terça-feira, 28 de julho de 2015

O Bayern do Guardiola

Imagem extraída do Facebook oficial de Bastian Schweinsteiger- https://www.facebook.com/BastianSchweinsteiger/



Sou fã do Tiki-Taka, do treinador Josep Guardiola (à esquerda na foto) e de sua filosofia de jogo. Mas o que o treinador catalão vem fazendo em seu atual clube, o Bayern München (ou "Bayern de Munique") é algo, no mínimo, questionável.

Guardiola assumiu a equipe na temporada 2013-14. O Bayern havia acabado de conquistar a "Tríplice Coroa" (Bundesliga, DFB-Pokal e Champions League) sob a batuta do hoje aposentado Jupp Heynckes.

A equipe de Heynckes apresentou o melhor do atual futebol alemão ao combinar jogo coletivo, ofensividade, marcação no campo de ataque e dribles. O passado da escola alemã, contudo, ainda estava presente, com atletas altos, fortes, defesa sólida, muita aplicação e velocidade em campo.

Heynckes, portanto, havia unido o que o futebol alemão possuía de melhor no passado com as tendências do futebol atual, como posse de bola e compactação (não gosto dessa palavra).



FC Bayern München 4-2-3-1 football formation
O Bayern da temporada 2012-13 (obtido via footballuser.com).



Guardiola recebeu uma equipe montada. Obviamente, o time necessitava de uma ou outra modificação, em especial alguns jogadores trintões que já estavam sofrendo com frequentes lesões. Havia atletas no banco de reservas que poderiam herdar as posições dos veteranos, como Badstuber, Kroos e Shaqiri. Tudo o que o treinador catalão precisava, portanto, era substituir gradualmente os veteranos pelos mais jovens -quase todos formados na própria base do Bayern, assim como acontece no Barcelona.

Pensei, obviamente, que Guardiola fosse utilizar sua experiência adquirida no Barcelona para dar mais chances aos garotos da base. Óbvio que o Tiki-Taka seria adotado, mas acreditei, também, que o futebol de posse de bola típico da Espanha pudesse ser combinado com o jogo mais físico da Alemanha. O Borussia Dortmund é o maior exemplo, com o time se movimentando intensamente em campo e jogando sem rifar a bola.



FC Bayern München 4-2-3-1 football formation
Um Bayern hipotético armado em 4-2-3-1 já sem alguns dos
jogadores trintões. Mario Götze, que pertencia ao
Borussia Dortmund, havia sido contratado ainda em meio
a temporada 2012-13, o que justificaria sua presença nesta
equipe hipotética (obtido via footballuser.com).



Guardiola, porém, causou um verdadeiro terremoto no clube bávaro. De cara, encostou vários atletas, como Mandžukić e Shaqiri. Outros, como Lahm e Müller, passaram a atuar em posições diferentes das que estavam habituados, com o meia atuando como "falso nove" e o lateral jogando de volante. Uma leva de atletas espanhóis -Xabi Alonso, Juan Bernat e Thiago Alcântara- desembarcou na Allianz Arena. E todos foram, aos poucos, chegando à titularidade.

O treinador catalão havia iniciado um claro processo de "espanholização" do clube. Não que isso fosse necessariamente ruim, afinal Guardiola é um grande treinador e havia revolucionado o futebol em seus anos de Barça.

Era evidente, no entanto, que o técnico estava alterando a essência do Bayern, justamente o mais alemão dos clubes e base da Mannschaft. O jogo vibrante de outras temporadas havia sido substituído pelo Tiki-Taka. E muitos dos jogadores, visivelmente, não se sentiam à vontade no novo estilo de jogo.



FC Bayern München 4-4-2 football formation
Uma das formações adotadas por Guardiola durante a
temporada 2014-15. É verdade que parte dos improvisos se
deveu a desfalques importantes, como Ribéry e Robben.
Mas o time, visivelmente, não se mostrou muito à vontade
com as mudanças (obtido via footballuser.com).



A saída do volante Bastian Schweinsteiger, a meu ver, foi o resumo das mudanças ocorridas no Bayern durante a gestão Guardiola. Basti é o jogador que melhor representa o futebol alemão na atualidade, ao unir força física com habilidade com a bola.

Schweinsteiger estava no Bayern desde as categorias de base e jamais havia trocado a camisa do time bávaro por nenhuma outra, senão a da Seleção Alemã.

Não há evidências de que o jogador tenha tido qualquer desentendimento com o treinador Pep Guardiola -oficialmente, o volante transferiu-se para o Manchester United a convite de seu amigo Louis Van Gaal, que dirige os Red Devils atualmente. Porém, houve uma razão muito forte para que Basti tenha deixado o clube que defende desde as categorias de base.

O Bayern mudou profundamente desde a vinda do treinador catalão e as mudanças afetaram o time como um todo.

Schweinsteiger também foi atingido por esta mudança. Justamente ele que sempre foi símbolo de identificação e comprometimento com o Bayern München.



Imagem extraída do Facebook oficial de Bastian Schweinsteiger- https://www.facebook.com/BastianSchweinsteiger/



Leia mais:

ESPN- Sem Schweinsteiger, Bayern perde parte da identidade: http://espnfc.espn.uol.com.br/bayern-de-munique/bayern-a-secco/5290-sem-schweinsteiger-bayern-perde-parte-da-identidade



MARCELO OLIVEIRA DÁ O PLÁ

Que delícia ver o Palmeiras de Marcelo Oliveira jogar! Trata-se de uma equipe moderna, que atua compactada (olha a palavra da moda aí de novo), movimenta-se bastante e fica com a bola o tempo todo. Marcelo, inclusive, declarou em entrevista o quanto o nosso futebol precisa aprender com os europeus utilizando justamente estes argumentos. Pena que a maioria dos times ainda acha que jogar pelo resultado seja muito mais importante do que buscar jogo, como faz o Verdão de Marcelo Oliveira. E ainda alguns dizem com uma soberba impressionante que o nosso futebol é o melhor do mundo.



SE ARREPENDIMENTO MATASSE...

O Cruzeiro se desfez de quase todo o seu time titular de 2014. Era óbvio que o treinador Marcelo Oliveira não conseguiria montar um novo time a curto prazo. Conseguiu chegar às quartas-de-final da Libertadores e, mesmo assim, foi demitido injustamente. Hoje, a Raposa patina na tabela enquanto o Palmeiras, sob o comando de Marcelo, está fazendo progressos. Deve ter cruzeirense lamentando até agora a mudança de treinador.


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