sábado, 8 de fevereiro de 2020

Eu e o Rúgbi




Era 31 de outubro de 2015. Fui ao aniversário de um amigo.

O evento foi realizado no restaurante Cambará que já fechou as portas, infelizmente.

Rumei para o bairro da Lapa em São Paulo, onde ficava o restaurante. É sempre um prazer passar por aquela região que tem um significado bastante especial para mim. E também foi um prazer provar da ótima feijoada que era servida no estabelecimento.

A data escolhida para a realização do evento não foi apenas para comemorar o aniversário. Naquele dia também aconteceria a grande final da Copa do Mundo de Rúgbi, que seria realizada em Londres. Era um grande clássico entre os dois grandes rivais da Oceania, a Nova Zelândia e a Austrália. O restaurante, que pertencia a um ex-jogador de rúgbi da Faculdade de Ciências Farmacêuticas, estava devidamente preparado para a transmissão da partida e para a acomodação os convidados.

Eu nunca havia tido qualquer contato com o rúgbi até então. Eu sempre via a modalidade até com algum desdém por considerá-la "mais baseada em força do que talento". Puro preconceito de minha parte. Eu sequer sabia diferenciar "rúgbi" de "futebol americano".

Me acomodei e assisti à partida com um misto de desconfiança e curiosidade. Em alguns minutos, eu já estava entendendo algumas regras e fundamentos daquele esporte "estranho". Aos poucos eu ia compreendendo o que era um "try", um "scrum-half", o sistema de pontuação, ... Óbvio que era impossível aprender tudo ao assistir a uma única partida, mas era menos complexo do que eu imaginava.



Fachada do restaurante Cambará, que hoje não existe mais



O mais importante, porém, é que compreendi que o rúgbi não é apenas força. É necessário estratégia, inteligência e, principalmente, muito trabalho em equipe. Uma das jogadas, inclusive, exige que os atletas formem uma espécie de "pirâmide humana" para se interceptar bolas levantadas. Isto exige que o grupo tenha plena sincronia e confiança mútua para que a formação seja feita com tamanha rapidez e precisão.

Também ficou marcado a imagem da Nova Zelândia, campeões daquele mundial, realizando a haka, uma dança típica do país e que se tornou marca registrada da equipe. Eu já havia assistido a alguns vídeos do ritual e nunca achei grande coisa. Mas ver a dança sendo executada antes de uma partida é algo bastante intimidador. Se estivesse no lugar dos australianos, provavelmente estaria tremendo de medo.

Quando voltei para casa, pensei em transformar toda aquela experiência vivida naquele dia em um texto. Não pude fazer em decorrência de um momento delicado que eu estava vivendo na época. Hoje, porém, eu estava revendo umas fotos daquele dia e, finalmente, trouxe tudo à tona.

Acabei não indo atrás de mais informações a respeito do rúgbi, mas depois daquele dia passei a ver a modalidade com outros olhos. E, principalmente, com muito mais respeito.

O que era para ser apenas um almoço com os amigos acabou se tornando uma experiência inesquecível. Pude descobrir a magia do rúgbi e compreender o que leva tantas pessoas a acompanhar a modalidade e também a praticá-la.

P.S.: tentarei trazer pelo menos uma vez por mês para o blog alguma experiência esportiva que eu tive relacionada à farmácia e justificar o nome Farma Football. Não é uma promessa, mas vou me esforçar para escrever mais histórias.







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