quarta-feira, 8 de abril de 2015

Ainda Bem que Existe o Özil

Imagem extraída do Facebook oficial de Mesut Özil- https://www.facebook.com/mesutoezil



Confesso que ando desanimado com algumas mudanças no futebol. Uma delas é justamente o sumiço do "camisa 10 típico", aquele meia com inteligência e visão de jogo que põe ordem no meio-de-campo ao organizar as jogadas para os homens da frente. Nos dias de hoje, os treinadores querem meias mais velozes que tenham presença de área e/ou que ajudem na marcação.

Há muitos meias velozes excelentes e que enfeitam a partida com seus belos lances. Falo de Oscar, Thomas Müller, Philippe Coutinho, Mkhitaryan e outros que jogam com o mesmo estilo. Mas eu sinto falta de maestros como Riquelme, Zidane, Xavi (que já está quase se aposentando) ou Iniesta.

Falta aquele jogador que rege os atacantes com seus passes magistrais e inteligentes. Uma das justificativas para seu desaparecimento é o fato desse jogador ser, geralmente, muito lento e fácil de se marcar. Além disso, o "futebol compacto" dificultou a vida desse tipo de jogador. As famigeradas duas linhas de quatro conseguem tirar o espaço desses meio-campistas e os mantêm isolados dos atacantes.



Imagem extraída do Facebook oficial de Mesut Özil- https://www.facebook.com/mesutoezil



Na contramão desse triste cenário, existe o meia Mesut Özil, alemão de nascença e turco de sangue. Podendo optar pelas duas nacionalidades, Özil preferiu defender com a Mannschaft e tem sido um dos grandes diferenciais do time.

Özil se movimenta bem em campo e até ajuda na marcação. Mas seu forte mesmo é o passe, a visão de jogo e o toque de bola. O camisa 8 vale por um 10 ao criar as melhores chances de gols para os atacantes e também pelas suas belas jogadas. Quem vê os vídeos do Arsenal e da Seleção Alemã pode se deliciar com seus passes e também com sua inteligência em campo. E ele também faz seus golzinhos quando tem chance.

É claro que gosto de ver meias-atacantes velozes, que driblam, fazem belas jogadas individuais e que sabem diferenciar "velocidade" de "correria". Também aprecio os meias centrais como Fàbregas, Modrić, Gündoğan ou Rakitić, todos eles desempenhando o passe e marcação com a mesma qualidade.

Mas nada como ver um legítimo cérebro em campo. Nada como apreciar a inteligência e as jogadas de um típico maestro, capaz de ler o jogo como poucos e de fazer a bola deslizar suavemente nos gramados para o atacante arrematar.

Vida longa a Mesut Özil, um tipo de jogador cada vez mais raro nos gramados.



Imagem extraída do Facebook oficial de Mesut Özil- https://www.facebook.com/mesutoezil



SEM CLIMA

Não sei o que levou o lateral-esquerdo Fabrício a se revoltar contra o próprio torcedor -fala-se até mesmo em preconceito racial- mas o jogador se excedeu ao dirigir gestos obscenos contra o público e foi justamente punido. Ele poderia ter sido mais racional e fazer como o atacante Dudu (do Palmeiras) ou o volante Souza (do São Paulo) que esperaram o momento certo para fazer críticas ao torcedor. E ambas com razão. Eu canso de repetir aqui no blog que toda agressão (que, no caso, foi gestual) transforma a vítima em réu, ainda que o agressor tenha razão. Fabrício será afastado do Inter após o episódio, mas especula-se que há clube interessados no jogador.



FALTAM OS BAIXINHOS NO VÔLEI

Vocês se lembram do meu post "Tamanho Não É Documento", quando eu exaltei a importância dos "baixinhos" Willian Arjona (do Sada/Cruzeiro), Fabizinha (do Rexona Ades) e Camila Brait (do Molico Nestlé)? Pois é. Reparei que os times estão tão preocupados em colocar atletas altos para jogar na rede que acabam se esquecendo do fundo da quadra. Jogadores "baixinhos" são muito melhores na recepção e também para executarem a transição do fundo para a rede. Muitos de nossos times estão mal na recepção justamente porque se esquecem que atletas altos têm mais dificuldade para buscarem a bola no chão.


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