quinta-feira, 25 de março de 2021

Cinco Anos Sem o Mestre

Imagem extraída de www.facebook.com/JohanCruyff14



Dia 24 de março de 2016. Nesta data, Hendrik Johannes Cruijff, mais conhecido como Johan Cruyff, fechava seus olhos pela última vez. O holandês, aos 68 anos, perdia uma batalha contra o câncer após meses de luta. Eu sequer pude escrever um artigo para homenageá-lo devido a problemas pessoais que eu estava enfrentando na época.

Cruyff foi, para mim, o maior treinador da história do futebol. Mais do que Telê Santana, Guardiola, Jupp Heynckes e tantos outros que eu admiro. O holandês sempre foi referência no futebol-arte, seja como jogador ou como técnico, e ele deixou um grande legado que influencia até hoje dezenas de comandantes incluindo Frank Rijkaard, Erik ten Hag, Ronald Koeman e o próprio Guardiola.

O holandês defendeu muitos clubes ao longo de sua trajetória, mas foi pelo Ajax e pelo Barcelona que Cruyff viveu seus maiores momentos como atleta. Sua posição em campo não era determinada visto que seu treinador e mentor, Rinus Michels, exigia que seus jogadores desempenhassem mais de uma função nos gramados. Desta forma, não era raro ver Johan flutuando por todas as funções, principalmente no ataque.

Cruyff também fez parte da maior geração de atletas holandeses, a seleção que disputou a Copa 1974, juntamente com Neeskens, Rep e tantos outros grandes atletas. Rinus Michels também estava lá com o mesmo estilo que o consagrou no Ajax e no Barcelona, com atletas versáteis e muitas trocas de posição. Aquela equipe conseguiu até mesmo eliminar o Brasil ainda de "ressaca" pela conquista do tri e seria detida apenas pela Alemanha de Beckenbauer na final.



Imagem extraída de www.facebook.com/JohanCruyff14



Cruyff se tornou treinador após sua aposentadoria. E aperfeiçoou todos os métodos de seu mentor Rinus Michels. Com isso, voltou a repetir no banco de reservas todo o sucesso que obteve como atleta. Conquistou novos títulos pelo Ajax e também pelo Barcelona, inclusive levando os catalães ao seu primeiro título na Champions League em 1992.

O holandês, porém, também se destacou pela personalidade forte. Cruyff não poupou críticas a ninguém, até mesmo ao Barcelona (de onde saiu brigado com o então presidente Sandro Rosell) ou à Seleção Holandesa. O ex-jogador, inclusive, foi duro com a Seleção Brasileira de Dunga e com a Oranje de Bert van Marwijk durante a Copa de 2010, alegando que ambos os times praticavam um futebol feio e pouco atraente. Foi com estas declarações que o ex-jogador ganhou a minha simpatia.

Comecei, então, a pesquisar a bibliografia de Cruyff e descobri toda a sua influência no futebol moderno, sobretudo nos "times da moda" que eram o Barcelona e a Seleção Espanhola. Encontrei, inclusive, histórias muito divertidas envolvendo o holandês e Romário durante os tempos em que o treinador comandou o Baixinho no Barça.

Cruyff era um mestre não apenas por ser um grande jogador ou um grande treinador. Ele deixou um grande legado que influencia até hoje técnicos e atletas, mesmo passados quase trinta anos após sua maior conquista como treinador.

Os jogadores que atuam nos melhores times do mundo não "guardam mais posição", desempenham mais de uma função nos gramados e estão sempre se movendo em campo. Tudo muito semelhante ao Carrossel Holandês de Michels ou ao Totaal Voetbal de Cruyff.

Cruyff se foi fisicamente mas ele está mais vivo do que nunca.



Imagem extraída de www.facebook.com/JohanCruyff14




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