quinta-feira, 8 de setembro de 2022

Leveza

Imagem extraída de www.facebook.com/ChampionsLeague



Hoje eu deveria, teoricamente, entregar uma análise tática a respeito do jogo entre Barcelona e Viktoria Plzeň, a única partida da Champions League que eu tive acesso através dos canais que eu assino. A equipe do Leste Europeu se esforçou e até deu algum trabalho aos catalães mas o resultado de 5x1 ficou barato tamanha a superioridade dos mandantes.

Os checos acabaram sendo muito mais um sparring ao Barcelona do que um adversário. Mesmo com jogadores grandes e se valendo da imposição física, o Viktoria Plzeň foi facilmente dominado pelos mandantes.

O jogo, porém, ofereceu uma ótima amostra do trabalho de Xavi, treinador que começou há pouco tempo mas já demonstra talentos com a prancheta. O Barcelona, aliás, ainda se apega em demasia a seu passado glorioso na escolha de seus técnicos. Foi assim com Guardiola, Luis Enrique e Ronald Koeman. A opção pelo ex-meia não foi por acaso.

Ainda se observa a formação em 4-3-3, o toque de bola e o futebol leve que caracterizaram o trabalho de Guardiola, que foi o mentor de Xavi. A execução, porém, é bem diferente e com influências do esporte atual incluindo marcação alta, adoção do "perde-pressiona" e muita movimentação em campo. Diferente da equipe de seu mentor, os atletas correm bastante e não apenas a bola.

A força, porém, ainda parece ser um dos pontos fracos do time. Às exceções de Lewandowski, Kessié e Christensen; o Barcelona possuía poucas opções para dividir bolas ou se impor fisicamente. A equipe, com isso, sofre quando precisa jogar sem a bola. São efeitos colaterais de um time que aposta na leveza a exemplo do que já acontecia com o time de Guardiola.



Comparação entre os times de Xavi (esquerda) e Guardiola (direita): formações
semelhantes mas execução diferente nas jogadas (imagem obtida via this11.com



O grande desafio de Xavi agora será levar sua equipe leve aos troféus diante de adversários que se valem da força física e da velocidade. O confronto contra os grandões do Viktoria Plzeň foi um bom preparativo mas o treinador catalão terá um duro teste já na próxima terça-feira diante do Bayern München, equipe que consegue aliar jogadores grandes com talento.

Não é uma missão impossível visto que a Itália de Roberto Mancini venceu a última Eurocopa nos oferecendo um futebol leve e ofensivo mesmo diante de adversários grandões. Ou o Ajax de Erik ten Hag que, com um estilo muito parecido com o de Xavi, chegou à semifinal da Champions League durante a temporada 2018-19.

O próprio Guardiola havia encontrado uma resposta em seus tempos de Barcelona ao superar rivais defensivistas fazendo a bola correr ao invés dos jogadores. Caberá a Xavi fazer o mesmo e encontrar um meio de provar que a força física não é o único diferencial no futebol.



Imagem extraída de www.facebook.com/fcbarcelona




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