domingo, 12 de fevereiro de 2023

O Pé-Frio




Sorte e azar são fatores aleatórios em nossas vidas e que, geralmente, estão fora de nosso controle. Eu mesmo já consegui ficar em recuperação após um acidente durante uma prova prática apesar de estar plenamente preparado. E também já consegui ficar com a maior nota da sala apesar de não ter entender bulhufas de uma matéria. Mas um amigo meu conseguiu extrapolar os limites do infortúnio em 2003.

Meu amigo já teve azar logo antes de nos conhecermos: seu time, o Palmeiras, havia acabado de ser rebaixado pela primeira vez em sua história. Quem começou a acompanhar o Palestra em tempos recentes deve estranhar o que acabei de escrever mas o Verdão antes da "Era Crefisa" era um time tão mal administrado que lutava mais contra o rebaixamento do que pelos títulos.

Quando conheci meu amigo, ele havia acabado que quebrar a perna jogando futebol. Foi um temendo baque para ele que visto o esporte era uma de suas paixões e ele passou boa parte do semestre de muletas, sem poder bater uma bolinha. Eu nem lembro se ele teve condições de jogar o InterUSP daquele ano.

O semestre fechou com "chave de ouro" para o meu amigo: ele foi o primeiro a ter de apresentar seu trabalho em uma disciplina. Até hoje não esqueço quando a professora anunciou: "vamos começar com o grupo de antiparasitários". Menos mal que eles foram bem e a apresentação transcorreu sem grandes problemas.






O semestre seguinte não poderia começar pior para o meu amigo: logo em uma das primeira aulas, o professor de química (que tinha quase dois metros de altura) chamou meu colega para a lousa e todos ficaram tirando sarro do fato aos gritos de "papai"! Não obstante, o docente também era palmeirense e passou boa parte do dia lamentando que o seu time estava na Série B, relembrando o triste fato ao aluno!

Pé-frio, felizmente, é coisa que passa como disse uma música cujo autor não me recordo e meu amigo nunca mais teve mais nenhum infortúnio memorável após o incidente com o professor de química. Muito pelo contrário, acho que só vi bons acontecimentos em sua vida durante os anos subsequentes... Ou não, visto que ele viu seu time cair de novo para a Série B ao mesmo tempo que o arquirrival Corinthians faturava sua primeira libertadores, mas isto é outra história.

Mantenho contato com meu amigo até hoje graças às redes sociais mas nunca mais conversei com ele sobre seu ano azarado na faculdade. Com certeza ele terá um "gatilho" quando abrir este texto e ler a palavra "antiparasitários"... Faz parte, visto que a aleatoriedade acontece em nossas vidas!







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