quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

Sete Anos de um Sonho

Imagem extraída de www.facebook.com/CBHbOficial



Ontem tive um dia realmente horrível. Eu havia preparado um texto para ir ao ar mas passei por um estresse tão grande que não tive sequer vontade de publicar nada.

Recebi, contudo, uma lembrança bastante agradável pouco antes de eu ir dormir. O canal Esporte Interativo recordou a conquista do primeiro e, por enquanto, único mundial conquistado pela equipe feminina de handebol há sete anos atrás na Sérvia. O Brasil derrotou as donas da casa em uma final emocionante, que terminou em 22x20 para as nossas meninas.

Nenhum canal senão o Esporte Interativo cobriu o mundial de 2013, como fizeram questão de exaltar os seus apresentadores. A emissora, que na época transmitia seu sinal via UHF, exibiu todos os jogos da competição além de apresentar boletins diários.

Não consegui assistir ao jogo decisivo, mas lembro que eu havia chegado do meu trabalho e recebi a notícia de que nossas meninas lideradas pelo treinador Morten Soubak haviam feito história e colocado o nosso país no mapa do handebol mundial.

O Brasil fez uma campanha histórica naquele ano, ficando em primeiro no seu grupo com 100% de aproveitamento (cinco vitórias em cinco jogos) acima de potências como Dinamarca e a própria Sérvia. Na fase de mata-mata, nossas meninas não tiveram vida fácil e tiveram de enfrentar várias seleções que já haviam sido campeãs em outras edições -Holanda, Hungria e, novamente, a Dinamarca e a Sérvia.



Imagem extraída de www.facebook.com/CBHbOficial



O título inédito, infelizmente, não aumentou a popularidade ou o interesse do brasileiro pela modalidade. Outras emissoras até adquiriram os direitos de transmissão dos mundiais seguintes além de tratarem a categoria com muito mais respeito durante os jogos olímpicos. O nosso handebol, porém, não conseguiu novos troféus e continuou sendo um mero coadjuvante entre as modalidades esportivas.

Este assunto, aliás, fiz questão de abordar em entrevista que realizei com praticantes de handebol pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas. Nós, infelizmente, não valorizamos o legado deixado por nossas meninas e pelo treinador Soubak, e a modalidade seguiu fazendo um sucesso tímido no Brasil apesar do título.

A lembrança do título, quem sabe, possa animar fãs e aspirantes a repetirem o sucesso da fantástica geração de 2013. Sabemos que culturalmente o brasileiro valoriza outras modalidades fora o futebol quando algum esportista surge ganhando títulos a despeito da falta de apoio midiático ou patrocínio. Foi assim no tênis com Guga, no MMA com Anderson Silva e no surfe com Gabriel Medina. Por que nçao poderia ser assim também com o nosso handebol?

A geração de 2013 caiu em um injusto esquecimento, mas as nossas meninas e o treinador Morten Soubak sabem que seu legado ficará para sempre na história do esporte brasileiro e também do mundial.



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