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Imagem extraída do Facebook oficial do São Paulo- https://www.facebook.com/saopaulofc/ |
Antes de mais nada, gostaria de agradecer profundamente ao treinador Muricy Ramalho por tantos anos de serviços prestados ao Tricolor. Foram muitos títulos e muito comprometimento pelo clube. Claro que houveram muitos altos e baixos, mas isso acontece com qualquer treinador. Valeu, Muricy! Agora, vai cuidar da sua saúde que você precisa dedicar um tempo para você mesmo.
A questão envolvendo a saúde de Muricy me fez invocar alguns episódios envolvendo outro ex-treinador do São Paulo, o ex-zagueiro Ricardo Gomes. O ex-técnico foi hospitalizado duas vezes e em ambas foi diagnosticado com acidente vascular cerebral (AVC). Um episódio ocorreu em 2010 enquanto dirigia o São Paulo e o seguinte aconteceu em 2011, já à frente do Vasco.
Ser treinador no Brasil é uma profissão estressante demais. Os técnicos são constantemente cobrados pelos dirigentes e torcedores por resultados a curto prazo. Querem que o comandante desembarque e resolva de cara os problemas do clube.
Não obstante, há pressões vindas do elenco (leia-se, jogadores descontentes exigindo titularidade) e dos empresários dos atletas. Como no Brasil o treinador é o lado mais fraco da corda, o técnico é quem paga o pato ao invés dos jogadores nos momentos de crise.
Não duvido que a doença de Muricy, bem como os episódios de AVC de Ricardo Gomes tenham ocorrido e se agravado em decorrência de estresse. Muricy vivia um momento delicado no São Paulo devido aos maus resultados em clássicos. O mesmo ocorria com Ricardo Gomes em 2010 no mesmo São Paulo, quando havia especulações afirmando que o treinador seria demitido toda semana. Como desempenhar um trabalho nessas condições? Chega a ser desumano jogar tamanha pressão sobre os ombros de um único homem.
Há, ainda, o estresse oriundo da própria situação de jogo. Se partidas intensas são capazes de mexer com a emoção do torcedor, imaginem o que pode acontecer com o treinador, sobretudo aqueles que "jogam junto com o time". Em 2013, o treinador do Borussia Dortmund, Jürgen Klopp, precisou ser hospitalizado após a partida contra o Málaga. Foi um jogo difícil, com os Aurinegros precisando fazer dois gols para conseguirem a vaga e os tentos vieram nos últimos minutos de jogo. Como dizia Galvão Bueno, foi um "teste para cardíaco".
É preciso haver mais compreensão com o lado humano do treinador. É muita pressão em cima de um homem só. É preciso blindar nossos técnicos, oferecer-lhes tranquilidade e estabilidade para que possam executar seu trabalho. Diante dos fatos apresentados, talvez seja também interessante incluir até mesmo adicionais de insalubridade.
Quando começarmos a investir na questão humana, os treinadores poderão melhorar a qualidade de suas equipes e, provavelmente, estarão bem menos sujeitos a problemas de saúde.
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PALMAS PARA O ELIAS
Elias foi vítima de mais um lamentável episódio de racismo durante um jogo válido pela Libertadores na semana passada. A resposta que o volante deu ao Danubio, contudo, foi a melhor possível. O jogador deu a resposta na bola, dedicou-se ao máximo na partida, fez assistência para um dos gols de Guerrero e ainda declarou que não acionaria o rival na justiça para não dar importância aos preconceituosos. Os atletas do Corinthians também ficam de parabéns por manterem a cabeça fria diante de tanta provocação e catimba.
CAIU E DOEU
O Manchester City tropeçou e perdeu um jogo que não poderia. Foi derrotado pelo modesto Crystal Palace apesar do grande elenco que possui à disposição e despencou da vice-liderança para a quarta colocação, permitindo que o Chelsea colocasse uma mão na taça. Os Citizens agora estão com 61 pontos, um a menos que o United (em terceiro com 62) e dois em relação ao novo vice, Arsenal (63). Ainda dá para alcançar os dois rivais mencionados, mas acho que a taça vai ter que ficar para 2016.
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