quarta-feira, 25 de novembro de 2020

A Morte do Rebelde

Imagem extraída de www.facebook.com/diegomaradona



Faleceu hoje Diego Armando Maradona, o maior futebolista da história da Argentina e um dos melhores do mundo. El Pibe, como era conhecido, deixou um legado de muitas conquistas, títulos, lances bonitos e também de muitas controvérsias. Era impossível ser passivo diante do jogador: ou você o amava, ou você o odiava.

Maradona começou no Argentinos Junior, onde já demostrava sua genialidade e ganhou suas primeiras chances na Seleção Argentina durante o final dos anos 70. Foi, contudo, no Boca Juniors onde o Pibe viveu seus melhores momentos aqui na América do Sul, conquistando seus primeiros títulos como atleta profissional.

A América logo se tornaria pequena para tamanha genialidade e o jogador foi se aventurar na Europa, mais precisamente no Barcelona. Mas seria na Itália o seu auge técnico, defendendo as cores do Napoli. O Pibe formou um fantástico trio de ataque com o italiano Bruno Giordano e o brasileiro Careca, que viria a ser conhecido pelos fãs como "MaGiCa" (formado pelas iniciais de Maradona, Giordano e Careca). Juntos, os três conquistaram muitos troféus e elevaram os Partenopei ao protagonismo do futebol. O meia ainda defenderia o Sevilla no início dos anos 90 antes de regressar a seu país.

Maradona também fez história pela seleção de seu país. Foram quatro Copas do Mundo disputadas (1982, 1986, 1990 e 1994) e uma conquistada (a de 1986, disputada no México). O Pibe conquistou, ainda, o Troféu Artemio Franchi (atual Copa das Confederações) em 1993. Após sua aposentadoria, ele também atuou como treinador, chegando inclusive a dirigir a Albiceleste na Copa de 2010.



Imagem extraída de www.facebook.com/JorgeResurreccionKoke



O talento de Maradona com a bola nos pés rivalizava com sua capacidade de criar polêmicas. O Pibe é sempre lembrado pelas inúmeras controvérsias ao longo de sua carreira como as noitadas, as drogas e as declarações fortes.

Maradona, ao contrário de muitos atletas alienados dos dias de hoje, sempre foi uma voz ativa em muitas causas. O Pibe, inclusive, se envolveu com política. Antes um eleitor declarado do neoliberal Carlos Menem, o argentino tornou-se um apoiador incondicional da esquerda, chegando a se aproximar de Fidel Castro, Hugo Chávez e Nicolás Maduro. O ex-jogador, inclusive, fez campanha em favor de peronistas como Cristina Kirchner e Alberto Fernández.

Irreverente, contestador e, por que não, rebelde; Maradona possuía um perfil muito semelhante a Sócrates, Afonsinho, Casagrande e Paulo César Caju. Ele sabia como usar sua imagem e os holofotes para apoiar causas ou gerar impacto.

Seu estilo de vida, porém, cobrou um alto preço após sua aposentadoria. Não foram raros os problemas de saúde e as recaídas com as drogas. Suas entradas em hospitais mobilizavam fãs e mídia, que torciam por sua recuperação.

Era impossível ficar indiferente diante de Maradona. Seu estilo genial, contestador, irreverente e polêmico marcou para sempre o futebol e também a sociedade. E o Pibe foi assim até o final, com sua partida súbita e impactante.

Descanse em paz, "Rebelde".



Imagem extraída de www.facebook.com/BocaJuniors




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