segunda-feira, 1 de julho de 2024

Jogo de Xadrez

Kolo Muani fez o único gol da partida (imagem
extraída de www.facebook.com/EURO2024).



Sun Tzu escreveu em sua obra A Arte da Guerra: "quando se fortalece a vanguarda, a retaguarda fica enfraquecida e vice-versa". França e Bélgica, tendo em mente a força de seus rivais, realizaram uma partida muito mais de estratégia do que de futebol, sempre com muita cautela para não se exporem demais aos habilidosos atacantes adversários. Muitos jornalistas, em decorrência disto, costumam comparar confrontos como os de hoje com jogos de xadrez.

Didier Deschamps escalou a França em 4-3-3 sem Dembélé e com três volantes (Tchouaméni, Kanté e Rabiot). Domenico Tedesco, por sua vez, surpreendeu e enviou a Bélgica com diversas mudanças: 4-4-2 com Carrasco na ponta direita; De Bruyne e Onana como meias centrais; e Openda e Lukaku com liberdade no ataque.

Os Bleus buscaram o ataque pelas pontas mas pouco conseguiram se infiltrar nas duas linhas de quatro belgas. Os Diables Rouges, por sua vez, preencheram todo a intermediária com seu 4-4-2 e responderam usando seus quatro meio-campistas, principalmente Carrasco aproveitando as subidas de Theo e Mbappé.

O primeiro tempo foi muito mais de cautela e "estudo" com ambas as equipes tomando o máximo de cuidado para não se exporem demais. A França tentou uma pressão durante os cinco minutos finais com alguns chutes de fora da área mas não conseguiu transpor a defesa belga.



França, em 4-3-3, tenta a infiltração pelas ponta mas não consegue
furar a defesa belga. Bélgica, em 4-4-2, ocupa toda a intermediária
e responde com seus meio-campistas tentando acionar os dois
atacantes (imagem obtida via this11.com).



Os dois times retornam sem mudanças e seguem no "jogo de xadrez". Tedesco troca o atacante Openda pelo volante Mangala mudando o esquema para 4-2-3-1 e a Bélgica assume de vez o propósito de atuar no contra-ataque. Deschamps, por sua vez, tira o apagado Thuram para a entrada de Kolo Muani.

Os Diables Rouges, durante os 15 minutos finais, tentam surpreender os Bleus com linhas altas e usando Lukaku para "trombar" com a zaga francesa. A França, porém, consegue se defender e, enfim, encontra espaço para contra-ataques. Em uma rápida troca de passes, Kanté serve Kolo Muani para fazer o único gol do jogo -o tento foi dado contra para a Bélgica pelo chute ter desviado em Vertonghen. Tedesco apela para De Ketelaere e Lukebaio mas a ansiedade já havia consumido seus jogadores.

França leva a melhor no "jogo de xadrez". Ainda que a partida tenha sido muito truncada e até monótona, não se pode tecer muitas críticas aos treinadores, afinal ambos conheciam o potencial de seus adversários e sabiam que o menor erro poderia custar caro. E o erro da Bélgica ao se expor acabou custando a eliminação dos Diables Rouges.



Imagem extraída de www.facebook.com/EURO2024




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