A Forra de Diniz

Imagem extraída de www.facebook.com/saopaulofc/

Fernando Diniz, enfim, foi à forra com seus críticos. O treinador que passou o mês de agosto sendo cobrado pela eliminação do Campeonato Paulista, deu uma resposta àqueles que exigiam sua demissão.
 
O São Paulo de Diniz engatou uma boa sequência no Brasileirão. Já são quatro jogos consecutivos sem derrota sendo três vitórias seguidas e a vice-liderança no campeonato. A crise que ameaçava afundar o Morumbi parece ter perdido força e o Tricolor parece ter encontrado alguma luz no fim do túnel.
 
O treinador, porém, precisou enfrentar uma verdadeira via crúcis desde a fatídica eliminação para o Mirassol até o triunfo sobre o Corinthians no último domingo. A bronca da torcida com o técnico já havia começado antes da queda no Paulistão, quando o São Paulo recusou-se a entregar um jogo contra o Guarani, o que eliminaria justamente o rival da Zona Leste. A derrota nas quartas-de-final diante do Leão fez explodir uma campanha exigindo a cabeça do comandante.
 
A demissão de Diniz era dada como certa, mas Raí bancou o treinador. E mais: em virtude do presidente Leco estar em seu último ano de mandato, os dirigentes chegaram à conclusão de que não valeria a pena mudar o comando neste momento. A sorte estava ao lado do técnico apesar da crise e dos protestos.
 
O treinador passou a realizar mudanças radicais na equipe. Saiu o "dinizismo" e entrou o futebol de resultados com o time mais preocupado em evitar os gols do que fazê-los. Medalhões como Arboleda, Hernanes e Pato foram barrados -o atacante paranaense acabou rescindindo contrato após perder espaço novamente. Garotos revelados pelo CT de Cotia, em contrapartida, passaram a ganhar minutos em campo.

Diniz soube utilizar o tempo e o respaldo que obteve a seu favor. Ajustes e testes foram feitos a despeito dos constantes protestos do torcedor. Os placares minguaram mesmo diante de adversários com elencos mais fracos e o jogo praticado tornou-se pragmático. Os resultados, contudo, foram reaparecendo aos poucos.
 
 

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A redenção veio com uma improvável vitória no Majestoso -o resultado mais crível seria um empate devido a instabilidade dos dois rivais. Mesmo com desfalques importantes (Reinaldo e Dani Alves), as apostas e as convicções de Diniz se mostraram certeiras. A equipe não jogou um futebol brilhante (em parte, devido ao calor intenso do meio-dia), mas convenceu em campo. E, mais importante, conseguiu o resultado.

Diniz, discretamente, tratou de responder às críticas durante a coletiva pós-jogo. Com a alma lavada, pôde externar um pouco do sofrimento que passou durante o turbulento mês de agosto e agora terá um pouco de paz para dar sequência ao seu trabalho.

Não concordei, contudo, quando o treinador afirmou que "o São Paulo iria brigar pelo título". O Tricolor possui um elenco apenas "bom" e um banco de reservas "decente". Ainda está abaixo dos favoritos Grêmio, Flamengo, Palmeiras ou Atlético Mineiro. Isso sem mencionar que mais atletas deverão ser negociados nos próximos dias visando aliviar o déficit financeiro do Soberano.

Menos, Diniz. Menos.

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