segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

Alegria sem Ousadia

Imagem extraída de www.facebook.com/Botafogo



A segunda metade do Campeonato Brasileiro já nos fornece parâmetros suficientes para apontarmos com segurança quais times que irão brigar pelo título, os que terão de se contentar com uma vaga em alguma competição internacional e aqueles que tentarão fugir do rebaixamento.

As equipes que ocupam o terço inferior da tabela, em sua maioria, parecem se conformar com suas próprias limitações e agem quase sempre da mesma maneira: recuam toda a equipe, torcem por algum erro adversário para tentar um gol em contra-ataque e se contentam com o empate caso não consigam o resultado.

Não sou mais um defensor ferrenho do futebol-arte e tampouco acredito que jogar no ataque seja a maneira correta de atuar em campo, mas as equipes que lutam contra o rebaixamento poderiam se ajudar mais, saindo de sua zona de conforto -se é que isto existe para elas- e ousando mais nos gramados em busca de resultados melhores.

Um empate oferece apenas um ponto, o que não é muito diferente da derrota que oferece zero. Por que não buscar logo os três pontos, o que ofereceria uma vantagem bem mais confortável às equipes e, consequentemente, uma distância maior da temida zona de rebaixamento?



Imagem extraída de www.facebook.com/vascodagama



É fato que os clubes que ocupam o terço inferior da tabela sofrem dos mesmos problemas. As dificuldades financeiras resultam em equipes com poucas opções e algumas estão com os vencimentos atrasados. Os jogadores acabam se desmotivando em tal situação e isso se reflete no desempenho em campo. O treinador precisa ser criativo e encontrar algum meio para incentivar o elenco diante deste cenário desolador.

É fato também que em campo são onze contra onze e, a despeito das discrepâncias técnicas e financeiras, não é impossível que um azarão consiga surpreender aquele gigante favorito ao título. Já observei em edições recentes da Champions League a Roma eliminar o Barcelona e o Ajax mandar o Real Madrid para casa mais cedo. Situações improváveis mas completamente críveis nas aleatoriedades do futebol.

Não se pode, obviamente, confundir ousadia com imprudência. Se uma equipe da parte inferior da tabela tentar confrontar um favorito ao título de igual para igual, ela será facilmente goleada. É necessário agir com estratégia, frieza e inteligência. Atacar sem se expor demais, surpreender o adversário e oferecer o mínimo de espaço aos rivais. O treinador tem papel fundamental neste cenário para ousar na medida certa e manter seus jogadores tranquilos diante de tamanha pressão pelo resultado. Os dirigentes também ajudam se isolarem o grupo das crises políticas e oferecerem respaldo aos técnicos por mais difícil que esteja a situação.

Em um campeonato sempre haverá um vencedor e quatro rebaixados em situação normal. Quatro equipes infelizmente irão para a Série B em 2021 e aquelas no terço inferior da tabela são justamente as mais propensas a isto. Cabe aos próprios integrantes dos clubes (dirigentes, comissão técnica e jogadores) encontrarem uma solução para reverter este cruel destino. É difícil porém não é impossível fugir do descenso.



Imagem extraída de www.facebook.com/sportclubdorecife




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