segunda-feira, 7 de setembro de 2020

Clubes, Utilizem Mais a Base

Gabriel Veron garantiu a virada do Palmeiras sobre o
Bragantino (reprodução www.instagram.com/gabrielveron/)



Os clubes brasileiros em tempos de crise e de pandemia precisam lançar mão de soluções criativas para manterem as finanças em dia. Não há como arrecadar com bilheteria devido aos jogos sem público, os patrocinadores não têm como pagar os valores elevados de outrora e os estrangeiros dificilmente farão propostas grandiosas pelos nossos jogadores.

Os efeitos da crise aparecem em campo com salários atrasados, desmanches de elencos, instituições em situação deficitária, dispensas visando aliviar a folha salarial, dificuldades em realizar contratações, entre outros. São poucos os clubes que não foram afetados pela pandemia.

Uma solução que os clubes poderiam lançar mão para atenuar os efeitos da crise seria justamente utilizar mais os jogadores formados nas próprias instituições.

Sim, utilizar a base solucionaria muitos dos problemas enfrentados pelos clubes: são jogadores mais baratos de se manter por terem salários menores que atletas "consagrados", eles compensariam a falta de contratações e renderiam lucros às instituições mesmo que saíssem de graça -a FIFA possui um mecanismo de "solidariedade" que garante uma porcentagem aos clubes formadores em caso de transferências futuras.

Cabe ainda mencionar a parte motivacional, afinal a maioria dos garotos ama o clube que defende e eles geralmente se empenham mais em campo porque desejam se destacar o quanto antes, seja para cavarem uma vaga no time principal, seja para buscarem transferência para algum time europeu.


Brenner fez um dos gols da vitória são-paulina sobre o
Fluminense (reprodução www.instagram.com/_brenner00/)



Um dos grandes obstáculos para o uso da base, contudo, são os próprios treinadores. O imediatismo dos resultados faz com que os técnicos prefiram comprar o talento pronto ao invés de aguardar o desenvolvimento dos garotos. Não foram raros os jogadores que deixaram seus clubes amargurados pela falta de espaço e de perspectiva.

Torcedores, da mesma forma, também atrapalham na transição da base para o time profissional. Garotos erram muito em campo pela falta de experiência ou pelo nervosismo. A maioria dos fãs acaba por fazer cobranças desproporcionais à garotada sem compreender que a maturidade leva tempo para ser atingida.

Os clubes podem e devem utilizar suas bases. Os garotos seriam extremamente úteis neste período de crise, mas será necessário um pouco de compreensão para que aquele menino de hoje possa se tornar um craque amanhã. 



Pepê foi lapidado nas categorias de base do Grêmio e já chama
a atenção de clubes europeus (reprodução www.instagram.com/pepe/)




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