quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

Alta Tensão

Imagem extraída de www.facebook.com/FlamengoOficial/



Estamos na última semana da janela de transferências do mercado europeu. As transferências nesta época não costumam ser grandiosas no Velho Continente uma vez que os clubes buscam apenas contratações pontuais para repor atletas lesionados. Há exceções obviamente, como as contratações milionárias de Phillippe Coutinho (Barcelona) e Virgil Van Dijk (Liverpool), ambas realizadas em janeiro de 2018.

Os clubes brasileiros, no entanto, costumam realizar grandes negócios nesta época do ano. Como a temporada no Brasil se encerra em dezembro e se inicia na metade de janeiro, os times daqui costumam realizar suas principais contratações e vendas neste período. Grandes vendas como Gabriel Jesus e Lucas Moura foram efetuadas no mencionado período.

O problema, porém, é que a temporada no Brasil se inicia enquanto a janela de transferências de inverno (lembrando que é inverno no hemisfério norte) ainda está aberta e existe a possibilidade de mais jogadores deixarem o país, o que atrapalharia bastante o planejamento dos clubes daqui.

A janela de transferência de inverno é curta e muitas contratações acabam sendo feitas às pressas, muitas vezes com atletas sendo negociados por valores inflacionados. Em virtude disso, o mercado sul-americano acaba sendo uma excelente alternativa para os clubes europeus uma vez que os atletas daqui são mais baratos.

Tais fatos explicam a insistência do Arsenal no zagueiro Pablo Marí (foto acima). O defensor tem o perfil quase perfeito para o momento: é um bom jogador, não custaria caro para os padrões europeus e é nascido na Espanha o que facilitaria qualquer trâmite burocrático. Flamengo e Gunners não haviam chegado a um acordo inicialmente, mas a necessidade do clube londrino mais a vontade do atleta de retornar à Europa prevaleceram.

Não será surpresa se algum clube europeu levar mais algum outro destaque de nosso futebol nos próximos dias devido a urgência em que as negociações são realizadas neste período. Isso traria alívio financeiro aos nossos endividados times mas também muitos problemas, uma vez que o planejamento teria de ser refeito caso algum atleta importante saia e as equipes daqui teriam de correr para repor a perda com a temporada rolando.

Talvez nem mesmo a sincronia de nossa temporada com a dos europeus ajudasse neste caso, uma vez que os clubes do Velho Continente também realizam as negociações de inverno com o bonde andando, mas se não houvessem os inúteis estaduais, haveria mais tempo hábil para os nossos times refazerem o planejamento e também buscar reposições com menos pressa.

Enquanto não há uma solução definitiva para se amenizar os danos causados pela janela de transferência de inverno, os clubes daqui vivem a expectativa de perderem seus principais jogadores sem poderem fazer nada uma vez que é praticamente impossível concorrer financeiramente com os europeus.

Pablo Marí foi para o Arsenal, Cebolinha pode trocar o Grêmio pelo Everton, Antony pode acertar com o Ajax, e assim por diante. Até o dia 31, os clubes daqui poderão sofrer novas e inesperadas baixas.

Pobre futebol brasileiro.



Imagem extraída de www.facebook.com/FlamengoOficial/



SELEÇÃO PRÉ-OLÍMPICA X CLUBES BRASILEIROS

Com sofrimento, a Seleção Pré-Olímpica passou pela Bolívia (placar 5X3) e assegurou sua classificação no quadrangular final, onde os dois primeiros colocados irão à Tóquio. A notícia é excelente para o nosso futebol porque a modalidade ficou mais próxima de conquistar uma vaga para as olimpíadas, mas é péssima para os nossos clubes que perderão seus jogadores sub-20 por mais algumas rodadas. Pedrinho, Antony, Igor Gomes e Bruno Guimarães são alguns que vinham sendo titulares por seus clubes e continuarão desfalcando seus times até o dia 9 de fevereiro.



PAULISTINHA

O Campeonato Paulista não é o melhor parâmetro para se avaliar os clubes, mas tem ficado óbvio que os grandes times ainda precisam de ajustes se quiserem brigar pelos títulos. Os treinadores deveriam aproveitar que a competição tem pouca relevância e realizar mais testes, mas a pressão por resultados e o imediatismo impedem que nossos comandantes tenham essa liberdade. Basta lembrar de quantos técnicos já caíram por causa da competição.




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