sábado, 8 de outubro de 2022

Ainda Há Espaço para o Futebol-Arte?

Imagem extraída de www.facebook.com/EuropaLeague



Há algum tempo deixei de ser um fã fervoroso do chamado futebol-arte. Compreendi, ao longo dos anos, que jogar bonito não é exatamente o mais importante no esporte afinal os times precisam de resultados para sobreviverem e nem todas as equipes possuem atletas apropriados para atuarem como o Barcelona de Guardiola. Mas, ainda assim, não deixo de exaltar os seus praticantes.

Mikel Arteta, o atual treinador do Arsenal, foi jogador de Arsène Wenger e auxiliar técnico de Pep Guardiola, dois técnicos que apreciam um futebol leve, com bola no chão e muitas trocas de passes. O ex-volante, portanto, foi bastante influenciado por dois praticantes do futebol-arte.

O Arsenal há anos não tem feito jus à sua grandeza com muitas campanhas medíocres e critérios duvidosos na montagem do elenco. A equipe londrina não se adaptou às mudanças na Premier League e tem irritado seus torcedores ano após ano salvo por pequenos espasmos.

Os Gunners, porém, começaram muito bem a temporada com boas campanhas na Premier League (lideram a competição com 21 pontos, sete vitórias e uma derrota) e estão com 100% de aproveitamento na Europa League. E tudo isto apresentando um futebol leve e agradável.



Imagem extraída de www.facebook.com/Arsenal



Assisti à vitória dos Gunners sobre o Bodø/Glimt, válida pela 3ª rodada da Europa League -a 2ª partida do Arsenal fora adiada em virtude do falecimento da Rainha do Reino Unido. A equipe norueguesa, apesar de jogar um bom futebol, não era páreo para os londrinos (Arteta até mandou a campo uma equipe mista) e, portanto, optei por não fazer uma análise tática.

Observa-se as influências de Guardiola e de Wenger no jogo do Arsenal: troca de passes, futebol leve e muita posse da bola. A execução, porém, lembra muito mais os atuais times holandeses com dinamismo, intensidade e trocas de posições.

Observa-se, porém, os mesmos problemas vistos em outros times que adotam tal estilo. O Arsenal ficou em apuros quando o Bodø/Glimt passou a adiantar as linhas para pressionar a saída de bola e também a se valer da imposição física. Arteta precisou lançar mão de seus titulares (Saka, Jesus, Ødegaard, ...) durante o segundo tempo para não sofrer o empate.

É difícil propor alternativas no atual cenário do futebol onde o jogo mais físico tem feito a diferença. Times da Alemanha e da própria Inglaterra demonstraram com sucesso a importância da velocidade e da força dos atletas. Táticas como a marcação alta, recomposição e o "perde pressiona" são muito mais efetivas quando se dispõe de futebolistas grandes e fortes.

O Arsenal, porém, mostra que ainda há alguma réstia de esperança para os amantes do futebol-arte neste início de temporada. O futebol leve vem empolgando e os resultados estão surgindo. Resta saber se os Gunners conseguirão se sustentar até o final da temporada -o retrospecto dos londrinos não tem sido bom, como em 2013-14 e 2015-16 quando o cenário foi muito parecido com a sessão atual.



Imagem extraída de www.facebook.com/Arsenal




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