quarta-feira, 10 de janeiro de 2024

Por Que "Não"?

Juan Pablo Vojvoda preferiu seguir no Fortaleza a fechar com o
São Paulo (imagem extraída de www.facebook.com/FortalezaEC).



O São Paulo foi surpreendido no início da temporada e perdeu o Dorival Júnior para a Seleção Brasileira. Apesar dos riscos no cargo (o técnico foi indicado por Ednaldo Rodrigues que voltou à presidência da CBF por liminar e há o risco dos dois caírem), o paulista foi atrás de seu sonho de comandar o Escrete Canarinho. Resta ao Tricolor buscar por outro treinador mas a tarefa não tem sido fácil.

O Soberano sondou Juan Pablo Vojvoda (do Fortaleza) e Pedro Caixinha (do Red Bull Bragantino) mas os dois treinadores recusaram sem hesitar. Outros nomes ventilados pela imprensa foram António Oliveira (do Cuiabá) e Luis Zubeldía (ex-LDU, atualmente sem clube). O filho de Dorival Júnior, Lucas Silvestre, treina a equipe enquanto um substituto não é anunciado.

Vojvoda e Caixinha certamente teriam aceitado o convite do São Paulo há quinze anos atrás quando o clube era "exemplo de gestão", oferecia estabilidade aos treinadores e pagava os jogadores em dia. Como consequência, o Tricolor empilhava conquistas durante os anos 2000 enquanto os rivais estaduais sofriam para se manterem na Série A.

Hoje, contudo, o São Paulo parou no tempo (ou retrocedeu mesmo) enquanto os rivais correram atrás do prejuízo e se modernizaram. O Tricolor passou a contratar sem critério, mudar de treinador a cada sinal de crise, as dívidas aumentaram e houve até mesmo atrasos nos vencimentos. Tudo isto justifica o jejum de títulos entre 2012 a 2021 e também os constantes sufocos na tabela.



Pedro Caixinha também recusou o São Paulo e preferiu seguir no
Bragantino (imagem extraída de www.facebook.com/RedBullBragantino).



Fortaleza e Bragantino não possuem a tradição ou os títulos do São Paulo mas são clubes modernos com gestões (aparentemente) responsáveis, infraestrutura e possuem projetos bem definidos a longo prazo. O Tricolor, como escreveu o jornalista Rodrigo Capelo, "parou de piorar" mas ainda se mostra atrasado se comparado ao Laion ou à Massa Bruta sob a ótica administrativa.

Vojvoda e Caixinha, ademais, certamente sabem que o São Paulo se tornou uma máquina de moer treinadores desde 2009 e preferiram a estabilidade oferecida por seus respectivos clubes a um salário mais alto. Nem mesmo os troféus ou a história na instituição serviram para segurar o emprego dos técnicos, casos de Ney Franco (campeão da Sulamericana em 2012), Hernán Crespo (venceu o Paulistão em 2021) e Rogério Ceni (um dos maiores ídolos do Tricolor).

O São Paulo, portanto, ainda está com o "nome sujo" neste momento e terá de lutar muito para recuperar o respeito que ostentava durante os anos 2000. O clube tem dado indícios de melhoras com a conquista da inédita Copa do Brasil mas ainda necessita de modernização se quiser voltar aos seus dias de glória. Não obstante, a instituição ainda se mostra bastante susceptível ao humor de sua torcida e dos seus conselheiros.

A recusa de Vojvoda e Caixinha são reflexos dos erros que o Tricolor cometeu entre 2009 e 2022. O clube pode ostentar a tradição e o dinheiro que possuir mas jamais se tornará um lugar desejado para treinadores e jogadores se não for administrado da maneira adequada.



Luis Zubeldía, atual campeão da Sulamericana, seria o alvo do São Paulo
(imagem extraída de www.facebook.com/LigaDeportivaUniversitariaOficial).




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