domingo, 12 de janeiro de 2020

Contratou. E Agora?

Imagem extraída de www.facebook.com/saopaulofc/



O São Paulo, até o momento, realizou três "contratações" que nada mais são do que a aquisição em definitivo de três atletas que estavam emprestados durante a temporada passada.

O Tricolor definiu as permanências do lateral direito Igor Vinícius (contratado junto ao Ituano), do meia-atacante Vitor Bueno (cedeu o atacante Raniel ao Santos em troca) e do goleiro Tiago Volpi (adquirido junto ao Querétaro do México).

A permanência do trio deveria ser motivo de alegria ao torcedor, afinal os três atletas foram bem durante a turbulenta temporada do São Paulo, que deu uma aula de como não se administrar um clube. E ainda se classificou à vaga direta para a Libertadores com muito mais sorte do que juízo.

Observando o histórico de contratações feitas nos mesmos moldes, contudo, o torcedor deveria ficar com o pé atrás.

Voltemos ao ano de 2007, quando o São Paulo contratou o winger Jorge Wagner por empréstimo junto ao Real Bétis da Espanha. O baiano, que já havia trabalhado com o treinador Muricy Ramalho no Inter, fez uma temporada espetacular com muitas assistências, belas cobranças de bola parada e sendo fundamental para a conquista do Brasileirão daquele ano. Tal desempenho motivou o Tricolor a adquirir o atleta em definitivo, mas o jogador não voltou a repetir as mesmas atuações do ano anterior e acabou deixando o clube pela porta dos fundos em 2010.

Caso semelhante aconteceu com o zagueiro Maicon Roque, contratado por empréstimo junto ao Porto no começo de 2016. Inicialmente, o defensor permaneceria até a metade do ano quando a Libertadores se encerraria, mas o São Paulo adquiriu os direitos do atleta em definitivo. O jogador, porém, teve responsabilidade na eliminação do Tricolor naquele ano (ele cometeu um pênalti e foi expulso em um lance infantil diante do Atlético Nacional) e não voltou a repetir o bom desempenho do primeiro semestre.

Podemos citar, ainda, Alexandre Pato que foi bem entre 2014 e 2015 enquanto estava cedido por empréstimo junto ao Corinthians. Repatriado em 2019, o jogador ainda não correspondeu à expectativa do torcedor exceto por aquela vitória por 3x2 sobre o Santos.

Outros times paulistas também passaram por situações semelhantes. Que corinthiano não se lembra do atacante Lucca, que chegou por empréstimo em 2015 junto ao Criciúma, virou ídolo por suas boas atuações e nunca mais correspondeu depois que foi adquirido pelo Timão no ano seguinte? E o Palmeiras, que teve Kléber Gladiador por empréstimo em 2008 e, depois que ele retornou em 2010, foi mais lembrado pelos problemas extra-campo do que pelos gols?



Imagem extraída de www.facebook.com/saopaulofc/


Jogadores que atuam emprestados são, geralmente, atletas que estão em baixa nos clubes a que pertencem. Dessa forma, eles se dedicam muito mais que os colegas contratados em definitivo porque, com isso, sonham com a permanência em suas equipes atuais ou mesmo com um retorno triunfal aos times que defendiam.

Isso explica as duas temporadas excepcionais do atacante Gabriel Barbosa no Santos em 2018 e no Flamengo em 2019. Gabigol, que era visto como uma das "piores contratações da história da Internazionale", renasceu no futebol brasileiro. O atacante era movido pelo desejo de voltar a brilhar e também de dar uma resposta aos seus críticos. Hoje o atleta está novamente valorizado e, embora de maneira tímida, as portas da Europa já vêm se reabrindo para ele.

Assim que os jogadores realizam seus objetivos, muitos acabam entrando em uma zona de conforto e acabam relaxando em campo, não repetindo as boas atuações do passado.

O histórico de jogadores emprestados que desapontaram após serem adquiridos não significa que Volpi, Bueno e Igor Vinícius irão decepcionar em 2020. O próprio São Paulo teve o zagueiro Miranda como exemplo positivo. O paranaense foi contratado por empréstimo entre 2006 e 2007 junto ao Sochaux-Montbéliard e continuou apresentando um bom desempenho em campo mesmo após a aquisição em definitivo.

Apenas não se deve criar uma expectativa exagerada com relação aos atletas. E ter a consciência de o jogador tende a se acomodar quando seu objetivo inicial é alcançado.



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FIM DA LINHA PARA JEAN

O São Paulo suspendeu o contrato do goleiro Jean no dia 9. Dessa forma, o clube não precisa mais pagar os salários do atleta que fica livre para acertar com outro time. Não era a forma mais adequada de se lidar com o caso -o ideal seria uma punição exemplar para que situações como essa não se repetissem- mas era o que estava ao alcance do Tricolor.



QUEM PÁRA O LIVERPOOL?

Impressionante a campanha do Liverpool na Premier League 2019-20. Os Reds ainda não foram derrotados nenhuma vez, somam 61 dos 63 pontos possíveis e já estão a 16 pontos do segundo colocado. E tudo isso com uma partida a menos! A equipe de Jürgen Klopp espremeu o Tottenham em pleno White Hart Lane e venceu os Lilywhites por 1x0. Resta saber até onde vai o fôlego da equipe vermelha, que não demonstra nenhum sinal de cansaço apesar de toda intensidade em todos os jogos.



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