sexta-feira, 10 de janeiro de 2020

Ralf Merecia Mais do Timão

Imagem extraída de www.facebook.com/corinthians/



O volante Ralf não deve continuar no Corinthians. O meio-campista não faz parte dos planos do novo treinador, Tiago Nunes, e foi informado que não precisaria se reapresentar com o restante do elenco no último dia 6.

Foram 419 partidas, 8 títulos (destaque para a Libertadores e Mundial de Clubes, ambos em 2012) e sete gols marcados pelo Timão. Pouco faltoso, Ralf nunca foi expulso durante o período que defendeu o clube. Ele também foi convocado algumas vezes para a Seleção Brasileira pelo treinador Mano Menezes entre 2011 e 2012.

Ralf, de fato, já não é mais aquele volante vigoroso de 2012 quando foi fundamental para a conquista da Libertadores e Mundial. Aos 35 anos, o meio-campista sabe que o fim da carreira está próximo. O jogador, inclusive, já fazia planos de pendurar as chuteiras pelo Corinthians.

O jogador, por outro lado, ainda demonstrava muita importância para o Coringão. Em campo, ele apresentava um desempenho muito melhor que seus dois concorrentes de posição, Gabriel e Júnior Urso. Ficava atrás dos dois em termos de mobilidade ou força, mas ganhava em técnica, posicionamento e segurança defensiva. Sua experiência era o grande diferencial. Fora de campo, era um dos líderes do elenco e um dos poucos que tinha moral para cobrar os companheiros quando necessário.

Mais importante, porém, era a lealdade que Ralf tinha com o Corinthians. Em duas ocasiões, o jogador foi ventilado no rival São Paulo -uma em 2014, quando seria trocado pelo também volante Wellington; e outra em 2017, quando voltou da China e estava livre no mercado. Não passaram de meras especulações, mas em ambas as oportunidades, o atleta deixou bem claro que não gostaria de defender algum rival do Timão.

A posição de Tiago Nunes bem como a do Corinthians são totalmente compreensíveis. O treinador deseja jogadores mais jovens, em melhores condições físicas e capazes de manter a intensidade e dinamismo exigidos pelo seu estilo de jogo. Ademais, Ralf é um jogador pesado e provavelmente não se encaixaria na filosofia de jogo do novo técnico. O clube, por sua vez, deseja rejuvenescer a equipe, enxugar o elenco para diminuir gastos e brigar novamente por títulos relevantes.

O Corinthians, no entanto, perde um de seus líderes e um jogador que ainda poderia ser útil, tanto dentro como fora de campo. E o mais importante: não retribui a lealdade que o jogador teve com o clube.

Foi inevitável lembrar de saídas como a de Bastian Schweinsteiger do Bayern, volante que tinha muita identificação e história com seu clube e que foi dispensado porque "não se adequava ao estilo de jogo do novo treinador".

Não era necessário manter Ralf por gratidão, mas poderia ser oferecida uma saída mais digna. Talvez um jogo de despedida ou uma merecida homenagem. Ou, ainda, um acordo para diminuir os vencimentos do jogador e mantê-lo no elenco para uma última temporada antes de sua aposentadoria.

Ainda não se sabe o destino de Ralf, mas o Cruzeiro aparece como principal interessado no jogador.

Ralf foi leal com o Corinthians até o final, mas o sentimento não foi retribuído.



Imagem extraída de www.facebook.com/corinthians/



Leia mais:

André Rocha- "Gratidão remunerada a Ralf é um luxo que o Corinthians não pode se dar": andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/01/08/gratidao-remunerada-a-ralf-e-um-luxo-que-o-corinthians-nao-pode-se-dar/

Juca Kfouri- "O mau começo de Tiago Nunes": blogdojuca.uol.com.br/2020/01/o-mau-comeco-de-tiago-nunes/




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