quinta-feira, 29 de setembro de 2022

O Brasil não Precisa de Adversários Europeus, e Sim Aprender com os Europeus

Imagem extraída de www.facebook.com/fifaworldcup



Confesso que nem assisti aos amistosos do Brasil realizados durante a última "data FIFA". Os previsíveis placares de 3x0 sobre Gana em renovação e 5x1 sobre uma modesta Tunísia ficaram até baratos dadas as discrepâncias entre a nossa Seleção e os dois adversários africanos. Tite até poderia ter dado folga aos titulares e testar melhor seus reservas, mas o treinador necessita do apoio de seu grupo para seguir no cargo.

Há algum tempo, contudo, comunicadores e até o próprio Tite vêm questionando os adversários do Brasil nos últimos amistosos. Todos gostariam que a nossa Seleção enfrentasse mais adversários europeus sob o argumento de que nós caímos diante de equipes do Velho Continente nas últimas quatro Copas do Mundo: França (2006), Holanda (2010), Alemanha (2014) e Bélgica (2018).

As seleções europeias têm realizado poucos amistosos em virtude da Liga das Nações, torneio de pontos corridos organizado pela UEFA e que ocupa praticamente todas as "datas FIFA". Com isso, o Brasil só pode treinar contra adversários de outros continentes e poucos deles têm se mostrado à altura do Escrete Canarinho.

Acredita-se que o Brasil aumentaria as suas chances de vencer a próxima Copa do Mundo se enfrentasse mais adversários europeus, visto que teríamos adversários (e parâmetros) melhores para avaliarmos a nossa Seleção e também estudar melhor os nossos possíveis rivais.



Imagem extraída de www.facebook.com/CBF



Eu, no entanto, discordo veementemente de tal teoria afinal o Brasil enfrentou Alemanha, Espanha, França e Itália durante outros ciclos. Chegamos, inclusive, a ter vitórias convincentes sobre os mencionados adversários mas isto não foi suficiente para evitar eliminações diante oponentes europeus nos últimos quatro Mundiais.

O fato de não enfrentarmos rivais europeus em amistosos, para mim, não passa de uma desculpa para justificar uma eventual eliminação do Brasil na Copa do Mundo. Ademais, os times do Velho Continente enxergam amistosos realmente como "amistosos" e utilizam tais jogos para realizar testes. Apenas a nossa Seleção coloca o cargo do treinador em xeque em tais partidas.

O que o Brasil realmente necessita para voltar ao lugar mais alto do pódio é aprender com os europeus. Os clubes e as seleções do Velho Continente se reestruturaram desde as categorias de base até os dirigentes visando criar times de excelência. Os campeonatos, da mesma forma, são muito bem organizados para que sejam competitivos e não haja conflitos de calendários. A Europa, obviamente, não é o El Dorado do futebol visto que por lá também há jogadores, treinadores, árbitros e dirigentes ruins em todos os sentidos; mas estes raramente têm vida longa no esporte local.

Precisamos modernizar o nosso futebol para voltarmos a ser competitivos incluindo a formação de atletas, estrutura das ligas/campeonatos, instalações, arbitragem e mentalidade dos dirigentes. Países como Coréia do Sul, México e Estados Unidos ainda não possuem o nível de excelência dos europeus mas vêm melhorando ano após ano graças a investimentos nos setores mencionados.

O Brasil ainda é o maior campeão em Copas do Mundo mas visivelmente nos acomodamos e permitimos que os europeus nos superassem em quase todos os aspectos o que justifica as últimas eliminações sofridas. E se não tomarmos providências, a distância em relação aos rivais se tornará ainda maior.

Seria bom realizarmos mais amistosos contra adversários europeus mas seria ainda melhor se aprendêssemos com os adversários do Velho Continente e nos modernizássemos assim como eles fizeram e continuam fazendo.



Imagem extraída de www.facebook.com/CBF




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