terça-feira, 29 de novembro de 2022

Dragões sem Fogo

Marcus Rashford deixou dois gols contra os galeses e levou a Inglaterra
às oitavas (imagem extraída de www.facebook.com/fifaworldcup).



O País de Gales não atravessa exatamente seu melhor momento técnico, visto que suas duas principais referências (Gareth Bale e Aaron Ramsey) já estão em decadência e o restante da equipe vive mais de transpiração do que inspiração, como disse o comentarista Hernanes. Eu, ainda assim, acreditava que esta geração ainda tentaria um gás final após tantos anos longe de um Mundial e justamente diante dos rivais ingleses, mas acabei me frustrando.

O treinador Rob Page foi a campo em 4-3-3/4-5-1, com o time apostando na imposição física e tentando jogar nos erros dos ingleses. Gareth Southgate, por sua vez, adotou um 4-2-3-1/4-1-4-1, e mandou sua equipe tomar as rédeas do jogo.

A Inglaterra tentou a infiltração com seus dois pontas -Foden pela direita e Rashford pela esquerda- enquanto Kane recuava para o meio-de-campo para ajudar nas jogadas ou para abrir espaços para os companheiros. O goleiro Ward, porém, conseguiu frear as finalizações inglesas.

Gales passou todo o primeiro tempo recuado e pouco ameaçava os ingleses. Os Dreigiau tentavam bolas longas, sem sucesso. Com Bale bem marcado e longe da forma física ideal, o desafogo vinha pela esquerda com James. Os galeses perderam o lateral Neco Williams ainda no primeiro tempo após suspeita de concussão cerebral. Só ameaçaram no final da 1ª etapa em lances de bola parada.



Inglaterra, em 4-2-3-1/4-1-4-1, adianta linhas, troca passes e tenta
se infiltrar com seus ponteiros, mas o goleiro Ward consegue deter
a maioria das investidas. Kane recua para armar jogadas ou para
confundir a marcação. Gales, encolhido em 4-5-1 e já sem Neco
Williams, tenta contra-atacar com James pela esquerda ou com
bolas longas em direção a Moore (imagem obtida via this11.com).



A Inglaterra volta com Rashford e Foden em posições invertidas -o jogador do City na esquerda e o do United na direita. A estratégia confundiu a marcação galesa e a dupla conseguiu mais espaços para se infiltrar. Logo no início da segunda etapa, o camisa 11 cobra uma falta com perfeição e, enfim, abre o placar.

O gol desesperou os galeses que tentaram sair jogando com a defesa mas as linhas adiantadas dos ingleses conseguem interceptar os passes e ainda deixaram espaços para que Foden ampliasse logo em seguida. Rashoford, novamente, daria números finais à partida em um frango de Ward.

Os galeses tentaram reagir na imposição física e cavando lances de bola parada próximos ao gol de Pickford mas já estavam mentalmente derrotados e não tinham forças para buscar a reação. A fantástica geração que brilhou na Euro 2016 encontrava seu ocaso.

Inglaterra vence com inteligência sabendo utilizar bem os seus recursos para furar a retranca galesa e também contando com uma geração bastante talentosa para se impor aos rivais. Gales se despede do Mundial de forma melancólica, com um time de poucos recursos e com seus dois principais jogadores demonstrando que a aposentadoria está próxima.

Os Dreigiau, tristemente, se despedem da Copa do Mundo já na primeira rodada. Aquela geração que encantou em 2016 com pouca técnica mas muito coração acabou esbarrando em suas próprias limitações. Nem mesmo a rivalidade com os ingleses foi suficiente para incendiar os galeses em campo. Bale, Ramsey e seus companheiros, porém, sabem que mesmo com a eliminação precoce, seus feitos no futebol jamais serão esquecidos.



Imagem extraída de www.facebook.com/fifaworldcup




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