quarta-feira, 31 de julho de 2024

Zubeldía e Rebeldia

Imagem extraída de www.facebook.com/saopaulofc



Luis Zubeldía está há pouco mais de três meses no comando do São Paulo e já possui um recorde negativo pelo Tricolor. O argentino levou doze cartões, sendo oito no Campeonato Brasileiro, e já recebeu mais advertências que Abel Ferreira, sendo o treinador mais indisciplinado da competição até o momento.

A personalidade explosiva do treinador, paradoxalmente, é um dos motivos pela melhora do rendimento do Tricolor desde a contratação do argentino. São treze vitórias, seis empates e quatro derrotas desde a chegada do chegada do ex-meia em maio deste ano.

O São Paulo, aparentemente, havia se acomodado com Thiago Carpini após a conquista da Supercopa do Brasil diante do arquirrival Palmeiras, o que ocasionou a queda de rendimento da equipe e consequente eliminação do Campeonato Paulista. Os dirigentes tricolores, então, trocaram o paternalismo do ex-volante pela intensidade de Zubeldía e os resultados não tardaram a reaparecer.



Imagem extraída de www.facebook.com/saopaulofc



Muitos escritores afirmam que o grupo sempre é reflexo de um líder. Logo, pode-se concluir que a personalidade enérgica de Zubeldía conquistou o elenco, fazendo do São Paulo um time muito mais intenso, agressivo e até faltoso. Nem todas as partidas foram boas sob o comando do argentino sob a ótica técnica, mas foram pouquíssimas em que a equipe atuou com apatia -talvez a única tenha sido a derrota por 4x1 diante do Vasco.

É improvável, portanto, que o São Paulo tome providências contra a agressividade de Zubeldía, até porque sua personalidade enérgica foi um dos fatores que iniciaram a reação do Tricolor na temporada. É como a relação entre Palmeiras e Abel Ferreira: o estilo irrequieto do português faz com que o Verdão se mantenha competitivo campeonato após campeonato, por mais cartões ou suspensões que o lusitano receba.

Zubeldía foi responsável por recolocar e também manter o São Paulo nos trilhos após alguns princípios de crise. Por mais a que a indisciplina do treinador seja prejudicial ao time, ela pode ser vista como um "efeito colateral" da reação tricolor. Resta saber se o argentino não enfrentará os mesmos problemas que o português, que escapou de punições pesadas por parte da CBF e do STJD pelas suas atitudes.



Imagem extraída de www.facebook.com/saopaulofc




segunda-feira, 29 de julho de 2024

Como o Separatismo Contribuiu com o Tetracampeonato da Espanha

Lamine Yamal e Nico Williams: nascidos na Catalunha e Navarra,
respectivamente (imagem extraída de www.facebook.com/EURO2024).



Olá, leitoras e leitores! Tirei alguns dias de descanso após a maratona da Euro 2024! Foi bastante prazeroso assistir e analisar a todas as partidas da competição mas também foi bastante exaustivo! Como escrevi no meu Instagram, "se o futebol é o ópio do povo, eu tive uma overdose" após tantos jogos.

A Espanha é um país formado por 17 províncias (comunidads autónomas) sendo que muitas delas possuem culturas e idiomas próprios. Não raro, o sentimento nacionalista incita seus povos a lutarem por independência, em especial na Catalunha e no País Basco, algo que sempre fora motivo de preocupação no país ibérico. Ironicamente, tal mentalidade foi uma das responsáveis pelo tetracampeonato da Furia na Eurocopa.

O esporte sempre fora utilizado como arma política, em especial pelos países socialistas durante a Guerra Fria que viam nos jogos olímpicos uma oportunidade para humilhar os inimigos capitalistas e também para provarem sua superioridade em relação aos adversários. 

Tal mentalidade também foi adotada por clubes catalães (Barcelona) e bascos (Athletic Bilbao e Real Sociedad) que investem fortemente em suas categorias de base não apenas para conquistarem títulos mas também para formarem jogadores identificados com o sentimento nacionalista e divulgarem suas causas separatistas.



Zubimendi, Le Normand, Remiro, Merino e Oyarzabal: todos jogadores da Real
Sociedad, clube sediado no País Basco (imagem extraída de www.facebook.com/SeFutbol).



O treinador Luis de la Fuente, que já havia trabalhado nas categorias juvenis com muitos desses jogadores formados na Catalunha ou no País Basco, viu em tais esportistas a necessária renovação do elenco que ainda se mostrava preso às ideias da geração 2008-2012. Consequentemente, a maioria dos convocados para a Euro 2024 foi de atletas ou de ex-atletas de Athletic Bilbao, Barcelona e Real Sociedad.

As apostas de De la Fuente se mostraram certeiras e muito daqueles jogadores decidiram para a Furia na Euro. Tanto que foram nomeados para o "onze ideal" da competição Marc Cucurella, Dani Olmo, Lamine Yamal (nascidos em solo catalão) e Nico Willians (oriundo de Navarra). E ainda podemos mencionar Mikel Merino e Mikel Oyarzabal, ambos de etnia basca e que anotaram gols importantes para a Espanha.

O nacionalismo da Catalunha e do País Basco, paradoxalmente, acabou sendo um dos responsáveis pelo tetracampeonato da Espanha. Não fosse tal sentimento, os jovens atletas aqui mencionados jamais teriam sido revelados e Luis de la Fuente não teria tanto material humano para vencer a competição. O separatismo que tanto causa temor ao país ibérico indiretamente contribuiu com o título na Eurocopa.



Imagem extraída de www.facebook.com/SeFutbol




terça-feira, 16 de julho de 2024

Euro 2024: Balanço da Competição

Imagem extraída de www.facebook.com/SeFutbol



Encerrou-se no último domingo a Eurocopa 2024. A competição, de modo geral, apresentou jogos emocionantes e de bom nível técnico. O campeonato, obviamente, não foi impecável e algumas controvérsias deixaram manchas no evento incluindo polêmicas de arbitragem, invasões de campo, objetos arremessados nos gramados e manifestações extremistas -por parte de alguns atletas e torcedores.

As seleções apresentaram muitas propostas criativas de jogo incluindo linhas de cinco para dificultar as jogadas adversárias pelos flancos e forçar cobranças de escanteio como resposta às marcações baixas. Muitos dos times, porém, pecaram no quesito objetividade e pareciam com mais medo de perderem a posse da bola do que a partida.

Os camisas nove balançaram pouco as redes durante a competição e a artilharia do campeonato acabou bastante "diluída" -certamente reflexo da marcação baixa (em duas linhas de quatro ou de cinco) que nega os espaços próximos à área ao mesmo tempo que incentiva os chutes de longe. E, a exemplo da Euro 2020, tivemos um grande número de gols contra (dez no total) indicando que os zagueiros estão se precipitando nos lances.

Vamos, por fim, aos destaques positivos e negativos da Euro 2024!



Melhor Time- Espanha: óbvio que a campeã seria a melhor equipe da Euro 2024. Com um futebol mais intenso e objetivo, a Furia se libertou do desgastado Tiki-Taka sem abrir mão do jogo bonito. Tudo isso sem descuidar da defesa que foi vazada apenas quatro vezes ao longo da competição graças ao ótimo trabalho dos volantes e laterais que recompuseram muito bem.

Pior Time- Sérvia: lenta, faltosa e burocrática. Os Orlovi tinham elenco para irem mais longe na competição mas apresentaram um futebol feio e sonolento.

Melhor Partida- Holanda 2x3 Áustria (3ª Rodada da Fase de Grupos): duas equipes ofensivas que buscaram jogo o tempo todo Foi uma partida disputada, com muitos lances bonitos e, claro, com muitos gols.

Pior Partida- Dinamarca 0x0 Sérvia (3ª Rodada da Fase de Grupos): quando até o narrador reclama do jogo, significa que há algo de muito errado em campo.

Surpresa- Turquia: os Yıldızlılar foram até as quartas-de-final graças ao renovado elenco que combinou talento com raça. O treinador italiano Vicenzo Montella também merece créditos por utilizar bem os garotos e pelas variações táticas apresentadas em campo. Menção para a estreante Geórgia que chegou às oitavas e deu muito trabalho até às potências como Portugal e Espanha.

Decepção- Croácia: a Hrvatska deu novos indícios de que o trabalho de Zlatko Dalić e a geração de Luka Modrić "bateram no teto". Bem, havia sido assim também na Euro 2020 e os Vatreni deram a resposta no Mundial seguinte ao alcançarem um inesperado terceiro lugar. Será que a história vai se repetir? Menções para Bélgica e Itália que tinham elenco para irem bem mais longe.



SELEÇÃO DO CAMPEONATO:



Seleção da Euro 2024 escalada em 4-4-2 losango (obtido via www.footballuser.com).



Goleiro- Diogo Costa (Portugal): foi vazado apenas três vezes na competição, realizou grandes intervenções com a bola rolando e defendeu três pênaltis contra a Eslovênia. Como ainda é jovem (apenas 24 anos), deve esquentar o mercado nos próximos meses.

Lateral-Direito- Kyle Walker (Inglaterra): foi um dos jogadores mais regulares da competição com pouquíssimos erros defensivos. Também foi bem no apoio quando o esquema foi alterado para 4-1-4-1.

Zagueiro- Antonio Rüdiger (Alemanha): teve de jogar por ele e por Kimmich, que voltava pouco para marcar. Muita solidez defensiva e nenhuma vergonha quando precisou dar chutões ou cometer faltas. 

Zagueiro- John Stones (Inglaterra): mostrou porque é um dos melhores zagueiros do mundo. Muita segurança e muita versatilidade em campo.

Lateral-Esquerdo- Nuno Mendes (Portugal): uma das apostas de Roberto Martínez, o jogador do PSG entendeu-se bem com Rafael Leão e foi muito bem no apoio. Na defesa, fez sua parte.

Volante- Fabián Ruiz (Espanha): excelente trabalho no preenchimento de espaços. Prendeu a bola no campo de ataque e limitou os contra-ataques pelo meio. E ainda anotou dois gols na competição.

2º Volante/Meia Central- Marcel Sabitzer (Áustria): fez um pouco de tudo em campo. Foi cabeça-de-área, meia e falso nove. Distribuiu assistências e ainda fez um gol.

2º Volante/Meia Central- Granit Xhaka (Suíça): multiplicou-se em campo e parecia estar em todas as partes do gramado ao mesmo tempo.

Meia-Armador- Dani Olmo (Espanha): Olmo, que começou a competição como reserva, aproveitou muito bem os minutos que teve em campo e ganhou a titularidade com a lesão de Pedri. Distribuiu assistências e, de quebra, foi um dos artilheiros da competição com três gols.

Atacante- Bukayo Saka (Inglaterra): foi o jogador mais regular da Inglaterra com pouquíssimos erros ou jogos ruins. O atleta também se redimiu do pênalti perdido em 2021 com uma grande jornada na competição.

Atacante- Nico Williams (Espanha): velocidade, dribles, recomposição e muito talento em campo. Oficialmente anotou dois gols -o número só não foi maior porque a UEFA considera que alguns foram contra por terem desviado em adversários.

Treinador- Luis de la Fuente (Espanha): tinha a missão de renovar o elenco e libertar a Espanha dos vícios do Tiki-Taka. Cumpriu as duas metas com êxito e mostrou que é possível ser objetivo em campo sem abrir mão do futebol bonito.



REVELAÇÃO- Lamine Yamal (Espanha): eu estava entre Yamal e Arda Güler. A idade (17 anos) e o título pesaram para a escolha da joia catalã que demonstrou talento e muita personalidade em campo.



CRAQUE DA COMPETIÇÃO- Nico Williams (Espanha): o autor estava entre Williams e Fabián Ruiz. O atacante do Athletic foi eleito por ter feito mais gols (alguns foram dados como contra por terem desviado em rivais) e pelas exibições mais vistosas em campo enquanto o volante teve participação mais discreta.



BÔNUS- "SELEBOSTA" DA COMPETIÇÃO:



"Selebosta" da Euro 2024 escalada em 4-4-2 (obtido via www.footballuser.com).



Goleiro- Altay Bayındır (Turquia): além de sido vazado três vezes em uma partida, levou um gol contra bizarro após dormir em bola recuada por Akaydin.

Lateral-Direito- Joshua Kimmich (Alemanha): foi a alegria dos ponteiros adversários durante a competição. Uma verdadeira avenida para os rivais.

Zagueiro- Ryan Porteous (Escócia): ficou perdido com os atacantes alemães e foi merecidamente expulso (e suspenso por duas partidas) após chutar a panturrilha de Gündoğan.

Zagueiro- António Silva (Portugal): a Geórgia agradece pelos serviços prestados. Errou feio nos dois gols anotados pelos Jvarosnebi.

Lateral-Esquerdo- Kieran Trippier (Inglaterra): existe uma grande diferença entre ser um jogador versátil e um "quebra-galho". E Trippier foi apenas um "quebra-galho" na lateral esquerda.

Meia- Antonín Barák (República Checa): além de não ver a cor da bola, conseguiu levar dois cartões com apenas vinte minutos de jogo.

Volante- Ádám Nagy (Hungria): deve estar procurando Gündoğan e Xhaka até agora. Levou um baile dos meias adversários.

Volante- Nicolò Fagioli (Itália): escalado para cobrir a suspensão de Jorginho, foi presa fácil dos meias rivais. Não obstante, errou quase tudo o que tentou.

Meia- Adam Hložek (República Checa): sua "mão boba" custou um gol para o seu time e também causou um pênalti para a Geórgia.

Atacante- Romelu Lukaku (Bélgica): o "inimigo do VAR" teve diversos gols anulados pelo "impedimento semi-automático". Não obstante, desperdiçou oportunidades claras e passou a Euro 2024 em branco.

Atacante- Bruno Petković (Croácia): mal tocou na bola e viu time melhorar depois que Budimir entrou em seu lugar. Não obstante, desperdiçou um pênalti e levou uma bronca do técnico pelo lance.

Treinador- Dragan Stojković (Sérvia): errou ao sacar Tadić e fez seus dois atacantes, Vlahović e Mitrović, baterem cabeça na área. Não obstante, seu time foi lento e burocrático apesar de contar com ótimos jogadores no elenco.



FLOP DA COMPETIÇÃO- Antonín Barák (República Checa): levou dois cartões evitáveis com apenas vinte minutos de jogo. Teve muita responsabilidade pela eliminação da República Checa ainda na fase de grupos.



O atacante Nico Williams foi eleito o craque da Euro 2024
pelo autor (imagem extraída de www.facebook.com/EURO2024).




domingo, 14 de julho de 2024

Incontestável

Espanha chega ao tetracampeonato e agora é a maior vencedora
da Eurocopa (imagem extraída de www.facebook.com/EURO2024).



A Espanha é tetracampeã da Eurocopa e agora se isola como a maior vencedora da competição, desempatando com a Alemanha que ergueu três canecos. E a campanha da Furia foi totalmente irrepreensível com 100% de aproveitamento (sete vitórias em sete partidas) futebol bonito, defesa sólida, ataque eficiente e um estilo de jogo totalmente autoral assinado pelo treinador Luis de la Fuente, se desprendendo do Tiki Taka que trouxe tantas alegrias no passado mas que se mostrava totalmente desgastado.

O treinador espanhol repetiu o 4-2-3-1 utilizado contra a Alemanha -Carvajal e Le Normand, que cumpriram suspensão contra a França foram resgatados. Gareth Southgate, por sua vez, escalou a Inglaterra em 4-1-4-1 barrando o contestado Trippier para a entrada de Luke Shaw.

A Furia começou estudando o adversário com toque de bola mas não tardou a tentar o ataque com seus dois ponteiros. A Espanha bem que tentou forçar as jogadas pela direita mas a troca de Trippier por Shaw surtiu efeito e Yamal teve menos espaço.

O English Team, em princípio, respondeu pela direita com Saka, muito bem vigiado por Williams e Cucurella. Mesmo as jogadas iniciadas pela esquerda eram feitas em direção ao atacante do Arsenal. Aos poucos, os ingleses também foram utilizando também o lado esquerdo com Bellingham aberto por lá, mas o primeiro tempo terminaria em um justo empate.



Espanha, em 4-2-3-1, troca passes e tenta a infiltração pelas pontas,
mas o esquema inglês limita a ação dos espanhóis, principalmente
com Shaw na esquerda. Inglaterra, em 4-1-4-1, responde com Saka
e, posteriormente, com Bellingham agindo como um ponteiro pela
esquerda (imagem obtida via this11.com).



Luis de la Fuente troca Rodri por Zubimendi aparentemente por lesão do volante do City. A Furia adota o jogo mais direto com bolas longas e lances individuais, surpreendendo a Inglaterra. Logo nos primeiros minutos do segundo tempo, Yamal inverte uma bola para Williams abrir o placar às costas de Walker em um raro vacilo do lateral.

Southgate dá a resposta com as entradas de Watkins e Palmer nos lugares de Kane e Mainoo, enquanto De la Fuente troca Morata por Oyarzabal para fechar os espaços. A Furia adianta as linhas em busca do segundo gol mas desperdiça muitas chances claras. O English Team dá a resposta com bolas longas às costas da defesa vermelha e Palmer, em jogada pela direita, acerta um petardo de fora da área.

A Espanha, mais cautelosa, diminui o ritmo até que Cucurella, em contra-golpe rápido pela esquerda, aciona Oyarzabal que vence Stones e Pickford. Os ingleses se lançam ao ataque em desespero mas a sorte parece ao lado dos espanhóis -Dani Olmo salva uma bola quase em cima da linha do gol. A Furia consegue controlar a partida com faltas e trocando passes à espera do apito final.



Espanha surpreende a Inglaterra com seus ponteiros velozes.
Ingleses respondem recuando Rice para liberar os laterais e
com as presenças de Palmer pela direita e Watkins abrindo os
espaços na defesa. Furia, porém dá a tréplica com Cucurella
aproveitando os espaços deixados (obtido via this11.com).



Inglaterra faz boa partida mas é obrigada a se contentar com o vice pela segunda Eurocopa consecutiva. Southgate teve bom senso em tirar Trippier por Shaw mas acabou derrotado nos mínimos detalhes. Como sempre ocorre no futebol, o mata-mata não perdoa erros e o esporte sempre é decido nos pequenos pormenores.

Espanha consagra a renovação, tanto do elenco quanto do estilo de jogo. A campanha impecável durante a Euro 2024 simboliza o renascimento da Furia que havia se acomodado em 2014 e ficou devendo futebol nas últimas competições disputadas. O magnífico trabalho de Luis de la Fuente mostra que é possível mudar sem ter de abrir mão do estilo bonito e ofensivo.



Imagem extraída de www.facebook.com/EURO2024




Euro 2024: a Grande Final

Imagem extraída de www.facebook.com/EURO2024



Enfim chegou o grane dia! Espanha e Inglaterra irão lutar pelo troféu da Euro 2024! Será a renovada Furia de Luis de la Fuente contra um English Team no ápice de sua forma comandado por Gareth Southgate. Nem é necessário escrever que será um grande confronto entre duas potências do futebol com seus elencos milionários.

A Espanha chega à sua quinta final enquanto a Inglaterra estará aqui pela segunda vez. A Furia já ergueu três taças (1964, 2008 e 2012) enquanto o English Team ainda luta pela primeira conquista de sua história.

A renovada Furia de Luis de la Fuente chega bastante diferente do consagrado time de Luis Aragonés e Vicente del Bosque. O Tiki-Taka dá lugar a um estilo de jogo mais objetivo e intenso, com mais jogadas individuais e bolas longas. A Espanha até troca alguns passes como fizera contra a Albânia e a França mas há bem menos toques na bola em relação à lendária geração 2008-2012.

A Espanha atua no 4-2-3-1 atacando com seus ponteiros velocistas (Yamal e Nico Williams) tentando infiltrações ou cruzamentos na direção de Morata. Outra estratégia é subir as linhas e arriscar chutes de fora da área com os volantes Rodri e Fabián Ruiz. A recomposição é do tipo "perde-pressiona" com os marcadores tentando recuperar a bola o mais rápido possível para articular um contra-ataque o quanto antes.

Os rivais conseguiram vazar a Espanha com contra-ataques pelos lados -a Geórgia e a Alemanha fizeram seus gols a partir do espaço defendido por Cucurella. As bolas longas às costas da defesa também se mostraram eficazes (estratégia adotada pela França), embora a recomposição ibérica tenha dado conta do recado na ocasião.



Possível escalação da Espanha em 4-2-3-1 (obtido via www.footballuser.com).



O English Team de Gareth Southgate tem sido um verdadeiro paradoxo ao treinador: montar um time estrelado com o máximo de astros em campo, ou ter o bom senso e escalar os jogadores que estão rendendo melhor? O próprio blogueiro criticou o técnico por inventar Trippier na lateral esquerda ou Alexander Arnold de volante.

A Inglaterra geralmente começa as partidas em 3-4-3/3-6-1 com Walker atuando como terceiro zagueiro e Trippier subindo para o meio-de-campo. As jogadas geralmente são pela direita buscando Saka. Bellingham e Kane costumam inverter posições na frente mas o meia do Real Madrid, por vezes, atua como um atacante/ponta pela esquerda. Os ingleses costumam marcar com linhas altas de modo a preencher o campo e dificultar os contra-golpes adversários. Outra arma dos Three Lions é tentar gols durante os minutos finais quando não há mais tempo de reação.

O elo fraco da Inglaterra tem sido o lateral-direito Kieran Trippier, que atua na esquerda por sua seleção. Vários gols sofridos pelo English Team foram anotados a partir do setor defendido pelo atleta do Newcastle United.



Possível escalação da Inglaterra em 3-6-1 (obtido via www.footballuser.com).



O grande destaque da Furia, na opinião do autor, é o volante Fabián Ruiz que oferece muita solidez defensiva à Espanha e ainda é uma verdadeira ameaça com seus chutes de fora da área. Pelo English Team, o blogueiro destaca o meia-atacante Bukayo Saka que é o atleta mais regular da Inglaterra (sua única partida ruim foi contra a Suíça, quando deslocado para a esquerda) e que possui muitos recursos para improvisar jogadas.

Conheceremos o grande vencedor durante a tarde de hoje pelos canais Globo/Sportv e também pelo Cazé TV no Youtube a partir das 16h (horário de Brasília). Boa sorte a ambas as seleções e que vença a melhor! 



Imagem extraída de www.facebook.com/EURO2024




quinta-feira, 11 de julho de 2024

Euro 2024: Balanço das Semifinais

Lamine Yamal foi eleito Craque da Rodada pelo blog
(imagem extraída de www.facebook.com/EURO2024).



A Euro 2024 se encerra no próximo domingo. Confesso que até sinto uma certa tristeza afinal foi com muito prazer que aceitei o desafio de ver e analisar todas as partidas da competição, incluindo as que ocorreram de maneira simultânea durante a terceira rodada da fase de grupos.

Tivemos apenas duas partidas nesta rodada, o que explica a ausência da eleição dos melhores e piores jogos. Ambos os confrontos foram emocionantes com reviravoltas que pareciam improváveis à primeira vista. O futebol apresentado também foi de ótimo nível técnico o que justificou a presença das quatro equipes nesta etapa.

Um destaque negativo foi a incapacidade de França e Holanda lidarem psicologicamente com o cenário adverso. Os Bleus deixaram a tensão tomar conta do elenco e desperdiçaram chances muito claras por pura afobação, enquanto a Oranje parecia mais preocupada em discutir com a arbitragem do que jogar bola. Os capitães Kylian Mbappé e Virgil van Dijk, não obstante, não se mostraram bons líderes e sequer tentaram tranquilizar os companheiros em campo. Como diz o jornalista Luiz Antônio Prósperi, futebol também é jogo de força mental.

Vamos, por fim, aos destaques positivos e negativos das semifinais.



Melhor Time- Espanha: não desmoronou com as falhas de Jesús Navas e conseguiu voltar rapidamente para o jogo apesar do baque inicial. Não obstante, manteve-se fiel ao seu estilo ofensivo a despeito das adversidades.



Pior Time- França: mesmo contando com muitos craques, não conseguiu encontrar soluções para vencer a Furia e ainda se afundou psicologicamente.



SELEÇÃO DA RODADA:



Seleção das semifinais em 4-2-3-1 (imagem obtida via this11.com).



Goleiro- Jordan Pickford (Inglaterra): sem culpa no gol de Simons. Deu menos sustos que seu "concorrente" Unai Simón.

Lateral Direito- Kyle Walker (Inglaterra): seguro na defesa, melhor ainda no apoio.

Zagueiro- John Stones (Inglaterra): neutralizou Gakpo e segurou Weghorst.

Zagueiro- Aymeric Laporte (Espanha): o gol de Kolo Muani saiu pelo seu setor mas foi mais seguro do que seus "concorrentes" -Nacho e Guéhi.

Lateral Esquerdo- Marc Cucurella (Espanha): segurou Dembélé e apoiou bem pela esquerda.

Volante- Kobbie Mainoo (Inglaterra): ótima partida do garoto do Manchester United. Foi bastante atrevido em campo e buscou jogo o tempo todo.

Volante- Declan Rice (Inglaterra): teve de jogar por ele e por Trippier. Falhou no gol de Xavi Simons mas foi muito bem no restante do jogo.

Winger- Lamine Yamal (Espanha): um gol, uma assistência e muita movimentação pela direita.

Meia- Dani Olmo (Espanha): fez um gol (a bola desviou em Koundé antes de entrar) e entendeu-se muito bem com Morata, com ambos invertendo na frente.

Winger- Nico Williams (Espanha): foi o jogador mais perigoso da Espanha durante o segundo tempo. Alugou Koundé até não poder mais.

Atacante- Ollie Watkins (Inglaterra): com mais presença de área do que Kane, bagunçou a defesa da Holanda e fez o gol da classificação.

Treinador- Gareth Southgate (Inglaterra): mexeu bem no segundo tempo e acertou ao apostar em Watkins.



CRAQUE DA RODADA- Lamine Yamal (Espanha): enfim, o garoto Yamal correspondeu às expectativas criadas. Mesmo em um jogo tenso e difícil, botou a bola sob o braço e indicou o caminho aos companheiros.



FLOP DA RODADA- Jules Koundé (França): o zagueiro/lateral direito dos Bleus teve uma noite para esquecer. Fez um gol contra, foi alugado por Nico Williams e demonstrou muito nervosismo em campo.








quarta-feira, 10 de julho de 2024

O Voo do Pardal

Ollie Watkins foi o herói improvável da Inglaterra
(imagem extraída de www.facebook.com/EURO2024).



O blogueiro fez muitas críticas ao treinador Gareth Southgate ao longo da Eurocopa pelas suas invenções (improvisar Trippier na lateral esquerda ou Alexander-Arnold como volante) mas o autor precisa reconhecer que o técnico inglês foi o grande diferencial na tarde de hoje ao mexer bem no time e conseguir uma virada que parecia improvável.

Ronald Koeman escalou a Holanda em 4-2-3-1 mas trocou Bergwijn por Malen no lado direito do ataque. Southgate, por sua vez, enviou a Inglaterra em 3-6-1 "losango" com Guéhi (que cumpriu suspensão contra a Suíça) no lugar de Konsa.

O English Team foi para cima da Oranje adiantando as linhas e preenchendo o máximo de espaços para dificultar a saída de bola holandesa. O time dos Países Baixos, porém, deu a resposta pelo lado esquerdo da defesa inglesa com Malen e Dumfries explorando os buracos deixados pelo improvisado Trippier. O gol de Xavi Simons, não por acaso, saiu por lá em um belo chute em diagonal de fora da área.

A Inglaterra, que se desestabilizou com o gol sofrido, conseguiu uma resposta após Dumfries deixar um pé alto em Kane dentro da área. O próprio camisa 9 converteu o pênalti e igualou o placar. E a Oranje ainda deu azar em perder Memphis por lesão -o volante Veerman substituiu o atacante e a Holanda terminou o primeiro tempo em 4-4-2 losango.



Inglaterra, em 3-6-1 losango, ocupa os espaços e tenta pressionar
a saída de bola holandesa. Holanda, em 4-2-3-1, responde com
Malen às costas de Trippier (imagem obtida via this11.com).



Koeman troca Malen por Weghorst, desloca Simons para a ponta direita e muda o esquema para 4-3-3 com três volantes. Southgate também mexe no time tirando Trippier por Shaw e a Inglaterra passa a atuar em um 4-1-4-1/3-4-3 com Rice fazendo a "saída de três" com os zagueiros.

O English Team começa pressionando mas a Oranje, aos poucos, começa a "gostar do jogo" com Weghorst abrindo os espaços. A Inglaterra, aparentemente cansada, responde pelo lado direito com Walker e Saka. Os britânicos até conseguem virar o placar por ali mas o lateral do City é flagrado em impedimento no lance.

Southgate, então, faz duas apostas ousadas: troca Foden e Kane por Palmer e Watkins. As mudanças surtem efeito e, em um novo contra-ataque pela direita, o atacante do Aston Villa consegue virar a partida para o English Team. A Oranje, que já demonstrava sinais de irritação, perde a cabeça de vez com o gol inglês e promove um verdadeiro festival de cartões amarelos.



O grandão Weghorst consegue colocar a Inglaterra nas cordas
mas Walker e Saka respondem pela direita e encontram a
solução em Watkins (imagem obtida via this11.com).



A Holanda se despede da Eurocopa realizando grande campanha e, enfim, se redime dos vexames ocorridos entre 2014 e 2018. Apenas faltou atenção ao lado esquerdo da defesa por onde a Inglaterra passou a responder e também nervos aos jogadores dos Países Baixos. Cabe mencionar que o capitão Virgil van Dijk, como líder, deveria acalmar seus companheiros ao invés de gritar com o árbitro.

Inglaterra vai à final graças a dois heróis improváveis: o atacante Ollie Watkins, que fez o gol da virada, e o "professor pardal" Gareth Southgate que teve o bom senso de trocar Trippier por Shaw e ainda deu sorte ao apostar no definidor do Aston Villa. Às vezes, fazer o simples é muito melhor do que estratégias mirabolantes.



Imagem extraída de www.facebook.com/EURO2024




terça-feira, 9 de julho de 2024

Na Mesma Moeda

Yamal fez um gol e participou de outro (imagem
extraída de www.facebook.com/EURO2024).



A França tinha o mapa da mina em mãos: com as suspensões de Carvajal e Le Normand, a Espanha teria de escalar os envelhecidos Nacho e Navas no lado direito da defesa. Mbappé e Theo Hernández tinham tudo para brilharem em cima dos dois "velhinhos" mas não contavam que a Furia daria a resposta às costas da dupla francesa.

Luis de la Fuente escalou a Espanha em 4-2-3-1 variando para 4-4-2 com Olmo se juntando ao ataque e com as escolhas de Navas e Nacho nos lugares de Carvajal e Le Normand, respectivamente. Didier Deschamps, por sua vez, enviou a França em 4-3-3 variando para 3-4-3 (com Tchouaméni voltando para fazer a "saída de três") e com três volantes (Kanté, Rabiot e o próprio Tchouaméni).

A Furia, como sempre, tomou a iniciativa com linhas altas e usando seus dois ponteiros para se infiltrarem em diagonal ou cruzarem bolas para Morata, mas os volantes dos Bleus conseguiram negar os espaços. A França, como esperado, respondeu pela esquerda com Mbappé forçando jogadas em cima do "velhinho" Navas que vacilou no gol de Kolo Muani e ainda levou um amarelo com apenas 14 minutos de jogo.

A partida, que parecia ser uma tragédia para Navas, mudou de cenário quando o lateral do Sevilla passou a contra-atacar pelos espaços deixados por Mbappé e Theo na esquerda francesa. Yamal passou a atuar por dentro e acertou um belo chute de fora da área para empatar. Minutos depois, houve uma trama pela direita e Dani Olmo arriscou em diagonal. A bola desviou em Koundé e entrou no gol de Maignan.



Espanha, em 4-2-3-1, tenta se infiltrar com seus dois ponteiros.
França, em 4-3-3, responde pela esquerda com Mbappé forçando
as jogadas sobre Jesús Navas. Furia dá a tréplica com o lateral
do Sevilla explorando os espaços deixados por Theo e usando a
movimentação de Olmo (imagem obtida via this11.com).



Deschamps coloca Barcola, Camavinga e Griezmann nos lugares de Kolo Muani, Rabiot e Kanté alterando o esquema para um 4-2-3-1. A Furia controla a partida no toque de bola e quase sempre buscando Williams pela esquerda aproveitando o nervosismo de Koundé, visivelmente incomodado com a falha durante a primeira etapa. Os Bleus respondem com lançamentos ou forçando cobranças de escanteio mas a ansiedade dos franceses os fazem desperdiçar muitas chances claríssimas. Os ibéricos, que já haviam vencido os adversários no psicológico, apenas gastam o tempo até o apito final.

Furia vai à final graças à sua força mental visto que a Espanha não se desmanchou com o gol sofrido e soube manter os nervos no lugar até o momento para dar a resposta. Embora a partida tenha sido de Lamine Yamal (que participou dos dois gols), fica aqui uma menção honrosa a Jesús Navas que se redimiu dos erros cometidos durante os minutos iniciais.

Bleus vão embora de cabeça erguida. Fizeram uma partida correta contra a Espanha mas pecaram no aspecto psicológico visto que o time relaxou após abrir o placar e não teve nervos para construir suas jogadas durante o segundo tempo. E ainda cometeram um erro fatal ao não vigiarem o lado esquerdo de sua defesa por onde Yamal e Navas jogaram à vontade.



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segunda-feira, 8 de julho de 2024

Euro 2024: Palpites para as Semifinais

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A Euro 2024 está chegando ao fim. Nem parece que já se passaram três semanas desde o início da competição que vem nos presenteando com futebol de bom nível técnico e jogos bastante disputados. Bem, a maioria deles...

Apenas quatro seleções das 24 iniciais sobreviveram até aqui, cada uma com seus próprios méritos e métodos. Partir para o ataque ou aguardar pacientemente por um erro rival? Não importa. O futebol não tem jeito certo de jogar e o esporte premia quem faz mais gols.

As equipes foram muito mais cautelosas durante as quartas-de-final e a tendência é de que isso se repita durante as semifinais visto que as seleções não querem pôr tudo a perder agora que foram tão longe. Não esperem, portanto, por espetáculos nos gramados.

Faremos, como sempre, uma breve análise dos confrontos e daremos palpites para os jogos. Confiram!



ESPANHA X FRANÇA:

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A ofensividade da Espanha ou o pragmatismo da França? O coletivo da Furia ou os talentos individuais dos Bleus? Dois estilos totalmente opostos se confrontam. A partida deve ser muito brigada e equilibrada, mas os comandados de Luis de la Fuente têm mostrado mais futebol e recursos que os de Didier Deschamps.

Data e Horário: terça-feira, dia 9 de julho às 16:00h (horário de Brasília)

Palpite: Espanha



INGLATERRA X HOLANDA:

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A Holanda, no papel, seria a grande favorita visto que a Oranje já tem um título na competição e vem jogando um futebol mais convincente. A Inglaterra, na prática, vem tendo mais resultados apesar do jogo mais burocrático e das invenções do treinador Gareth Southgate. Os talentos individuais do English Team, ademais, vêm pesando mais durante os momentos decisivos

Data e Horário: quarta-feira, dia 10 de julho às 16:00h (horário de Brasília)

Palpite: Inglaterra



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domingo, 7 de julho de 2024

Euro 2024: Balanço das Quartas-de-Final

Dani Olmo foi eleito o craque da rodada pelo blog
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Encerraram-se ontem as quartas-de-final da Euro 2024. Como esperado, os times foram mais cautelosos em campo e deram menos "espetáculo". Os jogadores tiveram plena consciência de estavam enfrentando adversários fortes e de que o mata-mata não perdoava erros. Pelo mesmo motivo, três dos quatro jogos foram para a prorrogação e em dois tivemos disputa de pênaltis.

Interessante notar que os meia-armadores vêm fazendo uma boa Eurocopa. Com as equipes preferindo construir suas jogadas pelas laterais, seja com triangulações ou jogadas individuais, o camisa 10 vinha perdendo importância nas principais equipes da Europa. Talvez a preocupação excessiva com os flancos tenha oferecido espaço para os maestros brilharem novamente.

Vamos, então, aos destaques positivos e negativos das quartas-de-final da Euro 2024:



Melhor Partida- Holanda 2x1 Turquia: o único confronto decidido durante o tempo normal. Os dois times atuaram com um pouco mais de ousadia, o futebol demonstrado foi bonito e as equipes demonstraram brio em campo.

Pior Partida- Portugal 0x0 França: só um dos times quis jogar bola enquanto o outro visivelmente estava satisfeito com o empate.

Melhor Time- Holanda: eficiente e divertida.

Pior Time- Alemanha: prejudicada pelas mudanças do treinador Nagelsmann, a Mannschaft ficou devendo no confronto mais importante da competição. O time até melhorou com as substituições mas foi tarde demais para dar uma resposta. Isso sem mencionar que a Nationalelf foi violenta em demasia.



Seleção da Rodada:



A seleção das quartas-de-final escalada em 4-3-3 (obtido via this11.com).



Goleiro- Mike Maignan (França): foi mais exigido que seus concorrentes e terminou a rodada sem ser vazado.

Lateral-Direito- Jules Koundé (França): sofreu com Rafael Leão e Nuno Mendes em seu setor mas deu conta do recado. Também apoiou bem o ataque e converteu seu pênalti.

Zagueiro- Stefan de Vrij (Holanda): o gol de Akaydin saiu pelo seu setor mas compensou ao empatar o jogo e realizar grandes intervenções durante os minutos finais.

Zagueiro- William Saliba (França): levou um amarelo e teve mais trabalho que seu companheiro Upamecano mas Portugal teria aberto o placar se não fosse pelo zagueiro do Arsenal.

Lateral-Esquerdo- Luke Shaw (Inglaterra): jogou mais que o improvisado Trippier e melhorou a segurança pela esquerda. Pena que o treinador Southgate piorou tudo de novo ao tirar Foden, que oferecia uma cobertura melhor.

Meia- Dani Olmo (Espanha): teve de substituir o lesionado Pedri logo no primeiro tempo mas foi responsável pelos dois tentos da Furia com um gol e a assistência para Merino.

Volante- Aurélien Tchouaméni (França): já merecia aparecer nos destaques da rodada há tempos mas sempre foi superado pelos concorrentes que anotavam gols! Impressiona pela segurança e pela regularidade no meio-de-campo.

Meia- Jude Bellingham (Inglaterra): enfim uma partida boa de Bellingham. Inverteu com Foden no primeiro tempo e deu trabalho para os ótimos volantes suíços. E converteu sua cobrança nas penalidades.

Atacante- Bukayo Saka (Inglaterra): outro que merecia aparecer aqui há tempos. Fez um gol, ajudou na recomposição pela direita e converteu seu pênalti. Só não fez uma partida perfeita porque foi deslocado para a esquerda e sofreu com Widmer em seu lado.

Atacante- Wout Weghorst (Holanda): bagunçou a defesa turca e mudou o rumo do confronto.

Atacante- Cody Gakpo (Holanda): fez um gol (o tento foi dado como contra para Müldür) e foi o jogador que mais deu trabalho à Turquia.

Treinador- Ronald Koeman (Holanda): mexeu bem o time no segundo tempo e acertou ao colocar Weghorst em campo.



CRAQUE DA RODADA- Dani Olmo (Espanha): decidiu o jogo para a Furia e ainda vingou o companheiro Pedri, substituído após ser "caçado" em campo por Toni Kroos.



FLOP DA RODADA- Joshua Kimmich (Alemanha): não é de hoje que o lateral alemão vem falhando defensivamente mas ele se superou contra a Espanha. Nico Williams fez a festa pelo seu setor e a jogada do gol de Merino saiu pelo seu lado. "Menção desonrosa" para seu parceiro Leroy Sané que fez partida apagadíssima e a Mannshcaft melhorou quando Wirtz entrou em seu lugar.




O Passo do Gigante

Weghorst não fez gol mas abriu o caminho para a virada
holandesa (imagem extraída de www.facebook.com/EURO2024).



O camisa 9 andava em baixa durante a última década por influência do Barcelona e da Espanha que preferiam atacantes mais móveis em detrimento aos jogadores com mais presença de área. O sucesso dos grandões Lewandowski e Giroud, porém, provou que esse tipo de atleta ainda tem espaço no futebol, ainda que em outro contexto. Foi justamente o diferencial do gigante Wout Weghorst com seus 1,97m de altura.

Ronald Koeman repetiu a escalação contra a Romênia com 4-2-3-1 mas variando para 3-6-1 com Aké mais fixo pela esquerda. Vicenzo Montella, por sua vez, enviou a Turquia em 5-4-1 mas em uma formação mais ortodoxa, com Güler de volta à ponta direita e Yılmaz mais próximo à área.

A Oranje, como sempre, adiantou as linhas e trocou muitos passes em busca de espaço, quase sempre procurando o atacante Cody Gakpo pela esquerda, mas a linha de cinco turca dificultou os cruzamentos  e infiltrações. Os Yıldızlılar deram a resposta utilizando seu forte lado direito com Müldür, Güler e Yılmaz avançando por lá. O objetivo não era necessariamente chutar a gol, mas conseguir lances de bola parada, assim como a Turquia fizera contra a Áustria.

A Holanda teve mais posse de bola durante o primeiro tempo mas as chances da Turquia foram muito mais claras. Em uma cobrança de escanteio, o zagueiro Akaydin venceu a defesa laranja e abriu o placar para os Yıldızlılar.



Holanda, em 3-6-1, circula a bola em busca de Gakpo pela
esquerda mas esbarra na linha de cinco dos turcos. Turquia,
em 5-4-1, responde com seu forte lado direito tentando
cavar escanteios (imagem obtida via this11.com).



Koeman trocou o meia Bergwijn pelo atacante Weghorst e recuou Memphis para o meio-de-campo. Com a presença do grandão, a defesa turca perdeu o prumo e ofereceu espaços para as infiltrações holandesas.

O zagueiro De Vrij, em cobrança de escanteio, empara para a Oranje enquanto a defesa turca estava distraída com Weghorst. Gakpo, em uma dividida com Müldür, vira para a Holanda -o gol foi dado contra para o lateral. Os Yıldızlılar se lançam ao ataque para buscarem ao menos a prorrogação, mas a sua ansiedade e os defensores laranjas impedem o empate. 

Turquia se despede da Euro 2024 de cabeça erguida. A geração que havia fracassado em 2021 tem a sua redenção e a nova safra de garotos (Kaplan, Güler, Yıldız e Kılıçsoy) tem muito potencial para evoluir durante os próximos quadriênios. O treinador Montella também se recoloca no mercado após um bom desempenho na Alemanha. Os Yıldızlılar apenas precisam controlar melhor os nervos, algo que ocorrerá com o amadurecimento da equipe predominantemente jovem.

Holanda consagra seu futebol artístico mas mostra que também há espaço para a força física. Seus bons zagueiros, De Vrij e Virgil, se impuseram aos valentes atacantes turcos e o grandão Weghorst foi o grande responsável pela virada holandesa ainda que não tenha feito um gol sequer.



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sábado, 6 de julho de 2024

A Garotada Cresceu

Saka tirou a Inglaterra do sufoco e também converteu seu
pênalti (imagem extraída de www.facebook.com/EURO2024).



Os jornalistas do canal Sportv recordaram muito bem: durante a final da Euro 2020 (realizada em 2021), o treinador Gareth Southgate colocou os então garotos Jadon Sancho, Marcus Rashford e Bukayo Saka para baterem pênalti contra a Itália. A garotada sentiu a pressão do momento e os três erraram suas cobranças. Três anos depois, o mesmo Saka, agora mais maduro, se redimiu daquela noite infeliz em Wembley e salvou a Inglaterra da eliminação.

Southgate escalou a Inglaterra em 4-2-3-1 variando para 3-6-1 com Konsa no lugar do suspenso Guéhi. Murat Yakin, por sua vez, formou a Suíça em 3-4-3 repetindo a equipe utilizada contra a Itália durante as oitavas-de-final.

O English Team começou atacando utilizando seu forte lado esquerdo com Walker, Mainoo e Saka, mas o trio esbarrou na forte defesa Suíça. A Nati respondeu pela esquerda com Aebischer e Vargas aproveitando os espaços deixados pelo trio inglês, mas desperdiçaram boas oportunidades.

A Inglaterra deu a tréplica utilizando também o lado esquerdo com Belligham avançando por lá e movendo Foden para a direita. Ademais, o English Team conseguiu explorar a defesa suíça cavando escanteios, mas a partida foi bastante truncada e o primeiro tempo terminou em um justo 0x0.



Inglaterra, em 3-6-1, ataca usando seu forte lado direito.
Suíça, em 3-4-3, responde pela esquerda aproveitando os
espaços deixados pelos ingleses. O English Team dá a
tréplica invertendo Foden e Bellingham e avançando com
o camisa 10 pela esquerda (imagem obtida via this11.com).



A Nati volta mais organizada para o segundo tempo em 5-4-1, negando os espaços aos ingleses e respondendo com bolas longas às costas da defesa. Murat Yakin troca Vargas e Rieder por Zuber e Widmer para revigorar o fôlego da equipe e também para atacar mais pelo lado direito, por onde Ndoye serve Embolo para abrir o placar.

Southgate troca Konsa, Trippier e Mainoo por Eze, Shaw e Palmer, mudando o esquema para 4-4-2. Com isso, o English Team consegue confrontar a linha de cinco da Suíça e Saka, pela direita, empata para os Three Lions.

A partida vai para a prorrogação e a Suíça tenta decidir com a bola rolando atacando principalmente pela direita mas Zuber e Widmer desperdiçam muitas chances claríssimas. Yakin até apela para os improvisos de Shaqiri mas o versátil atleta não consegue desempatar. Nos pênaltis, apenas Manuel Akanji erra sua cobrança e a Inglaterra vai às semifinais.

A Nati se despede realizando uma ótima campanha e oferece esperanças ao seu torcedor ao jogar um futebol muito mais fluido e ofensivo mas sem deixar de lado a força física e a solidez defensiva. O English Team mostra ao treinador Southgate, mais uma vez, que não vale a pena insistir nas invenções -a equipe melhorou quando o improvisado Trippier deu lugar a um lateral-esquerdo de ofício, Shaw.

Saka se redime dos erros de 2021 e mostra que a garotada daquela geração está madura, pronta para grandes desafios. O atacante do Arsenal ainda mostra a importância de uma segunda chance no futebol. Na vida só aprende quem erra.



Imagem extraída de www.facebook.com/EURO2024




Revanche

A França venceu Portugal nos pênaltis e vingou o vice de
2016 (imagem extraída de www.facebook.com/EURO2024).



Julho de 2016: Portugal vence a França durante a prorrogação com um gol de Éder e conquista seu primeiro título da Eurocopa enquanto os franceses são obrigados a se contentarem com o vice em casa. Julho de 2024: doze anos depois, os Bleus dão o troco nas Quinas e os portugueses são eliminados nos pênaltis em partida dramática.

Roberto Martínez repetiu a escalação adotada durante as oitavas-de-final com o 4-2-3-1. Didier Deschamps, por sua vez, colocou Camavinga no lugar de Rabiot e lançou mão do 4-4-2 losango variando para 3-4-3, 4-3-3 ou 3-5-2 conforme a necessidade.

As Quinas buscaram mais o ataque principalmente pela esquerda com Nuno Mendes e Rafael Leão, além de usarem a movimentação de Cristiano Ronaldo para confundir a zaga rival. Os Bleus, com linhas mais baixas, preferiram interceptar os passes dos portugueses e buscar contra-golpes.

A França, aos poucos, conseguiu espaços para circular a bola no campo de ataque e testar a zaga rival. Portugal aproveitou os avanços rivais para contra-atacar, levando o jogo à uma "trocação" entre os times mas a primeira etapa terminaria em um justo 0x0.



Portugal, em 4-2-3-1, ataca principalmente pela esquerda
e usa Ronaldo para abrir espaços na zaga rival. França, em
4-3-3-/4-4-2 losango, espera com linhas baixas para roubar
a bola e tentar contra-ataques (imagem obtida via this11.com).


A partida torna-se mais equilibrada durante o segundo tempo com a França atacando um pouco mais. Deschamps troca Griezmann por Dembélé para usar mais o lado direito e também para ajudar Koundé contra Mendes e Leão. Martínez reponde tirando Bruno Fernandes para colocar Conceição, mudando o esquema para 4-4-2/4-2-4 e atacar mais também pelo lado direito. Ambas as equipes criam chances mas a prorrogação é inevitável.

A prorrogação até começa equilibrada mas as Quinas, aos poucos, vão tomando conta do jogo e os Bleus ainda perdem Mbappé, que, aparentemente, sentiu a fratura no rosto. Cansados e sem seu principal jogador, a França recua enquanto Portugal pressiona mas a partida inevitavelmente vai para os pênaltis.

Todos os jogadores acertam suas cobranças, exceto João Félix. A França, pelo placar de 5x4, supera Portugal nos pênaltis e se vinga de 2016. As Quinas até foram melhores que os Bleus com a bola rolando mas pararam na eficiência francesa e se despedem da Euro 2024.

A França, passados doze anos, enfim tem sua revanche contra Portugal pela perda do título em 2016. Ficou um gostinho de vingança para Didier Deschamps e seus comandados que viram o sonho do tricampeonato em casa ser adiado pelas Quinas justamente naquele julho fatídico.



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