quarta-feira, 1 de fevereiro de 2023

Choque de Realidade

Imagem extraída de www.facebook.com/RealMadrid



Começa hoje o Mundial de Clubes da FIFA e todos sabem que o Real Madrid é o grande favorito a ficar com a taça a despeito de não atravessar um bom momento técnico e, tampouco, jogar a competição com o mesmo empenho de uma Champions League.

Foram-se os tempos quando nossos times enfrentavam os europeus de igual para igual. Dificilmente veremos façanhas como a do Santos de Pelé, do Flamengo de Zico, do São Paulo de Telê Santana ou do Corinthians de Tite.

O futebol europeu deu um salto gigantesco durante a última década com amplo investimento em infraestrutura, formação de atletas, competitividade das ligas e, claro, contratações. Isto ficou evidente nos últimos Mundiais disputados quando os times do Velho Continente ficaram com o troféu.

A discrepância também aparece nas partidas com as equipes da América do Sul realizando um esforço hercúleo para enfrentar os desinteressados times europeus. Foi assim em Palmeiras X Chelsea em 2022, Flamengo X Liverpool em 2019 ou Grêmio X Real Madrid em 2017.



Imagem extraída de www.facebook.com/LiverpoolFC



O torcedor brasileiro provavelmente questiona neste momento se os times da América do Sul não podem fazer algo para reaver o Mundial de Clubes e acabar com a hegemonia dos europeus na competição. Sim, há possibilidades, mas é preciso compreender o que levou o futebol no Velho Continente a se desenvolver e o que fez com que o nosso esporte ficasse atrasado em relação aos nossos rivais.

É preciso, em primeiro lugar, que os nossos dirigentes deixem o seus egos de lado e passem a se preocupar com o desenvolvimento de suas instituições. Investir em infraestrutura, formação de jogadores, pesquisas científicas (metodologia de treinos, prevenção/tratamento de lesões, nutrição/suplementação, ...) e profissionais qualificados. E nada de pensar apenas em resultados a curto prazo como fazem nossos times.

Os clubes também precisam deixar suas diferenças de lado para criar ligas competitivas e niveladas por cima. Um exemplo foi a Premier League, cujo nível das partidas melhorou demais com a distribuição mais igualitária dos direitos de transmissão.

Cabe lembrar, porém, que os resultados surgem a longo prazo. O próprio futebol inglês levou anos para voltar a ganhar uma Champions League (a Inglaterra ficou de 2012 a 2019 sem levantar uma "Orelhuda") e será necessária paciência para que os investimentos sejam frutíferos.

Veremos, enquanto isso não acontece, os europeus ampliando sua hegemonia no futebol. E a tendência é de que o domínio do Velho Continente seja ainda maior com a FIFA tendo planos de aumentar a participação de clubes da UEFA em seu Mundial.



Imagem extraída de www.facebook.com/ChelseaFC




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