sábado, 11 de fevereiro de 2023

A Derrota do Futebol Brasileiro

Imagem extraída de www.facebook.com/saopaulofc



O São Paulo, com o apoio da maioria dos clubes da Série A, está prestes a obter uma grande vitória: haverá o aumento do limite de jogadores estrangeiros de cinco para sete e o Tricolor poderá, finalmente, entrar em campo com todos os gringos de seu elenco -já supondo que Arboleda conseguirá a cidadania brasileira. O treinador Rogério Ceni sempre era obrigado a barrar pelo menos três de seus oito futebolistas nascidos fora do Brasil, o que era uma grande dor de cabeça para o técnico.

A CBF, ao mesmo tempo, trabalha para anunciar seu treinador estrangeiro em junho quando a temporada europeia se encerra e será mais fácil encontrar algum técnico livre no mercado com o perfil desejado para a Seleção -Carlo Ancelotti ainda é o favorito. Até lá, o ex-meia Ramon Menezes, que dirige o time sub-20, deve assumir como interino.

Ambas as notícias são ótimas sob o ponto de vista técnico visto que os estrangeiros sempre acrescentam muito ao nosso futebol. Basta lembrar-nos dos muitos ídolos gringos que fazem ou fizeram história em nossos gramados: Dario Pereyra, Tévez, Gustavo Gómez, Sorín, Seedorf, D'AleArrasca, ... Os técnicos, da mesma forma, também estão revolucionando o nosso esporte com suas ideias. Casos de Jorge Jesus, Juan Pablo Vojvoda, Chacho Coudet, ... 

As notícias, ao mesmo tempo, apontam uma grande falha do futebol brasileiro. Significa que não estamos mais revelando talentos e que estamos precisando buscar mão-de-obra lá fora para manter a competitividade de nossos times.



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Tais acontecimentos externam como o futebol brasileiro se tornou atrasado em relação ao de outros países, principalmente os europeus. A nação que se orgulha de ser a única pentacampeã mundial hoje parou no tempo e vive apenas de seu passado glorioso. Acomodado, o Brasil agora necessita do talento estrangeiro para que seus times se mantenham competitivos.

Alguns de nossos treinadores, incapazes de compreender tal cenário, apelam até para a xenofobia e atacam seus colegas estrangeiros ao invés de se aprimorarem/atualizarem para correrem atrás do prejuízo.

A vinda de estrangeiros é benéfica ao nosso futebol mas deveríamos aproveitar a oportunidade e também aprender com eles. A contratação de pessoas nascidas fora do país deveria ser uma maneira de estimular a nossa competitividade elevando o nível de nosso esporte, e não para que eles resolvam os nossos problemas. Um bom exemplo é o Japão que, a duras penas, aprendeu a jogar bola com a ajuda de gringos (incluindo brasileiros) e hoje os japoneses já estão caminhando com suas próprias pernas.

Cabe, por fim, mencionar que os clubes europeus contratam muitos estrangeiros todos os anos mas a maioria das instituições do Velho Continente têm consciência de que também precisam formar talentos para ajudarem seus respectivos países. Barcelona e Athletic Bilbao, por exemplo, investem pesado em suas bases para que possam fortalecer a Catalunha e o País Basco, respectivamente. Ou a Premier League que obriga seus times a terem um certo percentual de jogadores ingleses para manter a sua seleção competitiva.

O Brasil jamais deve fechar suas portas para o talento estrangeiro porque as trocas culturais são importantes para o desenvolvimento do futebol. Mas, ao mesmo tempo, precisamos questionar os motivos pelos quais nossos times estão apelando para tantos jogadores e treinadores nascidos fora do país.



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