quinta-feira, 22 de abril de 2021

Indivíduo X Coletivo

Imagem extraída de www.facebook.com/Palmeiras



Tudo estava bem para o Palmeiras em sua estreia pela Libertadores. O verdão visitou o esforçado, porém limitado, Universitario. O Alviverde se impôs em campo a despeito de atuar na casa do adversário, fez dois gols, perdeu muitos outros e aparentava que daria a volta por cima após uma semana tão turbulenta.

O jogo que encaminhava para uma vitória tranquila palmeirense ganhou ares de drama quando o zagueiro Alan Empereur foi expulso no início do segundo tempo. O Universitario, na sequência, diminuiu para 2x1 e o Verdão entrou em pane geral. O Alviverde tornou-se tenso em campo, cometeu vários erros seguidos, permitiu a reação dos peruanos e sofreram o empate pouco depois. O jovem zagueiro Renan, porém, salvou o Porco no último lance da partida ao anotar 3x2 para os visitantes.

Foi impossível para mim não lembrar do livro Os Números do Jogo, onde pelo menos dois capítulos explicam como falhas individuais podem comprometer todo um trabalho coletivo. O Palmeiras vinha muito bem em Lima até que a expulsão de Alan não apenas deixou o Verdão com um jogador a menos como também afetou todo psicológico da equipe que passou a cometer um erro atrás do outro.

É absolutamente injusto que um único erro individual possa comprometer todo o desempenho de um grupo, mas todo trabalho em equipe está sujeito tal risco, incluindo o esporte. Dezenas de histórias contam como um erro, por menor que seja, pode prejudicar todo um resultado final. O próprio livro utiliza o trágico relato a respeito dos o-rings para explicar tal teoria.



Imagem extraída de www.facebook.com/Palmeiras



Não é fácil gerenciar um grupo. O treinador precisa se atentar aos mínimos detalhes antes de mandar os onze jogadores que irão a campo. Da mesma forma, o técnico precisa estar preparado para lidar com imprevistos, afinal nunca se sabe quando um atleta pode se lesionar ou ser expulso. Como explicado, um único erro pode comprometer todo o desempenho da equipe.

"Atentar-se aos detalhes" não se resume apenas às condições físicas do jogador. É necessário também avaliar a parte psicológica, por exemplo. Em jogos de Libertadores não é raro os adversários provocarem (alguns, inclusive, se utilizam de termos racistas) e a arbitragem adota critérios diferentes do Brasil. Nossos atletas acabam se tornando presas fáceis da catimba rival caso não estejam preparados.

Não é exagero comparar a administração dos times com a de empresas, visto que os níveis de exigência e de competitividade são os mesmos. Os grupos devem ser os mais impecáveis possíveis para que uma única fraqueza ou erro individual comprometam todo o desempenho da equipe e, com isso, coloque a classificação ou os títulos em risco.

A expulsão de Empereur não apenas deixou o Palmeiras com um jogador a menos em campo como também desestabilizou todo o grupo. Para a sorte do zagueiro, o jovem Renan salvou o Verdão e garantiu os três pontos em Lima. Alan não deve ser crucificado pelo erro, afinal errar é humano, mas ele precisa ter ciência de que sua falha poderia trazer consequências desastrosas ao Palestra e que da próxima vez o destino pode ser outro.



Imagem extraída de www.facebook.com/Palmeiras




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