Muricy Ramalho voltará ao São Paulo em 2021 como dirigente na gestão de Julio Casares (imagem extraída de www.facebook.com/saopaulofc) |
Muricy Ramalho voltará ao São Paulo em 2021. O ex-treinador, que vinha trabalhando como comentarista da Rede Globo, desligou-se da emissora na última semana e irá assumir algum cargo na gestão do presidente do São Paulo, Julio Casares, eleito no último final se semana. Além do ex-técnico, Kaká, Milton Cruz e Zetti também podem retornar ao Morumbi. E existe ainda a possibilidade da manutenção de Raí e Lugano, que já trabalham no Tricolor como dirigentes.
A presença de antigos ídolos de um time é sempre bem-vinda, afinal eles têm identificação com o clube, trazem de volta a mística de alguma era vitoriosa, suas experiências em campo ou no banco de reservas contribuem com o desempenho do futebol e os torcedores adoram. Qual fã não gostaria de ter de volta tantos ícones vencedores de volta ao São Paulo?
A atual gestão, contudo, nos mostrou o outro lado da história. Leco utilizou o ex-goleiro Rogério Ceni como cabo eleitoral para depois dispensá-lo sem piedade ao primeiro sinal de crise. O mandatário, cada vez mais questionado, cercou-se se outros ídolos do passado (Lugano, Raí e Ricardo Rocha), ofereceu-lhes cargos administrativos mas interferia com frequência no trabalho do trio como revelou o pernambucano após sua saída. Ou seja, a presença dos ex-jogadores era um mero escudo para o presidente dividir a culpa por eventuais fracassos.
Kaká também pode retornar ao Morumbi, desta vez como dirigente (imagem extraída de www.facebook.com/saopaulofc) |
O retorno dos ídolos na gestão Casares, portanto, precisa ser avaliado com desconfiança e racionalidade, e não com saudosismo e passionalidade. A própria gestão Leco nos demonstrou o quanto os ex-jogadores foram desrespeitados a despeito de suas respectivas histórias e atirados aos leões ao menor sinal de crise. Isto não significa que tudo se repetirá com Casares mas a história recente do Tricolor nos obriga a manter um pé atrás.
A identificação dos ídolos com o clube, ademais, não oferece nenhuma garantia de que o sucesso nos gramados se repetirá nos escritórios. Zico, por exemplo, não se deu bem como dirigente no Flamengo. O mesmo ocorreu com o zagueiro William, ex-capitão do Corinthians, que acabou deixando o Timão poucos meses após ser nomeado como gerente na instituição.
Muricy, Kaká, Raí, Lugano ou qualquer outro ídolo do São Paulo é sempre bem-vindo ao clube. Mas os acontecimentos recentes obrigam que o autor veja o assunto com muito mais desconfiança do que otimismo.
Há a possibilidade de Raí permanecer no São Paulo (imagem extraída de www.facebook.com/saopaulofc) |
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