terça-feira, 28 de janeiro de 2020

Ainda Dá para Acreditar em Löw?

Imagem extraída de www.facebook.com/DFBTeam/



Custa-me acreditar até hoje como a Alemanha de Joachim Löw, que me encanta desde a Copa 2010, tenha feito uma campanha tão pífia em 2018 quando caiu ainda na fase de grupos. E os adversários estavam longe de serem considerados complicados -Suécia, México e Coréia do Sul.

A imprensa, em geral, havia creditado a má atuação na Rússia devido a ausência do meia-atacante Leroy Sané. O jogador do Manchester City era visto como um driblador e capaz de desequilibrar uma partida, mas o atleta teria se desentendido com o treinador Joachim Löw e sido vetado em decorrência do suposto incidente. E o corte do ponteiro teria tumultuado o vestiário. Mas observei alguns outros problemas.

Löw cometeu os mesmos erros da Itália em 2010 e da Espanha em 2014: as duas seleções não haviam se preocupado em renovar seus elencos após conquistarem o título, chegando à copa seguinte com equipes manjadas e envelhecidas. Jogi utilizou praticamente a mesma equipe de 2014 (excetuando os jogadores aposentados) e os adversários sabiam exatamente o que cada alemão faria em campo. Não obstante, a Mannschaft atuou na Rússia com uma equipe totalmente apática e desinteressada exceto, talvez, por Marco Reus, Timo Werner e Toni Kroos.

Também parece ter faltado a liderança de jogadores como Klose, Podolski, Schweinsteiger e, principalmente, Lahm. O lateral, aliás, foi o atleta mais difícil de se substituir visto que poucos jogadores possuem sua versatilidade e qualidade. Tanto a Seleção Alemã quanto o Bayern demonstram sentir muita falta de seu capitão em campo. Um camisa 9 também tem feito falta ao time.



Ascensão, apogeu e queda: Seleção Alemã em 2010, 2014 e 2018, respectivamente. Joachim Löw iniciou uma equipe
jovem para o ciclo de 2010, obteve a maturidade em 2014 e parece não ter respeitado o seu "prazo de validade" em 2018.
O time foi praticamente o mesmo durante os três mundiais, sempre em 4-2-3-1 (obtido via www.footballuser.com/).



Minha decepção ficou ainda maior pelo fato de Löw ser um treinador ousado e sem medo de experimentar. O técnico passou todo o ciclo para a Copa 2018 testando dezenas de atletas até então pouco conhecidos. Bellarabi, Tah, Leroy Sané, Rüdiger, Rudy e tantos outros que foram utilizados em amistosos ou mesmo em partidas eliminatórias para a Euro 2016 ou para a Copa 2018.

O ápice da ousadia de Löw havia sido disputar a Copa das Confederações 2017 com uma equipe predominantemente jovem e com pouquíssimos remanescentes da Copa 2014. A equipe não deu um show de bola devido à inexperiência e a falta de entrosamento do elenco, mas o título veio sem grandes problemas.

Tudo indicava que a renovação do elenco estava encaminhada e que teríamos muitas surpresas ousadas no elenco para o mundial, mas o treinador preferiu a zona de conforto.



Alemanha na final da Copa das Confederações 2017:
Joachim Löw utiliza uma equipe totalmente alternativa
no 3-4-3 que cometeu erros, mas trouxe o inédito troféu sem
grandes problemas (obtido via www.footballuser.com/).



O treinador tratou de arregaçar as mangas e agir para justificar sua permanência no cargo após o vexame na Rússia. Comunicou que atletas como Boateng e Müller não mais estavam em seus planos e passou a realizar novos testes com mais atletas jovens.

A primeira experiência, na Liga das Nações 2018, não foi muito bem sucedida com a equipe fazendo campanha fraca e quase sendo rebaixada, se a UEFA não tivesse alterado os critérios de permanência na divisão principal. Nas eliminatórias para a Euro 2020, a Alemanha se classificou sem muitas dificuldades, mas as críticas ao treinador continuaram fortes.

A Alemanha vem para o ciclo da Copa 2022 cercada de desconfiança e incertezas. Joachim Löw encantou o mundo ao mudar o estilo de jogo físico da Mannschaft para um mais técnico e utilizar atletas jovens pouco conhecidos.

A fórmula do treinador apresentou visíveis sinais de desgaste e poucas ideias novas. Löw, porém, ainda tem a confiança dos dirigentes da DFB por ter tirado a Alemanha da fila em 2014.

Se Jogi irá corresponder à confiança de seus dirigentes, nós descobriremos em junho deste ano, quando será realizada a Eurocopa 2020.



Imagem extraída de www.facebook.com/DFBTeam/




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