quinta-feira, 20 de agosto de 2020

A Ressurreição do Camisa 9

Imagem extraída de www.facebook.com/equipedefrance/



Olivier Giroud (foto acima), 1,93m de altura. Jogador muito grande e forte, mas de pouca movimentação e um pouco desengonçado devido à sua estatura. Possui um excelente posicionamento e um faro de gol apurado, mas é pouco técnico e habilidoso, além de voltar pouco para marcar. Este, aliás, foi um dos motivos que levou à sua saída do Arsenal, que preferiu o versátil Aubameyang.

O grandalhão francês virou motivo de piada durante a Copa do Mundo 2018. O atacante foi campeão sem anotar um único gol, mas sempre foi titular absoluto com o treinador Didier Deschamps. O comandante, quando questionado, sempre saiu em defesa de seu jogador exaltando a "importância tática" de Giroud.

Se Giroud não faz gols e não volta para marcar, então que "importância tática" ele teria em campo? Por que dar espaço a um atleta assim se havia opções que poderiam ser bem mais interessantes aos Bleus, como Benzema, Gameiro, Ben Yedder, Lacazette ou afins?

Simples: Giroud ajuda o seu time sem a bola. O jogador simplesmente permanece próximo à área e mantêm a zaga adversária distraída, abrindo espaço para os companheiros de maior mobilidade. Como o atacante é muito grande e forte, ele provavelmente ganharia todas as divididas com os zagueiros rivais obrigando o adversário a mobilizar pelo menos dois defensores para segurar Olivier. Dependendo da estatura dos oponentes, até três atletas seriam necessários para deter o grandalhão.



São necessários até três marcadores para deter um jogador grande
como Lewandowski (imagem extraída de www.facebook.com/FCBayern/)!

 

Os atacantes de área, de modo geral, foram muito mal na Copa 2014, como escrevi em post há algum tempo atrás. Jogadores como Fred, Higuaín e Džeko tiveram performances fracas naquele mundial quando a marcação alta, a compactação ofensiva e a recomposição defensiva estavam decidindo os jogos. Os definidores também vinham perdendo espaço nos clubes em detrimento aos chamados "falsos noves" devido ao dinamismo do futebol atual.

Assistindo aos jogos do Bayern München nas últimas duas semanas, porém, percebi a importância tática de um camisa 9. O atacante Robert Lewandowski é mais rápido e técnico que Giroud, mas tem as mesmas características físicas que o francês: é muito grande e forte, vencendo facilmente as divididas com os defensores rivais. O polonês, além de participar das jogadas, abria espaço para os companheiros velocistas jogarem. Se Müller, Gnabry e Perišić acharam espaços para fazer seus gols, pode ter certeza que o grandalhão ajudou, mesmo que sequer tenha tocado na bola durante os lances.

Se a Copa de 2014 serviu para decretar o fim dos camisas 9, a de 2018 permitiu a "ressurreição" dos atacantes de área. Os gigantes Giroud e Lewandoski estão aí para provar que os "noves legítimos" ainda podem fazer a diferença mesmo em um futebol cada vez mais intenso.



Imagem extraída de www.facebook.com/fifaworldcup/




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