sexta-feira, 28 de outubro de 2022

O Peixe Encalhado

Lisca Doido durou apenas um mês e meio no comando do
Santos (imagem extraída de www.facebook.com/santosfc).



Texto inspirado em post do jornalista Vitor Sérgio Rodrigues.



O Santos é um dos maiores clubes do país, seja pelos títulos conquistados, seja pela tradição que possui. Foi o time do litoral que projetou grandes nomes de nosso futebol como Pelé, Pepe, Coutinho, Zito, Robinho, Diego Ribas, Neymar, Ganso, Gabigol, ... O Peixe, contudo, há anos não tem feito jus à sua grandeza e apresentado apenas espasmos.

Crises políticas, dívidas enormes, elencos fracos e constantes trocas de treinadores fizeram do Santos um clube cada vez menor, indigno da tradição que possui. Salvo pelas miraculosas campanhas de 2019 (2º colocado do Brasileirão) e de 2020 (vice-campeão da Libertadores), o Peixe se tornou uma equipe que habita o meio da tabela -isso quando não acaba lutando contra o rebaixamento como aconteceu durante os três últimos Campeonatos Paulistas.

Os dirigentes, como se não bastassem os problemas do clube, não apresentam nenhum critério para a escolha dos treinadores. Desde 2019 já passaram pelo Santos sete técnicos das mais variadas nacionalidades e filosofias de trabalho, o que dificulta ainda mais uma possível evolução da equipe. Os últimos nomes ventilados foram Vanderlei Luxemburgo, Sebastián Beccacece e Marcelo "El Loco" Bielsa -os dois últimos, ao menos, possuem estilos semelhantes.



Fabián Bustos durou cerca de quatro meses no cargo
(imagem extraída de www.facebook.com/santosfc).



O Santos tem agido exatamente como clubes pequenos que, ano após ano, desmancham seus elencos às pressas para fazer caixa e trocam de treinador o tempo todo. É o roteiro típico de equipes que lutam contra o rebaixamento. É fato que a realidade financeira do Peixe obriga a instituição a buscar soluções a curto prazo mas as atitudes apresentadas raramente salvaram algum time do pior.

O clube necessita de um planejamento a longo prazo o que inclui oferecer respaldo ao treinador ao invés de demití-lo ao primeiro sinal de crise. Mais do que isso, é necessário encontrar um técnico compatível com a realidade da instituição, o que inclui utilizar a base, algo que já sugeri em posts anteriores. De nada adianta trazer um medalhão que pedirá dezenas de contratações que o Santos não pode trazer na situação atual.

O Santos, se quiser voltar a brigar por títulos e reviver seus dias de glória, precisa quebrar esse círculo vicioso o quanto antes. De nada adianta repetir os erros do passado acreditando que os resultados serão diferentes. É até possível ter sorte em meio a tantas apostas mas ela nem sempre estará ao lado do clube, o que foi o caso durante os últimos anos.



Fábio Carille ficou cerca de cinco meses no Santos
(imagem extraída de www.facebook.com/santosfc).




Nenhum comentário:

Postar um comentário