quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Sentindo na Pele

Imagem extraída de http://italy2014.fivb.org/



Quando dizemos que o Brasil deveria seguir o exemplo de europeus, referimo-nos sempre a bons valores, como cidadania, honestidade e cortesia. Infelizmente, vejo que estamos seguindo muito mais exemplos ruins do que bons, como o preconceito racial no esporte, algo que, tristemente, ainda é muito frequente em jogos do Velho Continente.

A mais recente vítima de insultos racistas foi a jogadora Fabiana (foto acima), central e capitã do Sesi e também da Seleção Feminina de Vôlei. A atleta foi insultada durante uma partida de terça-feira por um torcedor do Camponesa/Minas. O autor das ofensas foi identificado pelos próprios torcedores do Camponesa, retirado do ginásio e conduzido à delegacia.

Fabiana, em seu Facebook, declarou que não pretendia levar o fato a público mas concluiu que não poderia se omitir diante da situação. As colegas de Seleção também utilizaram as redes sociais para apoiar a atitude da companheira e repudiar a atitude do infrator.  Os clubes envolvidos, o Sesi-SP e o Camponesa/Minas, também emitiram notas de repudio à atitude do torcedor.

Há quem diga que a atitude do torcedor foi "coisa do jogo", do "calor da emoção", ou algo assim. Não. Nada justifica disparar insultos contra uma pessoa, seja quem ela for, apenas pela cor de sua pele.

Torcer é um direito que todos temos mas desde que feito com respeito e entendendo que ambos os times e torcidas desejam a vitória de seus respectivos clubes. O que existe nos jogos é rivalidade e não ódio. Estamos praticando esporte, e não uma guerra.

O preconceito no Brasil é ainda mais inaceitável pelo fato de muitos dos nossos maiores esportistas serem afro-descendentes. A própria Fabiana, Serginho (líbero do Sesi), Pelé, Ronaldinho Gaúcho, Janeth Arcain, Anderson Silva, e tantos outros são todos campeões e fazem (ou fizeram) muito pelo nosso esporte.

Fabiana não foi a primeira e não será a última vítima do preconceito racial, seja no Brasil, seja no resto do mundo. Infelizmente.



Reprodução de https://www.facebook.com/FabianaVolei



Leia mais:

Sportv- Fabiana revela ter sofrido racismo no jogo entre Sesi-SP e Minas: http://sportv.globo.com/videos/volei/t/ultimos/v/fabiana-revela-ter-sofrido-racismo-no-jogo-entre-sesi-sp-e-minas/3925962/

ESPN- Minas diz que torcedor racista foi identificado pela torcida e não é sócio do clube: http://espn.uol.com.br/noticia/479455_minas-diz-que-torcedor-racista-foi-identificado-pela-torcida-e-nao-e-socio-do-clube

ESPN- Situação desprezível, revolta e tristeza: amigas da seleção apoiam Fabiana após racismo: http://espn.uol.com.br/noticia/479478_situacao-desprezivel-revolta-e-tristeza-amigas-da-selecao-apoiam-fabiana-apos-racismo

ESPN- Fabiana: 'Sinto pena do racista, acho que isso é pior que ódio': http://espn.uol.com.br/noticia/479533_fabiana-sinto-pena-do-racista-acho-que-isso-e-pior-que-odio



LAMENTOS NA CHAMPIONS LEAGUE

O mata-mata da Champions ainda nem começou e já estou lamentando as ausências da Roma e do Liverpool. Dois dos mais tradicionais times da Europa haviam ficado durante anos ausentes da competição, renovaram seus elencos, apostaram em futebol mais leve, mas viram o sonho acabar cedo ainda na fase de grupos. Espero que os dois clubes não desistam e continuem acreditando, tanto em seus elencos quanto em seus estilos de jogo.



DICA CULTURAL

Para quem acha que o futebol e as redes sociais não servem para nada, estou recebendo verdadeiras aulas de idiomas graças a essas ferramentas. Estou seguindo vários atletas e clubes do exterior, e me vejo forçado a aprender outros idiomas para a compreensão dos textos. É uma maneira divertida de se aprender outras línguas!



O ESPORTE COMO FERRAMENTA DE RESSOCIALIZAÇÃO

Assisti ontem a uma reprise do programa A Liga (exibido pela Band) e gostei muito do que vi. O apresentador e cantor Thaíde acompanhou um campeonato de futebol em um presídio de João Pessoa, um evento em que presos e agentes penitenciários se esquecem das diferenças e se divertem em animadas (e disputadas) partidas. Tanto governantes quanto o Poder Judiciário poderiam considerar e utilizar o modelo da Paraíba, utilizando o esporte como ferramenta para reintroduzir detentos na sociedade e, com isso, tentar diminuir a criminalidade, bem como as reincidências. Confira um vídeo do programa no link.


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