segunda-feira, 13 de fevereiro de 2023

Há Esperança?

Imagem extraída de www.facebook.com/RealMadrid



Deu a lógica no Mundial de Clubes 2022 (que passou a ser retroativo por questões de calendário) e o Real Madrid faturou seu oitavo título na competição sem grandes dificuldades. Isso a despeito dos desfalques e do ritmo abaixo por parte dos jogadores merengues em campo -que estavam se dosando para a partida válida pela Champions League na próxima semana.

O Mundial de Clubes sempre foi muito mais um "estorvo" do que uma honra para os clubes europeus, sobretudo durante a última década quando o nível técnico do Velho Continente cresceu exponencialmente enquanto o de nós, sul-americanos, estagnou ou até regrediu. A maior evidência disto foi o desempenho dos times durante as últimas edições quando apenas equipes filiadas à UEFA ficaram com o troféu sem fazer muito esforço em campo.

A própria FIFA percebeu o desinteresse dos europeus na competição e pretende mudar o formato para torná-la mais atraente e, consequentemente, mais lucrativa. A ideia é que o torneio ocorra a cada quatro anos a partir de 2025 durante o mês de junho e reúna ainda mais times do Velho Continente para estimular a rivalidade entre eles.

O formato, obviamente, seria ainda mais difícil para nós sul-americanos que passamos a ter problemas até mesmo para superar rivais de outros continentes além da Europa. Internacional (caiu para o Mazembe da República Democrática do Congo em 2010), Atlético Mineiro (caiu para o Raja Casablanca do Marrocos em 2013), Palmeiras (caiu para o Tigres do México na edição 2020) e agora o Flamengo (caiu para o Al Hilal da Arábia Saudita na edição 2022) são provas cabais disto.



Imagem extraída de www.facebook.com/RealMadrid



Há, porém, alguma pequena esperança para que as mudanças na competição possam ajudar a nós, sul-americanos. Os clubes europeus vêm reclamando cada vez mais da quantidade de jogos disputados todos os anos (incluindo aqueles pelas seleções nacionais), em especial os ingleses que têm em seu calendário duas copas nacionais. O número de partidas somado à intensidade exigida pelo futebol atual vêm cobrando seu preço com muito mais lesões em relação à décadas anteriores.

Algumas das federações europeias, com o apoio da UEFA, sempre foram contra a expansão do Mundial de Clubes justamente pelo fato da competição tornar o calendário ainda mais apertado. Significaria um campeonato a mais para desgastar seus atletas, menos tempo para descanso e os jogos seriam ainda mais disputados devido à rivalidade entre os clubes do Velho Continente.

Um possível desentendimento entre a FIFA e a UEFA seria péssimo para o Mundial de Clubes sob o ponto de vista técnico (o nível do torneio cairia) e também financeiro (a audiência e a procura por ingressos diminuiriam drasticamente). Os sul-americanos, por outro lado, teriam mais chances de voltar a erguer o troféu da competição caso haja algum boicote por parte de europeus.

Isto, porém, não beneficiaria o nosso futebol em hipótese alguma visto que precisamos enfrentar equipes europeias para que possamos nos aprimorar no esporte. Mas, ao mesmo tempo, teríamos mais chances de acabar com o incômodo jejum de títulos na competição. Seria, portanto, uma maneira mentirosa de nos afirmarmos novamente.

Os europeus são soberanos no Mundial de Clubes porque buscaram se aprimorar enquanto muitos de nós, sul-americanos, ficamos presos em uma "bolha" de que éramos melhores porque somos os únicos pentacampeões em Copas do Mundo. A possível saída de times do Velho Continente aumentaria as chances de nossos clubes reaverem o troféu, mas isto também acabaria com toda a honra do feito.



Imagem extraída de www.facebook.com/RealMadrid




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