quarta-feira, 28 de abril de 2021

Paciência É a Alma do Negócio

Imagem extraída de www.facebook.com/ChampionsLeague



Guardiola mostrou mais uma vez porque é um dos melhores e maiores treinadores de todos os tempos. O técnico parecia prever o que aconteceria na partida a longo prazo, manteve a calma e a estratégia de jogo. Tudo isso a despeito da importância do confronto e da qualidade do elenco estrelado do Paris Saint-Germain.

O catalão mandou sua equipe como se fosse o Barcelona: vários meio-campistas, nada de atacantes de ofício (os meias Kevin De Bruyne e Bernardo Silva atuaram como "falsos noves") e o time trocando passes o tempo todo. Parecia até um retrocesso à primeira vista.

O adversário, Mauricio Pochettino, repetiu a fórmula que sempre deu certo contra Guardiola: imposição física e negação de espaços, seja no ataque, seja na defesa. O Paris Saint-Germain se defendia em duas linhas de quatro quando pressionado e adiantava seus jogadores quando o City tentava sair jogando com a zaga.

Os franceses mandaram na partida durante todo o primeiro tempo. Abriram o placar com o sempre surpreendente Marquinhos em um lance de bola parada. E poderiam ter feito ainda mais. Os ingleses mantiveram a mesma toada. A derrota dos Citizen parecia iminente tamanha a superioridade e a intensidade do PSG.



PSG se defende em 4-4-2 com duas linhas de quatro (esquerda) com Di María recuando para o
meio-de-campo e ataca ou pressiona a saída de bola em 4-3-3 (direita). City tenta circular a bola
em 4-4-2 com De Bruyne se juntando ao ataque mas não encontra espaços e nem consegue se
infiltrar na zaga francesa (imagem obtida via this11.com)



O segundo tempo, porém, mostrava que as escolhas de Guardiola foram acertadas. O PSG, que tanto correu no primeiro tempo, parece ter se cansado no segundo. O time francês foi muito menos contundente e ofereceu mais espaços para o City, que estava mais "descansado" por ter apenas tocado a bola.

Guardiola trocou o lateral Cancelo pelo ofensivo Zinchenko. E o ucraniano fez toda a diferença ajudando a prender mais a pelota no campo de ataque. De Bruyne não deu folga ao goleiro Navas e à zaga do PSG, com várias jogadas que geraram cobranças de escanteio ou faltas próximas à área francesa. E, em dois desses lances de bola parada, o City conseguiu a virada.



Atuando em 3-5-2, City imprensa o PSG e cria várias chances em
lances de bola parada. Cansado, o time francês perde contundência
e acaba aceitando a pressão adversária (imagem obtida via this11.com)



A virada desestabilizou o PSG e seus jogadores passaram a cometer muitas faltas, com direito a expulsão do volante Gana. O City acabou entrando na catimba dos rivais e muitos atletas do time inglês também foram amarelados. Os franceses ainda esboçaram uma reação mas esbarraram na falta de fôlego e na inferioridade numérica.

Guardiola mostra mais uma vez porque é um dos maiores treinadores de todos os tempos. Conseguiu superar um adversário com atletas muito mais fortes, muito mais intensos e muito melhores individualmente. E o fez utilizando um dos ensinamentos utilizados pelo seu Barcelona: "quem tem de correr é a bola, e não o jogador".

São os jogadores quem fazem o espetáculo mas a visão de Guardiola foi o grande diferencial na partida de hoje. O catalão e sua equipe pareciam tranquilos mesmo com a desvantagem no placar. Tiveram paciência e pareciam saber o momento certo para dar o bote.

O Paris Saint-Germain ainda pode virar o jogo na próxima semana, mas aprenderam que um treinador pode fazer toda a diferença, mesmo com um elenco mais fraco fisicamente e menos estrelado. E truques velhos como o Tiki-Taka ainda podem ser efetivos.



Imagem extraída de www.facebook.com/ChampionsLeague




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