quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

As Surpresas Estão Acontecendo

Imagem extraída de https://www.facebook.com/pages/Vôlei-Taubaté/



Quando a temporada 2014-15 do vôlei brasileiro teve seu início, credenciei o Funvic/Taubaté (foto acima) e o Esporte Clube Pinheiros (foto abaixo) como "candidatos a surpresas". Ambos os clubes haviam feito grandes campanhas no Campeonato Paulista deste ano, com o Funvic sagrando-se campeão à frente do favorito Sesi. O Pinheiros, por sua vez, chegou às semifinais e deu muito trabalho ao campeão Molico na ocasião.

As "surpresas" estão acontecendo já na metade desta temporada, com o Funvic na vice-liderança da Superliga Masculina (atrás apenas do Sada/Cruzeiro) e o Pinheiros ocupando a quarta colocação (atrás apenas dos favoritos Unilever, Sesi e Molico). Não obstante, os dois times também surpreenderam na Copa Brasil e sagraram-se campeões em suas respectivas competições: o Taubaté eliminou o poderoso Cruzeiro na semifinal antes de derrotar o Vôlei Brasil Kirin na final em pleno Taquaral, enquanto o Pinheiros eliminou o fortíssimo Unilever na semifinal e depois derrotou o Sesi na final.

O Funvic investiu pesado para montar um time competitivo para a temporada e trouxe vários jogadores de renome, muitos com passagens pela Seleção Brasileira. A equipe conta com o central Sidão, o ponteiro Dante, o oposto Lorena e o ponteiro Lipe que, a meu ver, é o grande diferencial da equipe. "Chupita", como é conhecido, atuou pouco aqui no Brasil e fez boa parte de sua carreira na Polônia, onde é ídolo. Lipe acabou sendo "descoberto" por Bernardinho e fez grandes exibições pela Seleção. Suas exibições no Funvic são provas cabais de seu talento.

O Pinheiros, por outro lado, perdeu sua principal jogadora, a ponteira e capitã Andrea (atualmente no Unilever), mas vem se virando bem com as remanescentes da temporada passada, como a levantadora Macris, a ponteira Ellen e a líbero Léia, a principal jogadora do grupo e que vem tendo chances na Seleção de Zé Roberto.

A existência de mais equipes fortes melhora a qualidade das competições, pois torna os campeonatos mais emocionantes (e menos previsíveis) além de obrigar os demais times a melhorarem seus níveis técnicos para não acabarem sendo superados pelos rivais. Isto acaba acontecendo mesmo as equipes consideradas favoritas, que perdem sua "zona de conforto" ao serem ameaçadas por times emergentes. E o que aconteceu durante a Copa Brasil foi uma demonstração clara de que o Pinheiros e o Funvic não estão para brincadeiras.

O surgimento de mais equipes fortes também é benéfico ao nosso vôlei como um todo. Isto significa mais equipes de bom nível técnico para que nossos craques possam atuar e também mais oportunidades para os garotos crescerem na modalidade. Em decorrência disto, teremos ainda mais jogadores bem preparados para que a nossa hegemonia no vôlei seja mantida. Vale lembrar que nosso vôlei é pouco dependente dos clubes do exterior para que os jogadores aprimorem seus talentos, ao contrário do que acontece no futebol, no basquete ou no handebol brasileiro. Poderíamos tranquilamente montar seleções formadas apenas por jogadores que atuam no Brasil e ainda conseguiríamos bons desempenhos. A maioria dos atletas convocados por Bernardinho e Zé Roberto nos últimos anos atua em clubes daqui.

O crescimento do Taubaté e do Pinheiros vem em um momento mais do que apropriado, quando muitos de nossos clubes estão fechando as portas por falta de patrocínio e também com os escândalos envolvendo dirigentes da CBV.



Imagem extraída de  https://www.facebook.com/ecpinheiros



CINCO A MENOS

O Cruzeiro perdeu cinco titulares da vitoriosa campanha de 2014: o lateral Egídio, o volante Lucas Silva, o meia Ricardo Goulart, o winger Éverton Ribeiro e o atacante Marcelo Moreno. Pela situação atual de nosso futebol, era inevitável perder alguns deles, mas a Raposa deixou cinco atletas importantes irem embora e muitos dos reservas não deram conta do recado, ao contrário do que vinha acontecendo em 2013. Eu ainda acredito no talento do treinador Marcelo Oliveira -que montou um time que une técnica e eficiência mesmo com investimentos modestos- e também na política do clube mineiro -que trouxe jogadores consagrados mas que estavam em baixa em seus respectivos times. No entanto, acho que o clube deveria ter tentado segurar seus atletas pelo menos até o meio do ano, visando o título da Libertadores ao invés de tentar montar um time praticamente do zero.




ESTOU COM GANA

Fiquei muito feliz com a classificação da Seleção Ganesa às quartas-de-final da Copa Africana de Nações. A equipe está disputando a competição sem muitas de suas estrelas -Prince Boateng, Muntari, Essien, Kwadawo Asamoah, Inkoom e Vorsah ficaram de fora. Os Estrelas Negras chegaram a perder na estréia contra o Senegal, mas a equipe, devidamente renovada e apostando no toque de bola, reagiu e ainda conseguiu terminar na liderança de seu grupo, à frente da Argélia. Eu gostaria muito de ver os ganeses erguendo esse troféu em 2015, afinal eles jogam um futebol agradável, remam contra a maré do futebol-força e contam com alguns jogadores de talento. Só precisam parar de recuar quando conseguem a vantagem no placar.



DIRIGENTE TAMBÉM TEM QUE DAR O EXEMPLO

Confesso que estou preocupado com as constantes disputas envolvendo os presidentes Carlos Miguel Aidar (do São Paulo) e Paulo Nobre (do Palmeiras). Rivalidade é bom, mas os dois cartolas estão ultrapassando os limites da competição e chegando ao nível de inimizade. Não adianta nada pedirmos paz nos estádios entre os torcedores se os caras que comandam o futebol não dão o exemplo. O mesmo vale para os jogadores, que precisam entender que futebol é fair play, e não uma luta de vida e morte.

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