quinta-feira, 2 de fevereiro de 2023

Conflito de Interesses

Imagem extraída de www.facebook.com/FIGC



O treinador da Itália, Roberto Mancini, fez um apelo para os clubes de seu país para que deem mais chances aos jogadores da seleção sub-21. O técnico vem tendo dificuldades para renovar o elenco da Azzurra visto que poucos jovens nascidos na Velha Bota vêm tendo oportunidades para atuar em grandes equipes.

Mancini realizou um esforço hercúleo durante o ciclo anterior para garimpar jovens nas categorias de base dos clubes italianos, visando renovar a sua seleção e acabar de vez com a dependência de Pirlo, Buffon, Barzagli e outros veteranos. Conseguiu, com isso, mudar a mentalidade em campo da Azzurra e faturar a Euro 2020, mas a ausência na Copa do Mundo 2022 deixou evidente que ainda há muito a fazer.

O futebol, porém, é um meio extremamente competitivo e os clubes necessitam de resultados. Os treinadores, então, preferem buscar o talento pronto (muitos deles estrangeiros) em detrimento aos jovens formados na própria instituição. Como poucos times de ponta oferecem espaço para suas joias, a solução foram equipes de meio de tabela como o Sassuolo que cedeu Locatelli, Berardi e Raspadori à Azzurra.



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Mancini, durante a entrevista, chegou a mencionar o futebol inglês, que obriga seus clubes a destinarem um percentual de vagas a jogadores nascidos ou revelados na Inglaterra. Um esforço da Football Association para manter as suas seleções competitivas e que vem dando resultado com bons desempenhos dos Three Lions. Tal medida talvez também possa ser viável na Itália mas dependeria da boa vontade dos times.

Uma outra opção para Mancini seriam os oriundi ("descendentes de italianos" -termo utilizado para jogadores naturalizados), casos de Tolói, Jorginho, Palmieri, Mudo Vázquez e Luiz Felipe. Estes atletas encontrariam resistência por parte de torcedores ultranacionalistas mas poderiam manter as desejadas contratações pelos clubes e também resolveriam o problema na Azzurra a curto prazo.

Mancini terá seu primeiro grande teste na metade do ano com a fase final da Nations League diante da Espanha. Até lá, o treinador terá de encontrar uma solução para renovar a Itália e também manter a seleção competitiva após as mudanças. Terá, porém, de contar com a boa vontade dos clubes para ter material humano à disposição, algo que parece complicado visto que os times também necessitam de resultados.



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