quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

O Pouco que É Muito

Imagem extraída do Facebook oficial do São Paulo- https://www.facebook.com/saopaulofc



O investimento nas categorias de base pelos grandes times brasileiros, com certeza, poderia ser melhor. Muitos dos nossos clubes raramente têm paciência para investirem ou aproveitarem garotos formados na própria entidade e preferem quase sempre comprar o talento pronto.

Assistindo a alguns jogos da Copa São Paulo de Juniores -também conhecida como "Copinha"- percebo, porém, que o pouco que os grandes clubes investem em suas pratas da casa é muito além do que os pequenos podem oferecer.

Os grandes clubes do Brasil não estão tendo absolutamente nenhuma dificuldade para golearem seus adversários "nanicos" na fase de grupos. A diferença técnica é gritante em campo. Os grandes clubes possuem profissionais e infra-estrutura que os pequenos jamais terão como adquirir e, como resultado, os garotos formados nestes grandes clubes estão sempre melhor preparados para vencer a competição.

A cada ano, o programa Globo Esporte dedica matérias aos clubes pequenos, bem como aos jogadores que os defendem. Para muitos deles, o título é algo impossível. A grande realização daqueles garotos, quase todos de origem muito humilde, é virem a São Paulo, passear em algum shopping center e, se possível, fazer algum lance bonito em campo para chamar atenção de algum clube grande. Algumas dessas matérias mostraram que a profissionalização de muitos deles é praticamente impossível em seus clubes de origem. Muitos até desistem do sonho de se tornarem jogadores de futebol diante das dificuldades.

O resultado das discrepâncias aparece em campo. É praticamente impossível algum desses pequenos bater um grande. Os placares aberrantes falam por si só.

As desigualdades não servem como parâmetro para demonstrar que os grandes clubes fazem investimentos exemplares nas categorias de base. Formamos muitos jogadores talentosos a cada ano mas nunca temos como aproveitá-los plenamente, o que obriga os nossos craques a procurarem a Europa. Fora os que perdemos por pura incompetência de "professores" (que selecionam atletas pelo físico em detrimento ao talento) e de dirigentes (que vivem dispensando garotos por desentendimentos políticos ou com empresários).

A Copinha deveria, de certa forma, servir como incentivo para os grandes clubes investirem melhor em seus meninos. Para os pequenos, deveria servir como uma maneira para se diminuir o abismo em relação aos grandes. Mas, da maneira em que é realizada, serve apenas para acomodar os grandes e iludir os pequenos.

O pouco que os grandes fazem por sua base torna-se muito diante dos pequenos.



Imagem extraída do Facebook oficial do São Paulo- https://www.facebook.com/saopaulofc

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