quinta-feira, 9 de março de 2023

Já Passou da Hora de Questionarmos Guardiola

Imagem extraída de www.facebook.com/mancity



Guardiola é um dos maiores treinadores de todos os tempos. O ex-volante junto com Vicente del Bosque e o finado Luis Aragonés revolucionou o esporte com o belo Tiki-Taka no final dos anos 2000. Mais do que isso, o trio de técnicos encontrou um meio de superar adversários alemães, italianos e ingleses (equipes que se valiam da força física e de defesas sólidas) com jogadores fracos e baixinhos adotando a filosofia de que "a bola é quem deve correr, não os atletas".

O catalão evoluiu bastante sob o aspecto tático após deixar o Barcelona em 2012. Guardiola hoje é bem mais receptivo com jogadores grandões como Haaland ou Lewandowski. O treinador atualmente também aceita métodos que jamais adotaria na Catalunha como imposição física, pragmatismo ou bolas altas.

O treinador, contudo, ainda não conseguiu repetir por outras equipes o desempenho que obtivera com o Barcelona na Champions League. O máximo que conseguiu foi chegar à final da edição 2020-21 quando o seu Manchester City, na ânsia de atacar, ofereceu muitos espaços ao Chelsea e só não foi goleado porque os Blues se esqueceram de calibrar a mira. 

Guardiola, mesmo sem a cobiçada "Orelhuda", ainda é presença constante entre os melhores técnicos na eleição da FIFA ano após ano. Não se discute o talento do catalão com a prancheta mas será que o ex-volante realmente merecia concorrer ao prêmio mesmo sem o título de uma Champions League ou de uma Copa do Mundo? Mais do que isso: não deveríamos esquecer um pouco o seu passado glorioso no Barcelona e questioná-lo pelo seu desempenho recente?



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Muitos dos comunicadores ainda relutam em criticar Guardiola, provavelmente se apegando às memórias de seu trabalho no Barcelona -eu mesmo era assim. Alguns jornalistas, contudo, afirmam que o técnico "pensa demais" antes de cada jogo e acaba inventando em partidas decisivas. Na final contra o Chelsea, por exemplo, ele resolveu escalar Sterling apesar do atacante ter sido pouco utilizado na Champions daquele ano.

Guardiola é um bom técnico mas não pode ser poupado de críticas, sobretudo quando forem pertinentes. Todo treinador é um ser humano: erra, acerta, vence e perde. Foi assim com Jupp Heynckes, Carlo Ancelotti, José Mourinho, Jorge Jesus ou Abel Ferreira. Por que com o catalão deveria ser diferente?

O treinador, ademais, precisa ser cobrado por ainda não ter cumprido a sua principal meta que é vencer a Champions League. Todos sabem que os proprietários do City contrataram o catalão justamente para levar os Citizens ao inédito título europeu e Guardiola, que está prestes a completar sete anos no clube, sequer conseguiu uma Europa League. Reforços e respaldo nunca lhe faltaram, mas em muitas partidas ficou evidente que o técnico poderia ter feito melhor.

Guardiola revolucionou o futebol e seus feitos jamais devem ser esquecidos. Mas o esporte evolui e os treinadores também precisam se modernizar junto para não se tornarem ultrapassados. O catalão ainda merece ser celebrado pelos seus feitos mas não pode viver apenas de seu passado glorioso. O técnico deve, sim, ser questionado e cobrado por eventuais falhas.



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