de Centurión, que de tanto tentar, achou o gol do jogo. O time da casa apostou muito no jogo aéreo para vencer as duas linhas de quatro do Cruzeiro, mas esbarrava no goleirão Fábio, que impediu uma goleada tricolor.


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