quarta-feira, 12 de fevereiro de 2020

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Imagem extraída de www.facebook.com/Botafogo



Caiu nesta semana o primeiro treinador vitimado pelo nosso imediatismo. Alberto Valentim foi dispensado do Botafogo após sofrer uma goleada de 3X0 diante do rival Fluminense em jogo válido pelo insignificante Campeonato Carioca. Detalhe que o Fogão não tinha chances de avançar às semifinais. Ou seja, o treinador foi demitido por ter passado vergonha diante do Flu, não pelo desempenho propriamente dito.

O favorito para assumir o Glorioso é Paulo Autuori, treinador bastante experiente que faturou o Brasileirão pelo próprio Botafogo em 1995 e que foi campeão da Libertadores e do Mundial de Clubes em 2005 pelo São Paulo.

Já não havia concordado com a contratação de Valentim em 2019. O treinador Eduardo Barroca, que era um interino efetivado após bons resultados iniciais. Porém, Barroca não resistiu no cargo após as primeiras oscilações do Fogão durante a temporada e os dirigentes trouxeram Valentim de volta -ele já havia passado pelo Glorioso em 2018.

Agora os dirigentes botafoguenses recorrem ao medalhão Autuori na esperança que o experiente treinador coloque o limitado time nos eixos e, principalmente, faça bom uso do meia Keisuke Honda, o grande reforço do Fogão para a temporada.



Imagem extraída de www.facebook.com/Botafogo


Valentim, a meu ver, nem deveria ter sido contratado. Eu teria permanecido com Barroca por mais algum tempo antes de desilgá-lo do clube. Porém, a proximidade da zona do rebaixamento aumentou a pressão para que houvesse a mudança de treinadores.

Quase seis meses depois, o Fogão novamente troca de treinador. E por um motivo muito mais passional do que técnico que foi justamente a "vergonha" que o Fogão passou diante de um rival, lembrando que o Botafogo só havia entrado em campo para cumprir tabela uma vez que não havia mais chances para o Glorioso avançar às semifinais da Taça Guanabara.

As atitudes que o Botafogo tomou são o triste retrato do nosso futebol: não há projetos a longo prazo, demite-se treinador para evitar que a crise respingue nos dirigentes e decisões são tomadas muito mais por passionalidade do que racionalidade.

Não é mais surpresa, diante dos argumentos aqui apresentados, que grandes equipes como o Botafogo passem mais tempo namorando a zona de rebaixamento do que brigando por títulos.

Poucos treinadores fazem milagres. Técnicos precisam de tempo para conhecerem o elenco, implantarem sua filosofia de trabalho e dar padrão de jogo ao grupo. E também necessitam de confiança nos momentos de oscilações, afinal nem sempre o time vai jogar bem.

Enquanto houver imediatismo e a passionalidade na administração dos clubes, não haverá treinador capaz de levar um time às conquistas. Nem Guardiola, nem Klopp, nem ninguém.



Imagem extraída de www.facebook.com/Botafogo



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