quinta-feira, 30 de julho de 2015

Desapega

Imagem extraída de https://www.facebook.com/AFASeleccionArgentina/



Tão difícil quanto formar um bom time é despegar de uma grande geração de atletas. Alguns jogadores são tão bons que relutamos em abrir mão deles, mesmo que estejam em decadência física ou técnica.

O tempo, infelizmente, chega para todos. A idade e as lesões, em dado momento, não permitem que o jogador mantenha seu nível técnico em campo por mais talento que o atleta possua. E isto, obviamente, interfere no desempenho das equipes.

A Espanha disputou a Copa 2014 com praticamente o mesmo elenco campeão de 2010. Alguns jogadores, porém, sentiram o peso da idade, como foram os casos de Xavi, David Villa e Xabi Alonso. Mesmo erro cometido pela Itália em 2010, que insistiu com Cannavaro, Gattuso, Zambrotta e outros trintões.

Há, obviamente, exceções. Miroslav Klose, por exemplo, fez uma Copa do Mundo brilhante em 2014 a despeito de seus 36 anos e das muitas lesões na carreira. Mas, infelizmente, o centroavante alemão é uma das pouquíssimas exceções de atletas que conseguem desafiar o tempo.

Muitos dos atletas da geração atual dificilmente terão condições físicas para disputar a Copa do Mundo 2018, a ser realizada na Rússia. Um jogador nascido em 1984, por exemplo, estará com 33 ou 34 anos de idade quando o Mundial for realizado. São os casos de Robinho, Thiago Silva, Mascherano, Tévez, Maxi Pereira, Schweinsteiger, Iniesta, ... Um ou outro até pode permanecer para dar experiência ao grupo, mas manter uma base muito envelhecida é extremamente arriscado devido às limitações físicas impostas pela idade.

Será que a sua seleção preferida precisará renovar o elenco para daqui a três anos? Fiz uma relação de atletas que estarão com trinta anos ou mais em 2018. Caso haja muitos nomes assim em seu time, é melhor o treinador começar a dar quilometragem para os mais jovens.

Em negrito, estão marcados os atletas que dificilmente terão idade para jogar o próximo mundial.



BRASIL: Jefferson (terá 35 anos em 2018), Dani Alves (35), David Luiz (31), Thiago Silva (34), Marcelo (30), Fernandinho (33), Robinho (34), Tardelli (33)

O problema dos treinadores brasileiros é a falta de ousadia e de paciência com os jogadores mais jovens: como eles são muito pressionados por resultados a curto prazo, os técnicos acabam se apegando a atletas mais experientes ao invés de dar quilometragem para os garotos visando o futuro. Neymar (nascido em 1992) ainda deve ter lenha para jogar as próximas duas Copas do Mundo.



ARGENTINA: Romero (31), Zabaleta (33), Garay (32), Otamendi (30), Biglia (32), Mascherano (34), Agüero (30), Messi (31), Di María (31)

Messi, pela idade, deve disputar seu último mundial em 2018. O maior problema na Argentina, contudo, é a defesa, que estará bem envelhecida para a próxima Copa e, até o momento, o país revelou poucos jogadores de nível para ocupar tais posições.



URUGUAI: Muslera (32), Maxi Pereira (34), Godín (32), Álvaro Pereira (33), Arévalo (36), Gargano (34), Suárez (31), Cavani (31)

Para a felicidade do torcedor uruguaio, Suárez e Cavani deverão ter lenha para queimar até 2018. Por outro lado, esta geração, que joga desde o Mundial de 2010, precisa iniciar uma renovação, afinal o desempenho da Celeste nas últimas competições disputadas foi bem abaixo do esperado.



CHILE: Bravo (35), Isla (30), Jara (33), Mena (30), Vidal (31), Medel (31), Valdívia (35), Alexis Sánchez (30)

A base que venceu a Copa América 2015 deve ser mantida para este ciclo. Bravo, Jara e Valdívia, porém, dificilmente ficam até a próxima Copa.



COLÔMBIA: Ospina (30), Zúñiga (33), Zapata (32), Armero (32), Cuadrado (30), Jackson Martínez (32), Falcao (32)

A Colômbia, felizmente, tem formado muitos atletas talentosos nos últimos anos e, provavelmente, haverá boas peças de reposição. Não obstante, o time atual é bastante jovem e não deve haver muitos problemas com a idade de seus atletas para este ciclo.



Imagem extraída do Facebook oficial de Lukas Podolski- https://www.facebook.com/LukasPodolski/



ALEMANHA: Neuer (32), Boateng (31), Hummels (30), Schweinsteiger (34), Khedira (31), Özil (30), Podolski (33)

Como o treinador Joachim Löw costuma dar muitas oportunidades a jogadores mais jovens, a Alemanha dificilmente terá problemas em efetuar sua renovação. O único problema é que o time está órfão de Philipp Lahm, ex-capitão da equipe e um lateral praticamente insubstituível.



ESPANHA: Casillas (37), Sergio Ramos (32), Piqué (31), Busquets (30), Fábregas (31), Iniesta (34), Pedro (31), Cazorla (34), David Silva (32)

A Furia, felizmente, não mudou sua política de investir nas categorias de base após o fracasso de 2014. As possíveis ausências de Casillas e Iniesta, contudo, podem ser um problema.



ITÁLIA: Buffon (40), Ranocchia (31), Chiellini (34), Bonucci (31), Pirlo (39), Candreva (31), Marchisio (32), Pellè (33)

O grande problema do futebol italiano é que os grandes clubes do país investem timidamente nas suas bases, preferindo comprar o talento pronto. A Azurra, em decorrência disto, tem lançado mão de atletas naturalizados, os chamados oriundi. Os capitães Pirlo e Buffon não demonstram vontade de parar apesar da idade. Será?



HOLANDA: Vlaar (33), Nigel De Jong (34), Robben (34), Sneijder (34), Van Persie (35)

Como se vê, boa parte do atual ataque da Seleção Holandesa é composta por atletas trintões. Será que eles  ainda terão fôlego em 2018?



FRANÇA: Lloris (32), Koscielny (33), Evra (37), Cabaye (32), Matuidi (31), Valbuena (34), Benzema (31), Ribéry (35)

Os franceses, felizmente, aprenderam com os erros de 2010 e a seleção do país tem investido forte em suas categorias de base em busca de novos talentos. Coloquei aqui o nome de Franck Ribéry devido à grande pressão para que o winger do Bayern volte a defender os Bleus neste ciclo, mas ele dificilmente irá à Rússia em 2018.



BÉLGICA: Kompany (31), Vertonghen (31)

A equipe que disputou a Copa 2014 era formada quase que totalmente por jogadores de 23 anos ou menos. Os Diables Rouges, portanto, têm time para jogar pelo menos duas copas do mundo. E há mais garotos engatilhados para os próximos anos.



CROÁCIA: Subašić (34), Srna (36), Pranjić (37), Rakitić (30), Modrić (33), Mandžukić (32), Olić (39)

Os times da Croácia também têm revelado muitos atletas de talento, principalmente nas posições de ataque. As possíveis ausências de Srna e Modrić, contudo, podem ser um problema para a Copa 2018.



Imagem extraída do Facebook oficial de Robin Van Persie- https://www.facebook.com/RobinvanPersie/


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