sexta-feira, 21 de outubro de 2022

Tacada Final

Mesmo sem clube, Jaqueline estará nas Olimpíadas de Paris
em 2024 (imagem extraída de www.facebook.com/jaque8).



"Agora eu posso revelar… A CONVOCAÇÃO VEIO BRASILLLLLLLLL! Paris 2024 que me aguarde pq estarei lá COM CERTEZAAA! Obrigada Zezão eu não vou te decepcionar"!

Este foi o anúncio emocionado da ponteira Jaqueline em suas redes sociais. A pernambucana foi confirmada ontem pelo treinador José Roberto Guimarães para os Jogos Olímpicos de Paris em 2024. Isso a despeito da jogadora estar sem clube no momento -seu último time foi o Osasco durante a temporada 2020-21.

Jaqueline estará com 40 anos durante as Olimpíadas de Paris -completará 41 em dezembro daquele ano. A ideia, provavelmente, é que a pernambucana transmita experiência (ela já venceu a competição duas vezes) e também lidere o elenco predominantemente jovem. Zé Roberto vem tentando renovar o time durante os últimos anos e o desempenho ainda tem sido bom (o time feminino foi vice no último mundial), mas a seca de títulos (o Brasil não conquista um troféu desde 2017) possivelmente vem pesando para o treinador.

A convocação de Jaqueline ocorre em um cenário muito semelhante ao do líbero Serginho para as Olimpíadas de 2016: durante a ocasião, o então renovado time masculino não vinha apresentando um bom desempenho nas quadras e o treinador Bernardinho optou pelo retorno do experiente jogador que estava com quarenta anos na época. O paranaense fez toda a diferença em quadra a despeito da idade e a medalha de ouro foi conquistada.

A pernambucana, cabe mencionar, também jogou as Olimpíadas do Rio de Janeiro em 2016 quando o time feminino decepcionou e não conseguiu sequer a medalha de bronze. Provavelmente a ponteira também deseja a sua revanche pelo fracasso em casa.



Imagem extraída de www.facebook.com/jaque8



O retorno de Jaqueline à Seleção pode ser bem-vindo se levarmos em conta o histórico vencedor da ponteira e a possibilidade da pernambucana ajudar as novatas a lidar com tamanha responsabilidade em quadra. Ademais, a jogadora traz a mística daquela geração bicampeã olímpica, algo em que Zé Roberto se apega muito.

O regresso da ponteira, porém, demonstra o quanto nos apegamos em demasia a gerações vencedoras. Muitos de nós ignoramos o fato de que jogadores envelhecem e que os times uma hora se tornam manjados por melhores que sejam. Temos de respeitar os atletas, sobretudo os que nos trouxeram tantas alegrias no passado. Mas também temos de aceitar que a renovação é um mal necessário e que todo esportista algum dia precisa parar.

Cabe, por fim, a comparação com Daniel Alves no futebol: o jogador estava sem clube há pouco tempo atrás -recentemente acertou com o Pumas do México- mas o seu time foi eliminado das competições locais e o lateral está novamente sem entrar em campo. Tite, porém, ainda conta com o atleta acreditando que sua experiência e seu currículo ainda podem acrescentar à Seleção.

Resta agora torcer para que Jaqueline encontre logo um time, de preferência em uma liga competitiva, para que possa se manter em forma e testar as suas habilidades para chegar afiada em 2024. E, claro, para que ela não se lesione com gravidade até os Jogos Olímpicos.

Jaque foi a tacada final de Zé Roberto: ambos buscam se redimir do vexame do Rio de Janeiro. Se a aposta foi certeira? Teremos de esperar até 2024 para descobrirmos se a pernambucana "não irá decepcionar", como ela mesmo anunciou em suas redes sociais.



Imagem extraída de www.facebook.com/jaque8




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