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| Imagem extraída de www.facebook.com/saopaulofc |
O Campeonato Paulista teve início há pouco mais de uma semana e já tivemos dois clássicos no período: Corinthians X Palmeiras, realizado na quarta-feira dia 3 de março; e São Paulo X Santos, realizado ontem, dia 6 de março.
São Paulo e Santos não pouparam esforços e foram a campo com todos os titulares que havia à disposição. O Corinthians só não entrou com força máxima devido ao surto de COVID-19 no elenco, mas o Timão também estava disposto a derrotar o arquirrival a todo custo. O Palmeiras, por sua vez, optou por poupar seus atletas para a decisão da Copa do Brasil e para a sequência da temporada.
Nós brasileiros atribuímos aos chamados clássicos regionais uma importância muito exagerada. Vencer estes jogos é sinônimo de moral por humilhar um rival, enquanto uma derrota pode significar uma crise podendo levar à demissão de treinadores e reformulações profundas no elenco.
Clássicos também são importantes em outros países mas em raras oportunidades eu vi o Boca Juniors demitir um treinador após uma derrota para o River Plate. Ou o Barcelona dar bilhete azul para o técnico após um revés ante o Real Madrid. Ou o Liverpool dar boné ao comandante ao perder para o Manchester United.
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| Imagem extraída de www.facebook.com/corinthians |
Os clubes não deveriam tratar os campeonatos estaduais com tanta prioridade, sobretudo na situação atual em que os jogadores não tiveram férias após a temporada anterior. Um título do Paulistão não tem mais a mesma relevância de trinta anos atrás. Nem mesmo um jogo clássico justifica tamanho sacrifício.
Corinthians, Santos e São Paulo deveriam seguir o exemplo do Palmeiras, oferecer descanso aos seus titulares após uma temporada extenuante e concentrar seus esforços nas competições que realmente têm relevância: Brasileirão, Copa do Brasil, Libertadores e Sulamericana.
A situação ficou um pouco pior para o Santos que foi goleado para o São Paulo. O Peixe terá dois jogos realmente decisivos nas próximas duas semanas, os playoffs da Libertadores, que terão grande impacto no calendário e no planejamento santista. O time entrará mais desgastado após o esforço diante do Tricolor e a pressão pelo resultado será ainda maior devido ao revés.
O clássico é um tipo de jogo que tem sua importância, mas uma análise racional deixa evidente que não deveríamos tratar esse tipo de partida com a prioridade que atribuímos. Não justifica sacrificarmos a saúde dos jogadores ou um jogo decisivo de Libertadores apenas para vencermos um rival regional.
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