Gabigol e Pedro merecem ter suas "revanches" na Europa (imagem extraída de www.facebook.com/FlamengoOficial) |
Grandes times sempre entram para a história do esporte e, principalmente, ficam no coração do torcedor. Não houve quem não se curvasse ante aquela equipe do Flamengo de 2019 comandada por Jorge Jesus e que faturou tantos troféus, além de jogar um futebol de encher os olhos.
Boa parte daquela geração ainda permanece mas ela oscilou pelos mais variados motivos: alguns atletas mais valorizados rumaram à Europa, as peças de reposição nem sempre estavam à altura dos antecessores, os treinadores subsequentes nem sempre conseguiram manter a linha de trabalho do português, houve a polêmica envolvendo supostas "panelas" no elenco e os próprios jogadores ou esquemas táticos acabam "manjados" pelos adversários.
O ano de 2022 parece ter recolocado o Rubro-Negro de volta aos trilhos, afinal foram feitas boas contratações, houve a mudança no comando técnico (saiu Paulo Sousa e entrou Dorival Júnior) e a equipe vem reagindo bem às mudanças. O Flamengo, com isso, está com a classificação bem encaminhada nos dois mata-matas (Copa do Brasil e Libertadores) e o time ainda alimenta a esperança (remota) de faturar o Campeonato Brasileiro.
A boa fase do time, no entanto, não pode mascarar uma necessidade que é a renovação do elenco. Por mais títulos que a geração atual tenha conquistado, é preciso ter consciência de que, com passar do tempo, os jogadores envelhecem, os esquemas táticos ficam manjados e o futebol continua evoluindo. Clubes que se apegam em demasia a um grupo tendem a se estagnar e acabam ultrapassados pelos rivais.
Isto aconteceu com o Barcelona e com o Real Madrid, que se apegaram em demasia às suas respectivas gerações vencedoras mas se recusavam a aceitar que seus times estavam envelhecendo e clamando por renovação. E acabaram atravessando momentos de crise em decorrência disso.
Filipe Luís é um ótimo lateral mas já está com 37 anos (imagem extraída de www.facebook.com/FlamengoOficial) |
O elenco do Flamengo possui muitos jogadores com mais de trinta anos -Diego Alves, David Luiz, Filipe Luís, Vidal, Diego Ribas, Éverton Ribeiro, Bruno Henrique e Marinho. Por mais talentosos que sejam esses atletas, uma base muito envelhecida tem mais dificuldade de se impor sob o ponto de vista físico. E o futebol brasileiro, ainda que não seja tão exigente quanto o europeu, está cada vez mais intenso e desgastante para os jogadores.
Os mais jovens também deverão deixar o clube mas por outro motivo: o assédio dos clubes europeus. Gostem ou não, o futebol brasileiro hoje é muito pequeno para os jogadores talentosos. Lázaro, por exemplo, já está de malas prontas para a Espanha e a lista deve aumentar a médio prazo. Ademais, Pedro e Gabigol, dois dos principais atletas do grupo, merecem uma "revanche" no Velho Continente visto que ambos não deixaram uma boa primeira impressão na Itália.
É sempre triste despedir-se de jogadores que trouxeram tantas alegrias e conquistaram tantos títulos mas os atletas envelhecem, os times se tornam manjados e o futebol continua evoluindo. As oscilações demonstradas pelo Rubro-Negro após a saída de Jorge Jesus já eram indícios de que uma renovação no elenco era necessária, ainda que os treinadores tenham sua parcela de responsabilidade.
O Flamengo vive um momento de euforia mas é necessário ter consciência: o elenco precisa ser renovado independente do desempenho da temporada. O time de 2019 foi ótimo mas haverão muitos outros memoráveis.
Imagem extraída de www.facebook.com/FlamengoOficial |
Nenhum comentário:
Postar um comentário