domingo, 30 de outubro de 2022

A Profecia

Eu estudei muito no Anglo Osasco, mas também tive vários momentos divertidos por lá!



A maioria das pessoas não guarda muitas lembranças boas do cursinho pré-vestibulares, afinal a carga de matéria é bastante pesada (você estuda o conteúdo dos três anos do 2º grau em apenas um) e há a constante pressão pela aprovação em uma universidade pública. Mas eu gostava bastante dessa época e até hoje cultivo meu carinho, tanto pela instituição (o Anglo Osasco), quanto pelos professores.

Os professores lançavam mão de muitas técnicas divertidas para auxiliar no aprendizado e também para que as aulas não se tornassem monótonas. Um deles utilizava a Seleção Brasileira para tal fim. E, em meio às piadas a respeito do Escrete Canarinho, o docente "profetizou" que o Brasil venceria a Copa de 2002!

O professor disse que as Copas têm os resultados "combinados" após 1950 com o surgimento da televisão para que houvesse interesse do espectador. Segundo ele, a alternância de títulos entre seleções europeias e sul-americanas, algo que ocorreu entre os Mundiais de 1954 até 2006, era "proposital".

O docente, por fim, "profetizou" que o Brasil venceria o Mundial de 2002 ao demonstrar em um "gráfico" a alternância do título entre os dois continentes. Obviamente, era tudo uma brincadeira do professor para descontrair mas achei aquilo tão fantástico que anotei tudo em um rodapé do meu caderno!






Eu não acompanhei a Copa de 2002, conforme eu contei em um post anterior. Eu lembro, porém, que acordei em um domingo ao som de rojões e gritos na rua afirmando que o Brasil havia conquistado o pentacampeonato. Imediatamente eu me lembrei da "profecia" do docente.

A "teoria" do professor, porém, caiu a partir de 2010 com a conquista do Mundial pela Espanha, o que deu fim à alternância de títulos entre os dois continentes. A Europa, aliás, iniciou uma hegemonia em Copas que permanece desde 2006. Reflexo do investimento no futebol por parte dos europeus, enquanto nós sul-americanos paramos no tempo e dependemos cada vez mais do Velho Continente para lapidar nossos jogadores.

Uma pena que perdi contato com aquele professor. No cursinho, docentes e alunos têm uma relação muito diferente do que acontece nas escolas ou nas faculdades visto que todos remam juntos por um único objetivo que é a aprovação dos candidatos nas universidades públicas.

Adoraria encontrar o professor novamente para recordar aqueles momentos tão divertidos e também para debater aquela "teoria" fantástica a respeito da Seleção Brasileira. Quem diria que o cursinho pré-vestibular me traria algo divertido além de uma vaga na universidade pública?







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