quarta-feira, 29 de abril de 2015

Futebol Não É Jogo de Um Homem Só

Imagem extraída do Facebook oficial de Lionel Messi- https://www.facebook.com/LeoMessi/



Alguns corinthianos deram a seguinte desculpa para justificar os dois reveses seguidos em clássicos: afirmaram que o Timão sentiu a ausência do atacante Guerrero, que estava internado com dengue. Meses atrás, são-paulinos afirmavam que o time estava em crise devido à saída do meia Kaká, ao passo que justificavam a má fase de time em 2013 com a saída de Lucas. E tem santista que lamenta até hoje a venda de Neymar para o Barcelona.

É claro que existem jogadores que fazem a diferença sozinhos no gramado, mas no futebol são onze contra onze. Dizer que o time perdeu devido a ausência de um atleta pode significar três problemas: falta de jogo coletivo, excesso de dependência de um único jogador ou incompetência do restante da equipe.

Não engulo essas desculpas de que o Timão perdeu porque o Guerrero não estava em campo ou que o São Paulo estava em crise por causa do Kaká. Ambos os times têm atletas de qualidade para compensar e boas opções no banco para suprir eventuais desfalques. Aliás, os clubes adoram buscar justificativas para eventuais resultados ruins. Se o time perdeu, admite que a equipe foi mal ou que o adversário foi superior e pronto.

A maioria dos clubes brasileiros age com um amadorismo impressionante quando se fala em mudanças no elenco. Nenhum atleta fica para sempre no time. Kaká, por exemplo, não teria seu empréstimo renovado e, mesmo assim, não vi o treinador preparar o time para jogar sem ele ou a diretoria buscar um substituto. O Corinthians trouxe dois atletas para disputar posição com Guerrero, Vagner Love e Mendoza, porque dificilmente o peruano permanece no clube, e, mesmo assim, não vejo o técnico preparar sua equipe para uma eventual perda.

Você imagina o Barcelona jogando sem o Messi ou o Real Madrid jogando sem Cristiano Ronaldo? Pois, saibam que Leo desfalcou o Barça durante boa parte da temporada 2012-13 e, mesmo assim, os catalães foram campeões espanhóis, além de terem chegado nas semifinais da Champions League (foram eliminados pelo campeão Bayern). Em 2013-14, o Real teve de jogar boa parte da temporada sem Marcelo, Di María e Ronaldo (todos lesionados) e, mesmo assim, os Merengues venceram a Champions League daquela sessão. Como se vê, a ausência dos principais jogadores não é desculpa para justificar uma derrota.

A solução para o problema é óbvia: apostar no jogo coletivo. Cada jogador precisa ajudar seus companheiros -não prender demais a bola, dar opção de passe, cobrir o marcador quando o time está sem a bola, se posicionar bem na área para os arremates, e assim por diante. Quando o time realmente joga como uma equipe, a dependência do individualismo diminui e os desfalques são menos sentidos. Ademais, um time assim é muito mais difícil de marcar porque a equipe possui terá muitas opções de ataque. Apenas para dar um exemplo, o Real Madrid não tinha Bale e Modrić para enfrentar o Atlético de Madrid e, mesmo assim triunfou. Por quê? Porque o time sabe jogar coletivamente ao invés de depender excessivamente de seus titulares.

Já está mais do que na hora de mudarmos essa mentalidade de jogar toda a responsabilidade para o "craque do time" e deixar o resto da equipe retrancada lá atrás. Todos os jogadores têm de se ajudar mutualmente, seja no ataque, seja na defesa. Só assim as equipes se livram dessa dependência absurda de seus principais jogadores. Ou então, continuem aí perdendo e usando a ausência dos "craques" como desculpa.



Imagem extraída do Facebook oficial do Real Madrid- https://www.facebook.com/RealMadrid/



ESCORREGOU

Quando tudo parecia perdido para o Borussia Dortmund (que perdia por 1x0), Aubameyang empatou a partida no Allianz-Arena e isto parece ter abalado mentalmente o Bayern. Só isso para explicar quatro cobranças desperdiçadas pelo time bávaro, com direito a Lahm e Xabi Alonso escorregando na hora da cobrança. Melhor para os Aurinegros, que eliminam o grande rival, vão à final da DFB-Pokal 2014-15 e têm a chance de fechar a "Era Klopp" com chave de ouro -leia-se, um último troféu.



VÔLEI TRICOLOR

Muito bacana a parceria fechada entre o São Paulo Futebol Clube e o Funvic/Taubaté. A ideia é usar o nome do Tricolor para dar visibilidade ao Taubaté e, com isso, atrair investidores (e recursos financeiros) ao time do Vale do Paraíba, mais ou menos como o Cruzeiro vem fazendo como o Sada. O Funvic foi uma das grandes surpresas da temporada 2014-15 com dois títulos conquistados (Campeonato Paulista e Copa Brasil) e já tinha um grande potencial para ir mais longe. Se a parceria vingar, podemos esperar um time ainda melhor para a próxima temporada. Quem sabe outros clubes não se interessem e sigam o modelo, o que seria muito benéfico para o vôlei brasileiro.



UMA LÁGRIMA PARA A LUSA

O que fizeram com um dos maiores clubes de São Paulo? O que fizeram com aquela equipe que já foi grande no passado, chegou a fazer grandes campanhas nos anos 90 e foi até vice-campeã brasileira em 96? Um time outrora gigante hoje está em ruínas, com salários atrasados, afundado em dívidas, rebaixado no Paulistão e agora eliminado em casa na Copa do Brasil diante de um Ituano desfigurado com relação a 2014. Acompanhei ao jogo na Copa do Brasil e vi os esforços dos atletas da Lusa. Faltou técnica mas não faltou garra ou vontade de vencer. Há jogadores que ainda se importam com o clube apesar de tudo o que aconteceu. O que fizeram com você, Portuguesa?


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