sábado, 12 de dezembro de 2020

Marketing de Ouro

Imagem extraída de www.facebook.com/rl9official



Robert Lewandowski (foto acima), Cristiano Ronaldo e Lionel Messi. Os três são os finalistas indicados para concorrerem à Bola de Ouro em 2020, troféu destinado ao melhor jogador do mundo na temporada 2019-20.

Concordei apenas com a indicação de Lewandowski. O polonês fez uma temporada perfeita conquistando a Tríplice Coroa pelo Bayern München e sendo o artilheiro da Champions League com 15 gols. Reconheço que o grandalhão é um pouco desengonçado pelo tamanho, mas o atacante merece o prêmio pelo desempenho em 2019-20. E arrisco dizer que ele tem tudo para superar Grzegorz Lato como o maior jogador da Polônia.

Messi e Ronaldo são craques mas não acredito que tenham sido excepcionais em 2019-20 para justificar suas respectivas presenças entre os finalistas. O Campeonato Italiano perdeu sua competitividade desde o início da década quando a Juventus passou a monopolizar a competição, e o Barcelona não conquistou um título sequer na temporada. Isso sem mencionar que nenhum dos dois sequer conseguiu chegar às semifinais da Champions.

Mais justo seria indicar Manuel Neuer (fez uma temporada excepcional, sobretudo na reta final da Champions League quando fechou o gol contra Lyon e Paris Saint-Germain), Ivan Perišić (para mim, a melhor contratação da temporada, versátil, habilidoso e, infelizmente, muito subestimado), Thomas Müller (tão versátil e habilidoso quanto Perišić e igualmente subestimado), Neymar (demonstrou muita maturidade e garra em campo) ou Marquinhos (foi fundamental para a classificação inédita do PSG para a final da Liga dos Campeões).



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Messi e Ronaldo, porém, contam com algo que Lewa e os demais mencionados provavelmente jamais terão: apelo comercial e midiático com alcance global. Dos atletas citados, apenas Neymar se aproxima da dupla em termos de marketing, mas o brasileiro ainda é lembrado negativamente na Europa pelas noitadas, pelas simulações em campo e pelos atritos com o próprio PSG.

O marketing das duas estrelas certamente teve influência sobre a opinião dos votantes. E isto não aconteceu apenas na temporada 2019-20. Em 2012-13, por exemplo, havia jogadores com desempenhos individuais muito superiores ao da dupla (Ribery, Robben e o próprio Lewa), mas o binômio Messi-Ronaldo prevaleceu novamente e o português ficou com o troféu.

É como se a Bola de Ouro fosse muito mais uma competição de apelo midiático do que mérito desportivo. Não importa o número de gols, títulos ou lances bonitos protagonizados pelos candidatos. Acaba prevalecendo a fama e o marketing pessoal.

Admiro Messi e Ronaldo. Ambos são craques, ambos são diferenciados e ambos fazem parte da história do futebol. Reconheço seus méritos e nada apaga o brilho de seus feitos, mas não creio que os dois tenham apresentado desempenhos excepcionais em 2019-20 para justificar suas presenças entre os finalistas pela Bola de Ouro.

Acredito que Lewa, pelo desempenho individual e pelos títulos conquistados, mereça a Bola de Ouro na temporada dentre os três finalistas e, por isso, ficarei na torcida pelo polonês no próximo dia 17.



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