sexta-feira, 6 de novembro de 2020

Que Falta Faz um Mascherano!

Imagem extraída de www.facebook.com/EdelpOficial



2020 é realmente um ano fora do normal. Eu jamais fui fã do zagueiro/volante Javier Macherano. Sempre o considerei um jogador muito violento e faltoso para o meu gosto. Os poucos posts que dediquei ao argentino foram quase todos criticando seu estilo de jogo. Mas hoje escrevo com todas as palavras que El Jefecito faz muita falta ao Barcelona e à Seleção Argentina.

Mascherano é volante de origem, mais precisamente primeiro volante ou cabeça-de-área. Sua função principal é oferecer proteção à zaga e fazer o "trabalho sujo" no meio-de-campo. Quando se transferiu para o Barcelona em 2010, o jogador foi recuado por Josep Guardiola para a defesa -ensinamentos de seu mentor Johan Cruyff que valorizava atletas capazes de desempenhar mais de uma função nos gramados. Mas o argentino se adaptou bem à nova posição e firmou uma boa parceria com Piqué.

Mascherano, por ser um jogador defensivo, é notado apenas nos momentos em que seu time está sem a bola. Mas o atleta fazia a diferença em campo, seja como zagueiro ou como volante. O Barcelona e a Seleção Argentina, por serem equipes ofensivas, nunca se notabilizaram pelas defesas seguras a despeito de contarem com zagueiros talentosos. A presença do Jefe ajudava a compensar um pouco essas deficiências.

O argentino também é conhecido pela sua liderança em campo, o que lhe rendeu o apelido de Jefecito. O zagueiro/volante tem facilidade para se impor e também tem moral para cobrar os companheiros quando necessário. Não à toa, capitaneou a seleção de seu país em muitas ocasiões, incluindo a Copa de 2010.



Imagem extraída de www.facebook.com/Javier14Mascherano



A maior contribuição de Mascherano, contudo, é a sua raça. O jogador nunca desiste de uma bola, briga o tempo todo e é até truculento em momentos como este. O atleta jamais abaixa a cabeça em campo e continua lutando por mais que a partida esteja adversa.

O Barcelona perdeu muito com a saída do argentino. Mascherano era um dos poucos jogadores que não se deixavam abater durante uma partida que estivesse virtualmente perdida. Se Xavi e Iniesta eram o cérebro do Barça, o Jefe era o coração do time.

A Seleção Argentina também sente a falta de um Mascherano. A Albiceleste sempre foi tradicionalmente um time aguerrido e até desleal em alguns momentos. As gerações mais recentes, contudo, perderam um pouco deste espírito guerreiro e a equipe beirou à apatia em alguns momentos. A liderança e a determinação do Jefe dificilmente permitiriam que isto ocorresse.

Hoje, aos 36 anos, Mascherano está de volta à Argentina e defende o Estudiantes de La Plata, já se preparando para pendurar as chuteiras. O vigor físico e a explosão muscular não são os mesmos de dez anos atrás, mas a raça, a liderança e o espírito de luta permanecem.

Mascherano tem seus defeitos. Suas atuações renderam muitos cartões e suspensões ao longo de sua carreira, mas sua raça e liderança foram fundamentais ao Barcelona e também à Seleção Argentina.



Imagem extraída de www.facebook.com/Javier14Mascherano




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