terça-feira, 27 de setembro de 2022

Estou com Mancini

Imagem extraída de www.facebook.com/NazionaleCalcio



A Itália está nas semifinais da Liga das Nações após uma dura disputa com a Hungria na Puskás Aréna. O que deveria ser motivo para celebração para os italianos, contudo, ficou com sabor agridoce visto que a Azzurra está fora da Copa do Mundo 2022 (fora eliminada na repescagem pela Macedônia do Norte) e a competição de pontos corridos tem sido muito mais um "prêmio de consolação" do que um objetivo propriamente dito.

Ficaram questionamentos em relação ao trabalho do treinador Roberto Mancini. O técnico ousou ao renovar toda a Seleção Italiana oferecendo espaço a jogadores mais jovens (muitos deles pouco conhecidos fora da Itália) e também ao mudar radicalmente o estilo de jogo -a Azzurra sempre se notabilizou pelo estilo defensivo enquanto o ex-atacante propõe um jogo mais ofensivo.

Mancini parecia ter colocado a Azzurra de volta nos trilhos com a convincente conquista da Eurocopa 2020 (que eu chamo de "Euro 2021") quando levou aquele balde de água fria da Macedônia do Norte. A seleção dos Balcãs, durante a ocasião, teve muito menos posse de bola e finalizou muito menos que os italianos mas acabou triunfando na base da eficiência.

A Itália e Roberto Mancini, afinal, erraram ao propor mudanças tão radicais em relação às suas tradições? Foi incorreto abandonar o jogo defensivo em favor de um futebol mais ofensivo e dinâmico? A Azzurra deveria manter Buffon, Chiellini, Marchisio, Pirlo e outros veteranos ao invés de apostas em promessas?



Imagem extraída de www.facebook.com/NazionaleCalcio



A resposta é "não".

Voltemos a 2017 quanto a Itália ficou fora da Copa 2018 após cair na repescagem diante da Suécia. Durante a ocasião, o treinador Gian Piero Ventura apostou no velho 3-5-2 tendo a Juventus como base e utilizando a estratégia de jogar nos erros adversários. A eliminação diante os nórdicos deixou evidente que uma renovação no elenco era necessária e que a Azzurra precisava de novas ideias.

Foi nesse contexto que surgiram Roberto Mancini e suas ideias arrojadas com a missão de renovar a Seleção Italiana. O treinador teve um início lento com muitas derrotas e empates, mas conseguiu engatar uma sequência invicta que durou de 10 de outubro de 2018 até 6 de outubro de 2021. A conquista da Eurocopa veio durante o período, o que coroou o ótimo trabalho do técnico.

A Itália, porém, tornou-se o "adversário a ser batido" com a conquista da Euro e os rivais conseguiram explorar as fraquezas da Azzurra. Assim, Mancini e seus jogadores acabaram indo para a repescagem onde caíram diante a Macedônia do Norte.

A queda na repescagem não pode invalidar os méritos de Mancini ainda que a desclassificação tenha sido dolorosa. A renovação da Itália é um processo mais do que necessário, sobretudo durante o momento atual quando não há mais como contar com Pirlo, Chiellini ou Barzagli. Uma nova mudança no comando seria retroceder a 2017 e voltar à estaca zero.

Será triste ver mais um Mundial sem a Azzurra, sobretudo quando Mancini e seus comandados nos brindaram com um futebol bonito e moderno. Mas seria ainda mais triste ver todo um ótimo trabalho ser interrompido quando ainda há potencial para novas conquistas.



Imagem extraída de www.facebook.com/EURO2024




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