sexta-feira, 30 de setembro de 2022

O Triste Fim dos Românticos

O Chile venceu duas Copas América consecutivas mas também ficou fora de dois
 mundiais seguidos (imagem extraída de www.facebook.com/SeleccionChilena)



Quem me acompanha desde os primórdios do blog em 2013 deve se lembrar de que eu estava na torcida pelos "românticos" Chile e Colômbia, ambas seleções comandadas por treinadores argentinos durante a ocasião -Jorge Sampaoli e José Pékerman, respectivamente.

Chamei os treinadores de "românticos" porque ambos contavam com grandes gerações de atletas e, principalmente, porque ambos nos brindavam com um futebol ofensivo, indo na contramão de muitas equipes que optavam pela eficiência durante o mencionado período. Era muito agradável ver a Roja e os Cafeteros jogarem.

O tempo, porém, passou e aquelas gerações envelheceram. O futebol também foi mudando e os adversários foram aprendendo os padrões das duas seleções sul-americanas. Mesmo os grandes astros daquelas equipes já não gozam do mesmo prestígio de outrora -James Rodríguez hoje tenta se reerguer no Olympiacos da Grécia enquanto Arturo Vidal voltou para a América do Sul e defende as cores do Flamengo.

É difícil, porém, abrir mão de toda uma geração de grandes jogadores, sobretudo quando esta alcança algum grande feito -o Chile foi campeão da Copa América em 2015 e 2016, enquanto a Colômbia chegou às quartas-de-final do Mundial em 2014. Mesmo times europeus como o Barcelona e o Real Madrid têm apresentado dificuldades para desapegarem de seus envelhecidos craques.

O Chile ainda enfrentou conflitos internos no elenco às vésperas do Mundial de 2018: o goleiro e capitão Claudio Bravo teria se desentendido com os próprios companheiros devido a questões disciplinares por parte do restante do elenco, o que causou o afastamento do arqueiro da Roja durante um bom período.



A geração 2014-2018 da Colômbia encantou pela grande safra de atletas e pelo futebol
bem jogado (imagem extraída de www.facebook.com/FCFSeleccionColPage).



Resta aos torcedores levantar a cabeça e tentar enxergar o futuro. Enquanto a maioria daqueles astros já se aposentou ou se prepara para pendurar as chuteiras, muitos outros jovens talentos vêm surgindo e podem, quem sabe, levar suas respectivas seleções novamente ao Mundial durante os próximos ciclos.

A Colômbia conta com Luis Díaz (Liverpool), Rafael Borré (Eintracht Frankfurt) e Davinson Sánchez (Tottenham) que devem ser os pilares da equipe neste próximo ciclo. O Chile, por sua vez, ainda tem os veteranos Alexis Sánchez (Marseille), Charles Aránguiz (Bayer Leverkusen) e Claudio Bravo (Real Betis) jogando em bom nível técnico na Europa e que podem ajudar na transição para as gerações futuras.

Não é sempre, infelizmente, que as seleções terão boas safras de craques à disposição. Às vezes, nem mesmo isso é suficiente para levar os times aos Mundiais ou aos títulos, como foi o caso da Itália de Roberto Mancini. Mesmo assim, cabe às federações e aos clubes realizarem bons trabalhos nas categorias de base para que talentos continuem surgindo.

Chile e Colômbia nos brindaram com excelentes gerações de jogadores e com um futebol vistoso. Mas esse tempo, infelizmente, passou e o momento é de renovar as equipes visando o futuro. Ou não haverá futuro algum para a Roja e para os Cafeteros.



Imagem extraída de www.facebook.com/SeleccionChilena




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