sábado, 11 de abril de 2015

O Favoritismo Joga Contra?

Imagem extraída do Facebook oficial do Molico Nestlé- https://www.facebook.com/moliconestle



Acompanhei as duas partidas entre Molico Nestlé e Sesi-SP, ambas válidas pelas semifinais da Superliga Feminina 2014-15. Estava na torcida pelo time de Osasco, mas tinha consciência de que a equipe da Vila Leopoldina era franca favorita. O time da capital paulista vivia um melhor momento, havia imposto um tabu sobre as osasquenses nas últimas partidas disputadas e o Molico sempre apresentava nervosismo diante de rivais de peso.

Já escrevi dezenas de vezes aqui no blog o quanto os clubes precisam investir na preparação psicológica de atletas e também de treinadores. Pressionar o elenco por vitórias e cobrar os integrantes do time é um tipo de atitude corriqueira no esporte brasileiro. Porém, acho que esse tipo de medida só cabe quando o elenco e a comissão técnica estão acomodados, e não quando a equipe demonstra ansiedade nas partidas. O brasileiro precisa se conscientizar de que bater ou castigar nem sempre é a melhor opção.

No entanto, o que acontece quando o favoritismo se volta contra a equipe que estava em melhor fase? E quando a equipe considerada "azarona" se conscientiza de que não tem nada a perder na partida? Foi o que observei nas duas partidas que acompanhei nestas duas semanas.



Imagem extraída do Facebook oficial do Molico Nestlé- https://www.facebook.com/moliconestle



O Sesi apresentava alguns desfalques, mas ainda contava com um grande elenco. O Molico, no entanto, mostrou força no bloqueio, foi abrindo vantagem sobre as algozes e isso foi desestabilizando as atuais vice-campeãs brasileiras. Tudo isso somado às boas exibições das ponteiras Carcaces e Gabi, sendo que esta última recebeu o troféu Viva Vôlei na partida de ontem.

A equipe de São Paulo encontrava-se na mesma situação do próprio Molico no ano passado: eram francas favoritas, mas erraram muito em quadra, além de terem encontrado rivais motivadas, que sabiam que nada tinham a perder. A ansiedade tomou conta do Sesi, que chego a cometer erros crassos em quadra. Mesmo o calmo treinador Talmo de Oliveira foi contaminado pelo nervosismo e não conseguiu transmitir tranquilidade às suas comandadas. Era como se o favoritismo do Sesi tivesse se voltado contra a própria equipe de vermelho.

O Molico, que nada tinha a ver com isso, deu uma aula de vôlei em quadra e se impôs do primeiro ao último set. A vantagem construída deu tranquilidade que faltou às osasquenses nas outras partidas. O Osasco mantinha o controle do jogo e marcava bem as jogadas do Sesi graças às suas atletas de rede, seu ponto forte.

O Molico fica de parabéns pelas duas vitórias e vai reencontrar o arquirrival Rexona Ades na final. O Sesi também fica de parabéns pela campanha. Espero, contudo, que este tropeço não faça os dirigentes do time da capital desistir do atual elenco, afinal perder um título não significa o fim do mundo para uma equipe que ainda pode render muito no futuro.



Imagem extraída do Facebook oficial do Molico Nestlé- https://www.facebook.com/moliconestle



OBRIGADO, REDE TV!

Gostaria de parabenizar imensamente a iniciativa da Rede TV que transmitiu ontem a semifinal entre Molico e Sesi. Um dos grandes problemas do vôlei é justamente o pouco espaço que a TV aberta destina à modalidade. Havendo divulgação, mais atletas e patrocinadores se interessam pela modalidade. Como consequência disto, o vôlei recebe mais lucros, mais adeptos e cresce no país. Valeu, Rede TV!



FALTOU O WILLIAM, GLOBO!

Hoje, o programa Globo Esporte fez uma matéria explicando como os grandões e os baixinhos do vôlei demonstram suas virtudes em quadra. Jogadores mais altos, obviamente, têm muita vantagem na rede, mas os baixinhos desempenham certos fundamentos muito melhores que os grandões, como eu defendi no post Tamanho Não É Documento. Só lamento que o levantador William Arjona, com seus 1,85m (estatura considerada "pequena" para o vôlei), não tenha sido mencionado na reportagem. O "baixinho" é um dos pilares do Cruzeiro, levanta as bolas com maestria e compensa seu pequeno tamanho com muita inteligência em quadra.


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