quarta-feira, 18 de novembro de 2020

O Futebol Deveria Parar?

15 jogadores do Palmeiras além de membros da comissão técnica
testaram positivo para COVID-19 (www.facebook.com/Palmeiras)



O Palmeiras chegou a quinze casos de coronavírus em seu elenco. Há cerca de uma semana atrás, o Santos teve quinze baixas pelo mesmo motivo. O Atlético Mineiro chegou hoje a seis atletas infectados. Podemos citar, ainda, a comissão técnica do Galo onde quase todos os integrantes (incluindo o treinador Jorge Sampaoli) testaram positivo para COVID-19.

O número de casos de COVID-19 no futebol brasileiro aumentou durante as últimas rodadas. Quase todos os times já sofreram pelo menos um desfalque durante a temporada em virtude do vírus. Alguns times mais afetados pedem adiamento dos jogos, mas a CBF tem sido rígida sob os argumentos de que não haveria datas disponíveis no já apertado calendário esportivo, e que os clubes poderiam inscrever até quarenta atletas para cobrir eventuais baixas.

Um outro problema além da COVID-19 tem sido as lesões, muito mais frequentes devido a sequência extenuante de jogos. Quase todos os times já perderam pelo menos um atleta importante por fratura, ruptura de ligamentos, rompimento de fibras musculares ou problemas semelhantes. Mesmo clubes com elencos mais robustos como o Palmeiras e o Flamengo vêm sofrendo com as baixas no grupo.

Calendário apertado, muitos atletas contraindo COVID-19 e lesões frequentes. Tudo isso nos leva ao seguinte questionamento: será que não deveríamos parar o futebol pensando em um jogo mais justo entre as equipes e, principalmente, no bem-estar de nossos jogadores?



Jorge Sampaoli e boa parte de sua equipe foram diagnosticados com
o coronavírus (imagem extraída de www.facebook.com/atletico



O fator econômico, porém, é o principal entrave para uma nova paralisação no futebol. A grande maioria dos clubes que disputa a Série A desejavam o retorno do esporte devido aos prejuízos causados pela interrupção. Salários tiveram de ser reduzidos ou deixaram de ser pagos, empresas se desinteressaram em patrocinar os times sem a exibição de suas marcas e as dívidas se acumularam.

Os clubes, porém, veem em campo as contrapartidas de suas escolhas. Os desfalques têm sido cada vez mais frequentes em virtude da COVID-19 ou das lesões causadas pelo excesso de jogos. O retorno do futebol pode ter salvado as finanças das entidades mas os prejuízos técnicos têm sido inevitáveis no atual cenário.

A maior preocupação, contudo, é com a saúde dos envolvidos no espetáculo. A grande maioria dos jogadores, felizmente, não apresentou sintomas graves até o momento e quase todos têm se recuperado bem. Houve, no entanto, o caso do treinador Cuca, que apresentou dificuldades para respirar e passou alguns dias internado em um hospital.

As lesões, menos graves que a COVID-19 mas igualmente preocupantes, também têm feito estragos nos times. Jogadores como Felipe Melo (Palmeiras), Thiago Maia (Flamengo) e Gustavo Mantuan (Corinthians) não jogam mais nesta temporada e retornam apenas em 2021. A sequência de jogos vêm cobrando seu preço e as equipes pagam a conta.

Os dirigentes, portanto, deveriam considerar uma nova interrupção na temporada. Será que compensa prosseguir com o futebol mesmo com os times enfraquecidos pelos desfalques e, com isso, obter tantos resultados negativos? E, o mais importante: será que vale a pena arriscar a saúde dos envolvidos com o espetáculo, seja com lesões, seja com o risco de contaminação?



Cuca passou dias internado em virtude da COVID-19
(imagem extraída de www.facebook.com/santosfc)




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